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vejo o número de comentários em relação ao número de votos e leituras e fico pensando

será que to fazendo isso certo

x x x

Acordei e logo peguei meu celular no criado mudo pensando "devo ter acordado cedo já que ele nem despertou." E quando vi já eram 8:32 da manhã.

Atrasado.

Nunca que eu iria conseguir chegar a tempo na escola, eles não me deixariam entrar de jeito nenhum.

Por isso tive que faltar, vou ficar aqui com Michael até dar a hora de voltar da escola.

O meu problema é que se eu acordar assim demoro a dormir de novo, por isso fico inquieto na cama e começo a achar que qualquer posição que eu estou está desconfortável. E então fico me revirando na cama até finalmente dormir de novo.

Mas dessa vez tem alguém comigo na cama e eu tento fazer de tudo para não me mexer de mais.

— Já acordou babe? — Ouvi uma voz rouca e olhei para cima, vendo Michael parecendo estar tentando decidir se abre ou fecha os olhos.

— Desculpa por te acordar.

— Ontem eu dormi mais cedo que o normal então não acordaria tarde, tudo bem. — Beijou meus cabelos e eu sorri.

Amo quando ele é carinhoso comigo.

— Acabei de me lembrar que você tem que ir à escola. — Ele bufou.

— Não tenho não, acordei atrasado. — Vi um sorriso se formar.

— Quantas horas são?

— Agora já deve estar 8:40, ou mais.

— Então significa que você vai ficar comigo até a hora do almoço? — O mais velho colocou a mão em meu queixo, o erguendo. Eu assenti e ele colou nossos lábios, mas eu me afastei rapidamente. — Que foi?

— Banheiro. — E me levantei da cama.

-

Como o esperado passamos nossas horas juntos jogados no sofá assistindo TV.

— Você quer comer alguma coisa? — Michael perguntou quando estava indo para a cozinha.

— Não, eu tô bem.

Ele voltou com uma garrafa de cerveja na mão e eu não acreditei naquilo.

— Quem bebe cerveja no café da manhã? — Perguntei enquanto ele se sentava no sofá e eu voltava a ficar entre suas pernas.

— Eu. E que eu saiba não tem hora pra beber.

— Tem sim, e eu aposto que não é de manhã.

— E eu aposto que você está doido pra beber também. — Olhei para o garoto e ele estava sorrindo.

— E quem disse?

— Tá escrito na sua testa. Não se lembra do dia da praia?

— Não quero lembrar. — Cruzei os braços. — Nunca mais quero ficar daquele jeito de novo.

— Ah não? Pois eu queria que ficasse.

— Você tá dizendo que eu sou chato sem bebida Clifford?

— Eu adoro o jeito que você fala isso. — Ele deu um sorriso de lado.

— Clifford?

— É.

— Que interessante. — Mordi meu lábio inferior e voltei a olhar para a TV.

Michael colocou uma das mãos em meus cabelos e eu me encolhi já pensando no que ele iria fazer, mas ele apenas começou a acariciá-los.

De repente me deu um sono...

— Não dorme não. — Ouvi sua voz e só então percebi que estava prestes a fechar os olhos. Ele tirou a mão dos meus cabelos e eu falei baixo:

— Eu não te pedi pra parar.

— Desculpe senhor Hemmings. — Sua voz era carregada de sarcasmo, mas ele voltou a acariciar meus cabelos. — Que creme você usa?

— Ah, eu acho que é um tal de- — Notei o que Michael havia acabado de dizer e me virei, olhando para ele com os olhos semicerrados. — Por que você tá perguntando isso? Que coisa gay.

— Seu cabelo tá cheiroso. — O mais velho fez bico e eu simplesmente não quis acreditar que isso é meu namorado.

— Mas quer saber? Depois eu vou ver que creme eu uso e vou te dizer, até porque você tá precisando usar um pouco. — Baguncei seus cabelos e ele fez uma careta.

— Idiota. — Quando eu estava prestes a retrucar ouvi o barulho da porta sendo aberta e uma voz feminina gritando:

— Adivinha quem chegou?

— Ai meu Deus. — Michael murmurou e a mulher fechou a porta, deixando algumas sacolas no chão da sala. — O que você tá fazendo aqui mãe?

— É assim que você recebe sua querida mãe? — Ela arregalou os olhos assim que me viu e deu um sorriso enorme. — Quem é esse anjinho aí?

Anjinho.

— Meu namorado. — Michael respondeu e eu corei apenas por não ter me acostumado com isso, preciso parar de ser idiota assim. A mãe de Michael se sentou ao nosso lado no sofá e continuou sorrindo abertamente.

— E eu posso saber o nome dele?

— Luke. — Respondi baixo.

— Eu sou a Karen, mãe dessa criatura. — Ri por sua fala e Michael protestou. — Eu estou feliz por ele finalmente ter encontrado alguém, ainda mais um amorzinho como você.

— O que você veio fazer aqui? — Michael voltou a questioná-la.

— Vou ignorar sua grosseria. — Ela revirou os olhos. — Eu fiz compras no supermercado pra você, de nada.

— Valeu. — Olhei para ele com um olhar severo e meio que tivemos uma discursão apenas com olhares. — Obrigado mãe.

— Ele está te fazendo ficar mais educado também, adorei esse garoto! — Karen disse de modo animado e eu ri novamente.

Ela ficou me perguntando sobre várias coisas e no começo fiquei meio envergonhado, mas Karen foi muito legal comigo, me chamando de anjinho e tal...

Já estava na hora de eu voltar para casa e mesmo com insistência por parte dos dois eu tive que ir.

— Te vejo depois. — Coloquei minha mochila e dei um beijo rápido em Michael, ouvindo um aww de sua mãe. — Tchau dona Karen.

— Dona não, só Karen. — Ela sorriu. — Vem aqui me dar um beijo.

Dei um beijo em sua bochecha e me despedi novamente, indo até a porta.

-

— Por que você demorou pirralho? — Jack perguntou assim que eu coloquei os pés em casa.

— Eu parei pra comer alguma coisa.

— Mentira.

— O que? — Franzi as sobrancelhas. — Cala a boca Jack.

— Eu sei que você estava com o Michael. — Comecei a subir as escadas e até pensei em ignorá-lo, mas quando vi já havia dito:

— Eu estava mesmo, e daí? Eu dormi na casa dele. — Parei em um degrau e Jack olhou para mim com os olhos arregalados.

— V-Você dormiu na casa dele?

— Dormi. — Voltei a andar. — E foi ótimo.

Luke!!!!!!!!!!

O que você tá fazendo?????

— Vai se foder! — O outro loiro gritou.

— Vai você! — Gritei de volta e entrei em meu quarto bufando. — Idiota.

Droga Luke, droga. Agora ele vai dizer para os nossos pais que você dormiu na casa do Michael. Por que você foi dizer aquilo?

my brother's friend ♢ mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora