Battlefield: The Beggining [Zerrie]

7. Trust

"O que parecia uma boa ideia se transformou em um campo de batalha"

- Zayn porra cadê você? Será que eu vou ter que abandonar o galpão pra ir te buscar? Os caras vão ficar furiosos se chegarem aqui e eu estar sozinho - Anthony gritava através do telefone.

- Calma, tô saindo de casa, só preciso ligar o carro - disse Zayn tentando o acalmar enquanto procurava uma blusa de frio descente no guarda roupa.

- Acho bom mesmo Malik, senão vou jogar a culpa toda pra cima de você - o amigo disse e sem dar tempo para resposta desligou o telefone.

Zayn vestiu uma blusa aberta azul marinho por cima da camisa verde clara e desceu, as irmãs estavam assistindo TV na sala e nem perceberam ele a atravessar para ir até a cozinha.

- Mãe preciso da chave do seu carro - ele foi direto ao ponto parando ao lado da mãe.

- De novo? Querido eu confio em você, mas estou começando a ficar preocupada com essas suas saídas. Você já viu as horas? Zayn é muito perigoso eu deixar você dirigindo assim.

- Eu vou tomar cuidado, prometo, eu estou quase me formando e não vou precisar mais te pedir ele. Por favor! - ele implorou e a mãe balançou a cabeça negativamente.

- Não é pelo carro meu bem, e sim pela sua segurança. - ela disse voltando a passar o café e Zayn deu um chute no ar chateado - A chave está no lugar de sempre, não se esqueça que você tem aula amanhã!

- Você é a melhor dona Trisha! Amanhã não tem nada no colégio então provavelmente vou dormir até mais tarde - ele falou beijando seu rosto e indo em direção ao chaveiro.

- Se Perrie ligar digo o que a ela?

- Que eu fui andar atoa, só não diz que tô de carro pra ela não enlouquecer - Zayn falou e saiu até a garagem.

Sentou no banco do motorista e jogou a carteira no porta luvas, apalpou os bolsos da calça e percebeu que tinha esquecido o celular. Olhou pela janela e viu que o pai estava com a mãe na cozinha, provavelmente estaria explicando pra ele o por que de ter o deixado sair, então Zayn ignorou a falta do celular e deu partida no carro deixando a garagem.

Zayn deixou o carro no estacionamento do lugar, quando saiu viu que algumas luzes já brilhavam em torno do velho galpão. Ele se olhou pelo retrovisor e deu uma ultima ajeitada no cabelo entrando no lugar indo a procura do amigo.

- Graças aos deuses que você apareceu, chefão ligou falando que os convidados já vão chegar, eu inventei que você estava no banheiro pra que ele não quisesse falar com você. Desde quando você se tornou tão importante? - Anthony disse.

- Não faço a mínima ideia. Mas tá tudo sob controle? - perguntou Zayn olhando em volta.

- Claro porque eu já estou aqui há uma hora e meia. Agora vem que você tem que me ajudar a carregar umas caixas de bebidas lá pra cima - disse e puxou Zayn pelo braço até a parte de trás do galpão.

Ficaram arrumando alguns detalhes e colocando coisas no lugar durante um tempo, os carros já iam ocupando o quarteirão e a entrada do prédio, homens de preto e mulheres com vestidos elegantes ultrapassavam a porta já pegando taças das mãos dos garçons que começavam a rondar o lugar.

Zayn estava sentando em uma escada velha sem saída observando o lugar quando alguém esticou uma lata de cerveja em sua direção.

- Eu não bebo - murmurou ele negando.

- Um adolescente que não bebe em meio a um lugar onde só se tem bebida... interessante e surpreendente Sr. Malik - Zayn se virou e viu com quem estava tendo aquela conversa, seu "chefe" o encarava com os braços para trás.

- Eu não tenho o costume senhor - Zayn falou se aconchegando de frente para o homem de meia idade com bafo de leão.

- Sabe, me impressiono cada dia mais com sua lealdade. Muitos de vocês fogem depois de semanas e o senhor permanece durante um ano e meio. Pena que irei o perder para a faculdade, será de tamanha falta - o homem continuava com a mesma postura mas agora tinha um meio sorriso no rosto, Zayn assentiu

- Eu tive minhas necessidades durante esse tempo, não fiquei porque gostava.

- Melhor pensar assim, espero ver o senhor em breve quem sabe comandando os negócios

- Isso é algo praticamente impossível de acontecer, mas agradeço a confiança - Zayn queria xingá-lo, mas foi educado ao responder.

O homem riu e deixou a lata no pé da escada onde Zayn estava, saiu andando e Zayn continuou vendo a movimentação.

- Perrie Louise você não deveria estar estudando? - Katherine rosnou atendendo o telefone.

- Eu já estudei Kath, mas não consegui avisar Zayn que tem prova amanhã e ele vai se ferrar, o que eu faço? - Perrie disse andando de um lado ao outro do quarto, ligou para Zayn dezenas de vezes e ele nunca atendia.

- Deixa ele se ferrar, ou dê cola para ele - Kath disse tranquilamente e Perrie parou em frente ao espelho com a cara nada boa.

- É prova de literatura, texto, e etc... não tem como simplesmente eu escrever uma redação pra ele. Eu quero bater nele com todas as minhas forças - ela colocou a mão na testa e respirou fundo.

- O seu problema é que você está agindo como se ele fosse um bebê no ensino médio. Ele tem que aprender as responsabilidades dele, ele é bem grandinho não acha Perrie?

- Tudo bem olha, eu vou deitar e dormir e amanhã vejo o que eu faço. Mas nada me impede de me preocupar e sentir medo dele reprovar, eu não sei vou querer sair da cidade sem ele - Perrie estava com a voz de choro e Katherine se sentia irritada com toda aquela situação, respirou fundo e finalizou.

- Descanse Per, mas saiba que você consegue qualquer coisa com ou sem ele. Vai dar tudo certo.

- Obrigada, amanhã a gente conversa - falou Perrie e desligou.

Ela se jogou na cama e ficou olhando para o teto já coberta, suspirou e olhou para o celular esperando retorno mas até aquele momento não tinha nada, então desligou o telefone e se virou esperando deixar aquela preocupação de lado.

O problema é que quando se ama muito alguém você não espera que simplesmente esqueça, espera que tudo se resolva. De um lado Perrie se sentia preocupada e aflita sem noticias ou algum alivio, do outro Zayn queria avisá-la que estava tudo bem, mas sua cabeça se confundia com a batida da música alta e com os gritos dos bêbados do salão. Era tão difícil cuidar de alguém assim?