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Por que mesmo eu estou esperando Michael na minha janela?

Ah, é porque eu sou trouxa.

Assim que terminei de me arrumar me sentei na janela e fiquei olhando para a rua, na esperança de encontrar uma moto preta. Faz um tempo que já deu nove horas e eu estou me cansando de olhar para essa rua, ela não é nada movimentada e um cara já deu umas cinco voltas, ele é louco de fazer caminhada nesse frio.

Vi uma luz se aproximando e presumi ser um farol. Ao mesmo tempo em que eu queria que fosse Michael eu não queria, apenas para tirar essas roupas apertadas e dormir pelo resto da noite. Eu nunca usei essa calça skinny preta e agora me lembro bem o motivo, nem saí de casa e já quero me livrar dela.

A moto parou do outro lado da rua e eu vi um garoto de cabelos pretos — e o resto da roupa também, que emo — atravessando a rua.

Enquanto Michael se aproximava eu aproveitava para começar a descer a janela, eu precisava andar pelo telhado do outro andar e descer uma árvore, é nessas horas que eu queria ter uma casa de um andar só. Quando eu estava a alguns centímetros do chão Michael me pegou no colo e me pôs em pé na sua frente.

— Você tá lindo. — Ele sorriu e eu o olhei de cima a baixo, meu Deus um dia ele vai me matar por usar essa jaqueta de couro.

— Obrigado. Você... Você também. — Comecei a andar e quando estava prestes a atravessar a rua o garoto me puxou pela mão, me virando.

— Não vai me dar um beijo? — Neguei com a cabeça e ele revirou os olhos, me beijando mesmo assim.

— Vamos logo Michael. — Me afastei e rapidamente atravessei a rua, indo até sua moto.

-

Quando chegamos à festa eu já quis ir embora. Cheiro de suor e de cigarro, pessoas gritando, se beijando pelos cantos e algumas coisas bizarras não são muito agradáveis pra mim. É esse tipo de festa que Calum quer frequentar?

Michael cumprimentava várias pessoas e eu apenas continuava lá encolhido ao seu lado, às vezes alguns olhavam bem nos meus olhos e apenas fingiam que eu não existia depois.

— Eu vou pegar alguma coisa pra beber. — Michael soltou minha mão pela primeira vez desde que entramos na casa.

— Eu não quero nada que tenha álcool. — Falei alto pela música estridente.

— Então quer um refrigerante? — Assenti e ele riu — Eu estava te zoando, não tem nada sem álcool aqui.

— Eu vou passar sede?

— Então eu vou trazer água pra você. — Antes que eu pudesse protestar ele sumiu no meio de todas aquelas pessoas.

Procurei algum lugar para me sentar e só encontrei um sofá que havia duas garotas se beijando, eu não estava a fim de ficar em pé então me sentei ao lado delas, mas o mais longe possível.

Olhei para elas por alguns segundos e elas separaram um beijo, a de cabelos vermelhos disse com um sorriso malicioso:

— Tá gostando loirinho? Filma que dura mais. — Eu arregalei os olhos e elas riram.

— N-Não, eu não... e-eu... — Tentei dizer algo, mas acabei desistindo e corando, olhando para outro lado. Elas pareciam ter voltado a se beijar e eu não quis olhar para conferir, nem vinte minutos nessa festa e eu já estou completamente... nem faço ideia do que eu estou.

Michael voltou depois de um tempo e me encontrou no sofá, ele não havia trago a água como tinha dito, eu estava ficando com fome e sede e nem podia beber um único copo d'água.

my brother's friend ♢ mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora