Capítulo 17

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Eu não sei qual foi a macumba que a Liss fez, mais tenho certeza que preciso urgente do número dessa "velha chica" macumbeira.

Porque não é possível sexta-feira chegar tão rápido, e bem, ela foi a única pessoa que todo dia fazia uma oração matinal pelo amado fim de semana- ela não era a única, mas isso não vem ao caso.

Eu tinha acabado de colocar meu carro na melhor vaga do estacionamento -é a melhor porque é a mais próxima da entrada, e raramente eu chego cedo ao ponto de pegá-la.

- Alguém sabe me informar qual a primeira aula?- Eu perguntei para ninguém em específico e vejo um menino de óculos aponta para a entrada da sala.- Matemática.- eu respondo a mim mesma e Bufo.

- Não só matemática menina Nicole,  é teste surpresa de matemática.- o palhação do meu professor diz.

Eu me debruçou sobre a mesa, fecho os olhos e solto um urro de indignação.

Como pode? Mal voltamos a estudar e já tem teste.
Liss passou por mim, a indignação em pessoa.

- Inferno! Como pode isso amigaaa?
A olhei de soslaio.

- Sua macumba foi mal feita.

Ela me olhou e não pareceu intender, eu virei para frente e encarei o infeliz teste.

Que coisa do capeta! Eu passei horas "batendo-cabeça" com contas intermináveis e que no fim davam 0.
Pelo amor de Deus né!

Eu sai da escola direto para casa, almocei, dormir e acordei pronta para mais uma tarde de ensaio.
Tomei banho e vesti um short jeans, um biquíni preto com uma blusa regata de lateral cavada, calçei meu vans e resolvi usar o boné que Héctor me deu de presente.

Hoje após o ensaio eu iria andar de skate no calçadão, estava meia enferrujada, e claro aproveitaria para dar um mergulho no meu amor verdadeiro.

Peguei o skate e pus no porta mala e sai em direção a mais uma tarde na escola.

Subi e ao chegar lá encontrei um Leonardo puto da vida.

- Já não era hora hein senhorita?

- Ainda falta um minuto para o começo do ensaio. - Respondo após checar as horas.

Ele revira os olhos e continua cantarolando algo junto ao piano.

Eu vi que não seria eu a me atrasar e me sentei no chão com o celular em mãos. 20 minutos depois entra um Héctor ofegante, com os tênis em uma mão e a mochila em outra.  Ele vestia uma t-shirt e uma calça de moleton, seu cabelo pingava e eu tinha certeza que ele estava no treino.

- Ora ora, pensei que a donzela não fosse aparecer hoje.- alfinetou Léo.

- Cuidado para não morder a língua Leonardo. - Ele respondeu e entrou pouco se importado para o comentário azedo do coreógrafo.

Vejo Léo ficar vermelho e sair da sala, Héctor rir e para na minha frente.

- Por sinal, curti muito seu boné. Garota má.

Eu ri porque isso foi meio patético,  ele escolheu, ele comprou , ele me deu e fica com esse papinho meia-boca.

Nosso amado coreógrafo entra com um cabide que continha algo que era coberto por uma capa preta.
Ele para na minha frente,  pede para me levantar e estende o cabide quase na minha "Cara".

- O que é isso?  - Eu pergunto.

- Vá até o banheiro e vista agora! Ah, e toma aqui também.- ele me dá um par de salto super alto.

Operação PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora