Hospital

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Pov. Hermione Granger

Sabe quando você tem a sensação de estar num sonho? Um sonho ruim, onde você não apenas quer acordar, mas que acaba sentindo toda aquela dor? É exatamente como eu me sentia...

Era como se meus olhos tivessem pesando toneladas, meu corpo com aquela sensação de anestesia que eu conhecia bem quando meus pais me obrigavam a consultar no consultório deles. Tentei mexer e um desconforto tomou conta do meu corpo. A morte não pode ser tão desconfortável assim... Não, não era para mim estar sentindo nada naquele momento, apenas uma das milhares de crenças que eu já havia escutado falar do que vinha após a morte... Nenhuma delas, pelo que me lembro, falava de ainda sentir dor, desconforto, pelo menos não desse jeito... Então eu não estava morta. Conclui com felicidade.

Lutando contra as toneladas escutei um barulho irritante Pi Pi Pi... Aquilo era tão trouxa, como nos filmes onde a donzela ou o herói acordava com esse barulho irritante na cama de um hospital após salvar o mundo ou o amado(a). Mas eu não conseguia me lembrar de estar num hospital... Não... Eu estava morrendo. Eu tinha desistido de resistir a dor. Mas aí eu me lembrei da voz...

Aquela voz rouca que soava tão desesperada chamando meu nome. Eu havia pedido todos os meus dias naquela cela que escutasse aquela voz. A voz de Draco.

Pi Pi Pi Pi...

Alguém, por favor, poderia desliga essa merda?

Fiz mais forças do que pensei ser possível para tentar abrir os olhos, lutando contra aquela tonelada que os mantinham fechados.

Então eu acordei.

Então eu abri os olhos.

Então me arrependi!

A luz branca daquele lugar queimou minha vista, eu não estava acostumada com aquele tipo de luz. Havia ficado 36 dias numa cela onde saia apenas vez ou outra e me sentia incomodada com o pouco sol do inverno...

Tentei levar um braço no rosto, mas ele estava sendo segurado por alguma coisa. Virei um pouco a cabeça para ver quem era e o barulho do monitor cardíaco aumentou num ritmo ainda maior. Eu reconheceria aqueles cabelos loiros bagunçados em qualquer lugar e ele estava debruçado na cama do que parecia ser um quarto de hospital, segurando minha mão dormindo.

—Draco! – Minha voz saiu extremamente baixa e rouca.

Ele se mexeu virando para a cabeça para o outro lado, virando seu rosto para mim, mas sem acordar. Parecia tão abatido, tão cansado como se aquela fosse a primeira vez que ele dormisse em dias. Tive vontade de arrancar todas aquelas coisas que estavam em mim apenas para puxa-lo para deitar aqui também.

Um sorriso se formou em meus lábios que pareciam estar tão secos... Ele ainda sim estava lindo. Lindo para Draco Malfoy é pouco. Ele estava perfeito! A testa meia franzida, a boca entreaberta, o cabelo bagunçado... Extremamente sexy. Até numa cama de hospital eu nunca deixaria de me sentir atraída por ele.

Eu não sei quanto tempo eu fiquei assim, mas eu sentia que podia ficar olhando para ele para sempre. Minha garganta era a única coisa que me incomodava bastante, eu estava com vontade de tomar água, muita água... Tentei não fazer barulho perto dele, mas a secura me fez tossir e foi como se cada pedaço do meu corpo doesse com isso, principalmente meu abdome. Gemi ao tocar nele com outra mão.

Tapei minha boca quando percebi que ele se mexeu, fiquei bem parada, o que não era muito difícil já que eu estava deitada. Mas aos poucos ficar daquele jeito doía minhas costas, a sensação de anestesia ia passando e alguns lugares do meu corpo me incomodavam um pouco, mas eu não iria acorda-lo, mesmo sabendo que aquela posição ia acabar com as costas dele também.

Dramione- FotografiasOnde histórias criam vida. Descubra agora