A Terapeuta

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Pov. Hermione Granger

Foi incrível ouvir as crianças chamando Draco de pai, parece que em cada frase que elas pronunciavam tinham que ter essa palavra e falavam com tanta força e convicção do que quando falavam mãe. Era como se tivessem esperado muito para poderem dizer aquilo, e eu os entendia e apenas os deixavam curtir aquele momento.

Draco parecia meio perdido com tudo aquilo, ficava o tempo todo com um sorriso bobo nos lábios e volta e meia olhava pelo retrovisor. A promessa ainda martelava na minha mente, ele pediu para não me apaixonar por ele e eu quebrei aquela promessa tão rápido quanto prometi.

Primeiro contei para Harry e Rony assim que chegamos em casa antes de irmos para a Toca, as crianças ficaram no quarto enquanto conversávamos com eles. Draco ficou o tempo todo tenso e desferiu algumas palavras rudes antes de revelarmos tudo, mostrei a gravação para eles entenderem melhor, e no começo reagiram de formas diferentes.

Rony quase arrancou os próprios cabelos andando de um lado para o outro enquanto Harry afundou no sofá com o rosto para cima respirando fundo e confuso. Mas no fim eles fizeram apenas o que eu esperava deles, suspiraram e aceitaram que Enzo e Sophia não tinham culpa do pai que tinham e os dois descendo as escadas e se jogando no colo deles apenas ajudaram a não fazer essa comparação, porque tanto eu quanto eles, não conseguíamos ligar os gêmeos a Voldemort.

Os Weasley eu fiquei bem mais nervosa de contar, mas felizmente Draco ficou ao meu lado e assim como meus dois melhores amigos, a minha família adotiva nos entendeu. Naquelas horas que eu entendia porque o destino colocou os dois no meu caminho, eu era rodeada com as melhores pessoas do mundo, eles sempre estariam ali para nos ajudar.

Todos na Toca perceberam a mudança de Draco com as crianças, o mundo dele parecia girar ao redor deles como se fosse capaz de fazer qualquer coisa a qualquer momento apenas para protegê-los, exatamente como eu era capaz.

Depois do jantar de Natal todos foram conversar sobre o casamento de Rony e Lilá dali a dois dias, esta última era a única que não sabia a verdade, tanto Fléur, Angelina e Penélope sabiam sobre os gêmeos.

Eu não estava nem um pouco animada com esse casamento e preferi sair de fininho com Harry para conversarmos sobre a missão. Narcisa tinha nos dado muitas informações e estas serviram apenas para deixarmos a missão mais redondinha e sem brechas, e para isso teríamos que reformula-la.

Quando voltamos para a sala Draco me lançou aquele olhar "Eu quero saber" e eu o ignorei completamente. Eu não podia contar para ele, era confidencial e o pai de Enzo e Sophia ia ter que esperar para saber junto com os outros aurores que só saberiam quando estivesse tudo decidido.

Voltamos para casa, apesar da comida deliciosa, muito mais leve do que quando fomos para lá, sem todo aquele peso nas costas com medo da reação de todos. Enzo e Sophia já vieram dormindo e apenas os colocamos na cama.

—Acho que eles vão ficar bem agora – Draco fechou a porta do quarto dos dois – O pior já passou, na hora certa eles vão saber a verdade.

—E você está disposto a contar a verdade?

—Sabe aquela história que você muda quando é pai? Que quando a gente conhece esse sentimento alguma coisa se transforma sem vermos? – ele perguntou e eu apenas acenei, era tão estranho vê-lo entregue assim – Na hora certa a gente vai contar a verdade, mesmo que algumas vezes tenhamos que contar alguma mentira para protegê-los.

—Eu só não quero que eles sofram. – Falei quando ele abriu a porta do nosso quarto para entrarmos.

—Eles vão ser felizes, e isso é o que importa. Você escolheu a família perfeita para ele.

Dramione- FotografiasOnde histórias criam vida. Descubra agora