Capítulo 12

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Depois de passar o resto da tarde trancada no quarto adormeci e acordei na manhã seguinte com o quarto vazio. Era domingo então deduzi que as meninas estavam no pátio ou lá fora perto do lago. Me vesti notando que meus pulsos ainda doíam e abri a porta do quarto.

Quando cheguei no corredor o que vi me surpreendeu. Escorado na barreira que ficava entre o início do corredor e o topo da escada Alfonso dormia. Me aproximei e vi seu rosto encostado na janela, as costas apoiadas na barreira feita para impedir os meninos de chegar ao quarto das meninas.

Sorri tentando entender o que aquilo significava e toquei seu ombro.

- Poncho!



Eu estava sonhando com a Any quando a voz dela e seu toque macio me chamando fizeram eu acordar.

- Any! - sorri ajeitando meu óculos enquanto me colocava em pé.

- Por que estava cochilando aqui?! - ela sorriu.

- Não estava cochilando eu dormi essa noite aqui. - respondi sem jeito e abaixei os olhos mal conseguindo olhar pra ela.

- Você passou a noite toda aqui?! - ela sorriu com ternura e preocupação.

- Sim, eu queria dormir ao lado da sua cama como fiz na enfermaria, mas os feitiços não deixaram. Aqui foi o mais perto que eu consegui chegar. - apontei o topo da escada e abaixei a cabeça constrangido.

- Poncho?! - ela me chamou e ergui o rosto pra encará-la, ainda me sentindo culpado. - Por que você sempre cuida de mim assim?

- Assim como?! - perguntei sentindo meu rosto pegar fogo.

- Com tanta dedicação e preocupação. Você não é assim com a Mai e a Dulce, você se preocupa, mas é diferente. Você sempre me tratou de uma forma especial. Por quê?! - ela deu um passo à frente se aproximando de mim.

- Eu não sei! - menti dando de ombros. - Acho que gosto demais de você.

Any sorriu e me abraçou com tanta força que eu cheguei a estranhar. Incapaz de resistir acariciei os cabelos dela e fechei os olhos voltando pra noite retrasada.

- Também gosto demais de você. - ela sussurrou e continuou me abraçando, aquilo me fez sorrir.

"Talvez me odiasse se soubesse o que eu fiz!", a culpa me cutucou.

- Você ta bem? - me afastei dela.

- Eu vou ficar. - ela sorriu e já não parecia mais tão assustada quanto na tarde anterior.

- Que bom só de pensar no que aquele idiota tentou fazer. - cerrei os punhos e suspirei abaixando a cabeça.

- Poncho! - ela me chamou estreitando as sobrancelhas.

- Oi! - sorri a olhando.

Any abriu a boca pra dizer alguma coisa, mas se calou e continuou me olhando. Seu rosto ficou sério e estranhei o jeito como ela me encarou.

Do nada e sem qualquer aviso prévio ela me beijou. Eu. Alfonso. Seu melhor amigo.



Meu coração disparou com aquele beijo, mas me afastei assim que me dei conta do que estava fazendo.

- Ai não, Poncho! - me afastei dele até minhas costas baterem na parede.

- Any! - ele me encarou pasmo e deu um passo na minha direção.

- Me perdoa, eu não sei o que me deu pra beijar você, eu devo ta ficando maluca. - minhas mãos tremiam quando cobri meus lábios.

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