Pov. Hermione Granger
Os meus olhos percorreram por toda a imensa sala dos Malfoy, eu me lembrava de cada detalhe daquele lugar que tanto aterrorizou meus sonhos. Caminhei pela sala devagar sentindo o piso em que fui jogada e o local que onde fui torturada, nunca consegui me esquecer daquilo, nem um único dia sequer.
Mesmo a casa estando diferente, mais clara e aberta, ainda sim era aquele local que passei um dos piores momentos da minha vida. Agachei-me encostando um joelho no chão e passei a mão no assoalho que tanto me contorci, o assoalho que minhas lágrimas escorriam enquanto meu corpo inteiro sofria com a maldição Cruciatus lançada por Bellatrix.
Era tudo tão vivido que eu tinha certeza que se fechasse os olhos podia ser levada através do tempo para aquele mesmo local. Eu poderia ouvir Bellatrix me xingando, gritando no pé do meu ouvido, os gritos desesperados de Rony chamando pelo meu nome preocupado comigo enquanto era levado junto com Harry para o calabouço.
A dor que senti naquele dia foi a pior que se podia sentir. Da guerra era essa minha pior lembrança junto com a morte de Fred, Remo e Tonks. Nunca me senti tão humilhada e nunca senti tanto orgulho de ser nascida trouxa como senti naquele dia, porque nada que Bellatrix fizesse ou falasse mudaria o que eu era de verdade. Sim eu sou uma Sangue Ruim. Mas sou a sangue ruim que ajudou derrotar Voldemort ao lado do mestiço e do traidor de Sangue.
A cicatriz em meu braço pareceu queimar ao me lembrar daqueles momentos, da maldição destroçando meu corpo, o revirando do avesso enquanto aquelas palavras eram escritas a força em meu braço: Sangue Ruim.
Eu sempre levarei essa palavra com orgulho, mas a dor que senti naquela noite nunca vai ser superada. Não foi uma maldição de dois minutos, foram várias por vários e vários minutos seguidos atingindo meu corpo até o momento que pensei em desistir de tudo e enfim apareceram meus amigos. Nunca fiquei tão feliz em ver Rony e Harry como naquele momento. Foi ali que mais os amei, porque foram eles que me livrou daquele momento, que me libertou das dores que percorriam meu corpo.
Abri meus olhos assim que senti duas mãos tocarem o meu resto, duas mãos gordinhas cada uma tocando um lado limpando as lágrimas que eu nem sabia que tinha escorrido.
—Eu amo vocês – Falei.
—Também te amamos mamãe – Falaram juntos.
Beijei a palma da mão de cada um e me levantei, meu rosto já estava seco, os dois fizeram questão de limpar. Mais um motivo para amar Harry e Rony, se eles não tivessem me salvado eu nunca passaria por aquele momento, eu nunca teria Enzo e Sophia ao meu lado.
—Mamãe precisa falar com a vó de vocês. Fiquem com a Maria e logo vamos embora.
—A senhora vai ficar bem? – Enzo perguntou todo protetor.
—Eu estou bem.
A contra gosto os dois voltaram para a cozinha. Me senti uma idiota por deixa-los me ver naquele estado, tão exposta, tão frágil... Eu não era nada disso. Aquele lugar arrancava apenas as minhas piores lembranças. Passei a mão pelos meus cabelos e prendi num coque improvisado, quando senti outra mão tocar meu ombro, uma mão grande e conhecida.
—Hermione – Draco me chamou, sua voz rouca preocupada – eu não sabia que seria tão difícil para você voltar aqui.
—Não tem nada de difícil aqui – Menti.
Olhei para a mulher parada na porta do escritório e vi que ela me encarava de novo muito séria como sempre. Não era com olhares de nojo ou contragosto, eu via nos olhos duros de Narcisa muita culpa e mesmo eu querendo consola-la e pedir a ela para não se importar com o passado, eu não conseguia.
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Dramione- Fotografias
Fiksi PenggemarO que restou depois da Guerra? A vida voltou ao normal para todo mundo menos para Hermione Granger, o passado continua a perturbá-la, a menina doce e sabe tudo cresceu e virou uma mulher incrivelmente bonita e confiante, mas que para fugir do passad...