Nanda
Finalmente acabei, já estava acostumada a lidar com a papelada de sempre mas confesso que os dias de folga me deixaram lerda, meus olhos estão até ardendo e tive que dar umas pausas entre um documento e outro, sem falar que o pensamento está voando atrás do Bruno, seja lá o que esteja fazendo, estava louca para acabar e ir correndo ficar com ele agora sem preocupações, antes de ir com a Jenne até o salão, onde será realizado a coroação.
Me levanto da cadeira e estico o corpo passei nem uma hora sentada e parece que foi o dia inteiro, ouço batidas na porta e Jenne entra visivelmente furiosa e tem nas mãos um lindo buquê de flores.
- Ele foi embora.
Senti minhas pernas ficarem bambas como ele se foi depois de dizer que me ama?
- Quando foi isso Jenne?
- Agora. Voltei para cadeira ainda sem querer acreditar nas palavras de minha amiga.
- Desculpa Nanda mas essa cara é um covarde depois de tudo, ele simplesmente some depois que consegui-o o que veio buscar.
- Jenne sua sinceridade não está me ajudando em nada.
Ela me entrega as flores e senta em uma das poltronas reconhecendo que seu comentário foi forte demais. Olho para as flores e no meio delas encontro um cartão, Jenne estica o pescoço para ver melhor e eu resolvo ler em voz alta, eu nunca tive segredos para ela mesmo.
Oi amor desculpe a minha covardia.
-Eu falei. Diz Jenne me interrompendo.
- Posso continuar? Ela faz que sim com cabeça.
Passei as últimas horas, pesando numa maneira de não ter que voltar ao horror de minha casa, assim me dei conta se eu olhasse em seus olhos mais uma vez não seria capaz de cumprir com meu dever com meu povo, mas ao mesmo tempo tenho medo de não poder mais olha-los novamente, não tive tempo de te contar pessoalmente mas desconfio que meu pai não vai se contentar com o dinheiro, ele tem sede de guerra e me dá medo o que ele possa fazer, peço que tome cuidado reforce as fronteiras e fique preparada para tudo principalmente se eu falhar.
Hoje enquanto eu caminha na rua as pessoas me evitavam, isso me fez perceber que tenho que conquistar a confiança deles então farei de tudo para libertar meu povo e espero me tornar um herói para o seu, e depois disso acredito que não iram se importar que eu te peça em casamento, sei o quanto te faria infeliz contraria-los.
Tenho mais um pedido para você, de maneira nenhuma tente me ajuda, sei o quanto é teimosa mas me escute por favor, peço também cuide da minha irmã para mim, do Daniel não precisa a Jenne cuida e eu não preciso pedir.
Te amo muito
Terminei de ler com lágrimas nos olhos e a raiva havia passado, pude compreende-lo, mas a magoa por ele não ter se despedido de mim, com certeza eu acertaria isso com ele depois.
- Eu ouvi bem ou ele te pediu em casamento?
Eu só conseguia sorrir, e só pensava em encontra-lo.
- Jenne eu preciso encontra-lo.
Jenne se levanta e fica em pé na minha frente.
- Eu não vou te deixar fazer essa loucura, ele deixou bem claro que não te quer por perto, não sei o que ele pretende mas é perigoso demais. Sem falar que amanhã e sua coroação você sabe que não pode largar tudo.
Era verdade ele deixou a família para voltar e cumprir suas responsabilidades e eu tenho que fazer o mesmo, pois eu amo meu povo e tenho deveres com eles, temos que esperar tudo ser resolvido, ele sua guerra e eu com minha festa
- Você tem razão mas depois da festa eu vejo o que faço.
- Olha amiga nunca pensei que um homem mexeria tanto assim com você.
- É o amor, você sabe como é? Rimos muito e a Bya entra na sala e acaba rindo de nossas risadas mesmo sem saber o motivo. Me levanto da cadeira vou até ela e a coloco no colo e sento na poltrona ao lado da Jenne.
- Bom dia Florzinha como você está?
- Bem, e vocês? A Jenne já te falou que o Bruno foi embora?
Pude perceber que ela estava triste mais conformada.
- Sim querida, ele me deixou um bilhete.
Bya levou as mãos a cabeça como se lembrasse de algo.
- Jenne o Dan está te chamando, ele está te esperando lá no quarto dele.
- Com licença senhoras vou ver o que ele quer.
- Sim toda. Eu e a Bya acabamos falando em coro e todas rimos e Jenne nos deixa aços.
- Eu quero me despedir e agradecer a sua hospitalidade.
Eu nem tinha pensado na possibilidade dela ir embora a casa ficaria triste sem a sua alegria.
- Mas para onde vocês vão?
Ela sorrio e por um estante esqueceu a tristeza pela falta do irmão.
- O Bruno comprou um apartamento pra mim e pro Dan, como já está mobiliado resolvemos ir logo, pela primeira vez vou poder me sentir em casa e também estudar em uma escola normal e ter muitos amigos da minha idade.
- Que bom querida fico feliz por você, eu tenho uma novidade, seremos parentes. Seus olhinhos brilhavam felicidade.
- Como? Ela perguntou mais já sabia a resposta.
- Você deve ter percebido que eu e o Bruno estávamos nos dando bem.
- O Dan me contou que vocês estavam namorando, não deu tempo de eu e o Bruno conversarmos ele estava muito preocupado desde que chegamos, estou muito feliz eu ia amar se vocês se casassem.
Preferi não contar a ela o que ele havia escrito no bilhete achei que ainda é muito sedo.
- Quero que prometa que vira me visitar sempre.
- Sim, claro vou amar, agora terei uma irmã com quem conversar. Ela me abraçou e eu retribui com afeto. Coloquei ela no chão e saímos da sala de mãos dadas.
- Sabe que amanhã teremos uma grande festa temos que comprar um vestido para você.
- Nossa que legal, pela primeira vez eu vou poder ir a uma festa, meu pai nunca deixou eu ir.
Fiquei triste por ela então tive uma ideia, faria do meu dia feliz um dia incrível para ela.
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Por outro lado
RomanceNanda herdou mais que dinheiro do seu pai, recebeu o direito de governar, o amor de um povo, pelo qual dedicaria a vida. Mesmo com o passar dos anos ela nunca esqueceu as circunstâncias que levaram a morte do pai e agora ela terá a oportunidade de r...