my brother's friend ♢ muke

25

Enquanto minha mãe estava fazendo a comida para o jantar, eu e meu pai ficamos vendo TV na sala.

— O Michael tem quantos anos Luke? — Andrew perguntou de repente.

— Dezenove.

— Hm. — Ele não pareceu nada satisfeito com isso. — E ele trabalha?

— Acho melhor você questionar ele quando for a hora do jantar, não eu.

Ouvimos passos apressados e nos viramos, vendo um Jack completamente arrumado nas escadas.

— Aonde você pensa que vai? — Meu pai perguntou e Jack nem se quer parou para responder, apenas foi até a porta.

— Sair. — Disse simplesmente.

— Pra onde?

— Uma festa.

— Mas você não vai mesmo, você vai ficar aqui e jantar com a sua família. — Jack apenas revirou os olhos e abriu a porta, antes que ele pudesse colocar um pé para fora, Liz apareceu na sala.

— Você vai voltar pra cá agora e eu não quero saber de birra, um homem de vinte anos não vai discutir com sua mãe por causa de uma festa, ou vai? — Seu tom autoritário deixou todos nós quietos e em silêncio. Jack fechou a porta, voltou e se sentou no sofá. — Por que você ia sair logo hoje?

— Você ainda pergunta? O namoradinho do meu irmão vai vir aqui, e se tem uma coisa que eu não sou, é obrigado a ter que aguentar vê-lo na minha casa de novo.

Sim, essa coisa tem vinte anos.

E sim, ele já disse uma vez que não tinha nada de mais com o Michael. Pois é... Parece que o jogo virou.

— Deixa de ser infantil e aprenda que você tem que lidar com as coisas um dia, você não vai fugir desse garoto pra sempre. E daí que ele é o namorado do seu irmão? Eu tenho certeza que daqui a alguns dias você vai trazer um namoradinho novo aqui pra casa também. — Jack não olhava para a minha mãe enquanto ela dizia isso, mas eu sabia que ele estava prestando atenção nela. — Só, por favor, não invente de fazer uma de suas ceninhas no meio do jantar.

Liz voltou para a cozinha e nós ficamos em silêncio, que foi quebrado pelo som da campainha.

Era ele.

— Deixa que eu atendo. — Me levantei e abri a porta, encontrando Michael, que parecia um pouco nervoso.

Nunca havia o visto assim.

— Hey. — Ele se inclinou para me beijar e eu me afastei. — O que foi?

Eu acenei para o lado, como se o dissesse que meu pai estava ali. Mesmo assim Michael me roubou um selinho e eu sorri, o dando espaço para entrar.

— Oi senhor Hemmings, oi Jack. — Nos sentamos no sofá e depois de apenas meu pai cumprimentá-lo o clima ficou meio tenso, ninguém falava nada. — Parece que seu pai quer me matar. — Ele sussurrou em meu ouvido e eu ri baixo.

— Ele só não sabe o que dizer, relaxa.

— O Michael já chegou? — Mamãe apareceu na sala novamente e o garoto ao meu lado se levantou prontamente. — Nossa, você está lindo querido.

Michael ficou todo sem graça com aquele comentário, foi até fofo.

Depois de Liz deixar Michael mais corado o possível, fomos até a cozinha para comermos e em todo esse tempo Jack não disse nada, só nos olhava com uma cara nada boa.

— Você trabalha Michael? — Andrew fez a pergunta tão esperada por ele e tão temida pelo meu namorado.

— É Michael, você trabalha? — Pela primeira vez desde que entramos na cozinha ouvimos a voz de Jack.