A importância do Sangue

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Pov. Hermione Granger

Por incrível que pareça Melgaço havia mandado uma marmita para mim também naquela noite, menos para Theo. Qual era o problema de Fabricio Melgaço? O babaca parece que tinha prazer em deixar os outros com fome.

Não foi Aline que levou a comida, François que havia trazido. Theo disse que estava bem e que havia comido mais cedo, mas mesmo assim eu me preocupei com ele, estava muito fraco por causa da maldição.

Quase não preguei o olho naquela noite, tudo ainda muito fresco na minha mente... Principalmente Alice... Eu não me confundia com aqueles nomes porque para mim, mesmo sem conhecer Aline, ela e sua irmã tinham personalidades completamente diferentes.

Alice era uma vadia, uma bandida manipuladora que de santa só tinha a cara de boa moça e o ar de adolescente. Aline era uma mulher boa, que apesar de tudo sacrificou sua "carreira" para salvar a vida de algumas pessoas, e mesmo não conseguindo ainda merecia o mérito pelo que fez.

No meio da noite um bater de dentes me despertou dos poucos minutos de sono e eu me levantei, verifiquei a temperatura de Theo e sua testa parecia queimar feito brasa. Molhei bem a mesma blusa que eu havia passado nos seus hematomas e coloquei sobre a sua testa lhe dando o resto que eu tinha de "dipirona" sem ele ao menos acordar. Peguei meu cobertor e joguei sobre ele e me sentei com os joelhos encolhidos nos pés da minha cama para vigia-lo caso ele desse alguma convulsão noturna.

Levantei apenas mais duas vezes após isso... Eu me lembrava das dores que percorreram pelo meu corpo quando eu estava no chalé de Gui e Fléur depois que fui torturada por Bellatrix. Fléur tinha feito a mesma coisa comigo e me enrolado em alguns cobertores, Rony havia ficado ao meu lado dormindo na poltrona do quarto durante algum tempo enquanto Harry cavava a cova de Dobby. Eu havia dado febre, Fléur, na época, não sabia o que havia acontecido, mas havia me feito um chá de ervas enquanto um pano molhado ficava sobre a minha testa... Talvez fosse isso que eu estivesse aqui, tão preocupada com uma pessoa que eu pouco conhecia.

Ou talvez, fosse o fato de Theodore Nott me lembrar tanto Draco Malfoy... Os dois eram sangues puros, filhos de comensais que não tiveram escolhas. Apesar de Theo parecer mais bem humorado, ele me trazia a sensação boa de Draco, era como se eu tivesse um pedacinho dele comigo agora...

Era estranho pensar nele, eu não sabia o que estava acontecendo lá durante todo esse tempo.

Draco. Como foi que eu passei a gostar tanto assim dele? Theo estava certo, erámos tão opostos.

Quando mais nova, nunca reparei nem senti nada por ele que simbolizasse paixão. Apenas a mesma repulsa que ele parecia sentir por mim na época, talvez se eu tivesse voltado para Hogwarts para terminar o sétimo ano o sentimento fosse diferente, mas assim como Rony e Harry, eu fugi de lá enquanto ele voltou.

Draco foi corajoso, enfrentou o próprio veneno de cabeça erguida, o cara preconceituoso havia se tornado o cara que sofria o preconceito... Ele mudou. Isto era obvio e eu pude notar desde os primeiros dias que nos reencontramos, mas alguma coisa em nós tinha dado errado, ou certo demais dependendo o ponto de vista.

Toda aquela rivalidade, toda aquela oposição que sentíamos um pelo outro se tornou algo forte, atração. A pessoa que eu não gostava se tornou a pessoa que eu confiava meus bens mais preciosos... Enzo e Sophia. Falar deles, pensar deles era doloroso.

Como eu podia ficar tanto tempo longe dos dois pequenos? Aquela dor no meu peito parecia não ter tamanho nem fim, eles estava tão longe de mim... Eu não os tinha nos meus braços, não, eles estavam nos braços de Draco e apesar de tudo era isso que me dava certo conforto. Eu sabia que ele os protegeria, eu sabia que Enzo e Sophia ficariam seguros com ele, porque assim como eu, Draco mataria e morreria pelos dois.

Dramione- FotografiasOnde histórias criam vida. Descubra agora