A Ilha / Revolução

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Pov. Hermione Granger

IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

Os dias... Os dias se passavam e com eles, meu cansaço aumentava. Se não fizesse os riscos na parede toda vez que ia me deitar, estaria completamente perdida no tempo. Melgaço tinha cumprido sua promessa, todos os dias chegava comida para mim na hora do almoço e jantar enquanto ele estava fora.

Eu não sei se algo tinha dado certo, ou errado, mas já estava fazendo mais de sete dias que não o via e que ele não aparecia por aqui me mandando convites para as refeições, e eu esperava que ele morresse por lá e me deixasse em paz.

Theo e Simas, naquele dia que almocei com Melgaço, haviam conversado com Aline. A garota estava meio resistente, é obvio, depois de tudo que ela estava sendo obrigada a passar era compreensível, mas acabou aceitando nos ajudar no que fosse possível.

Eu quase nunca falava com ela, e ela parecia ter a mesma resistência em relação a mim. Geralmente era com Theo, ou com Simas que ela conversava durante poucos segundos enquanto a porta lá em cima ficava aberta esperando para ela voltar. Eu não sabia se ela estava aproveitando que Melgaço estava fora ou não, mas pelo menos minha marmita e a de Simas vinham bem mais cheias para que pudéssemos dividir com Theo, que não recebia nenhuma.

Os dias aqui eram como se fosse meu inferno particular. Meus livros, por mais que eu os amasse ainda sim não era o suficiente para me tirar do tédio, minhas lembranças e a saudade viraram meus inimigos mortais porque cada vez que eu me apegava a elas eu caia num buraco profundo de sofrimento e dor.

Eu queria estar ao lado de Draco agora, estar com ele e ajuda-lo a proteger as duas pessoas que ambos mais amávamos. Com o tempo eu já não sentia mais fome, não porque eu recebia minha própria comida, mas porque eu já não tinha mais apetite suficiente para isso não era aqui que eu deveria estar, não era essa comida que eu queria comer...

Eu apenas me afundava...

E sempre que eu sentia que minhas forças estavam indo, que estava no mais profundo buraco, eu via duas mãos estendidas para me puxar de lá e me arrancar pra fora, mesmo que eu caísse nele um milhão de vezes, a mão de Simas e surpreendentemente, a mão de Theo.

É claro que lhes contei sobre o que Melgaço queria com os gêmeos, Theo não pareceu muito chocado, mas a reação de Simas foi a mesma que eu sabia que nossos outros amigos teriam. Ele ficou assustado, indignado e com medo. Exatamente como eu também me sentia, acrescentando apenas a desesperança porque de certa forma eu tinha desistido de sair dali tão cedo...

Tirando-me dos meus devaneios, um grande alvoroço foi ouvido do lado de fora, mas precisamente perto das grades encostadas no chão, para nós, o teto. Eu estava deitada no chão da cela, Theo e Simas cada um na sua cama e assim que escutaram se levantaram também.

Por um segundo eu tive esperanças... Mas elas morreram ao ouvir que os gritos de sustos, foram substituídos por risos e divertimento.

—Merda! – Exclamei furiosa.

Os dois me olharam e pude ver que eles estavam pensando a mesma coisa que eu minutos atrás... Não era tão simples assim, não poderíamos contar simplesmente que Harry Potter iria aparecer aqui sem nem ter ideia de onde estávamos. Se eu acreditava em magia? Claro que sim, eu sou bruxa. Se eu acreditava em milagres? Hoje? Não, com certeza não.

Milagre para mim hoje, nesse inferno, era conseguir dormir numa cama de casal ao lado do Draco ou estar sentada numa mesa grande de jantar com Enzo e Sophia... Não estar numa cela, onde estávamos vivos por "conveniência".

Dramione- FotografiasOnde histórias criam vida. Descubra agora