Yin-Yang

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(Lauren)

O dia não havia começado bem quando fui acordada abruptamente pelos berros de Santana sobre Quinn ter deixado a janela do quarto aberta. Frequentei as aulas de mau humor e ignorei Camila como manda meu protocolo de sobrevivência. Estava envergonhada — por mais que jamais fosse admiti-lo em voz alta —, de ter sido pega em um momento de fraqueza. Por incrível que pareça, ela não correu atrás de mim ou me deu lições de moral, apenas ficou lá sentada com a cara emburrada e às vezes olhares furtivos até mim. 

Enquanto aos alunos, o assunto era dividido entre torcer ou não para uma Sonserina e a misteriosa escolha do cálice com o nome de Potter. Bartô Crouch foi bem claro quanto às regras, o garoto não poderia voltar atrás e desistir, ele agora era um de nós. Seja como for, ele foi bem inocente ao se inscrever sabendo que não tem maturidade o suficiente para tal competição, e se o que ele diz é verdade, alguém estava infiltrado naquela escola tentando mata-lo.

Continuei encostada na grande janela observando o grupo de garotas de Beauxbatons conversarem no jardim, Fleur parecia uma garota delicada demais para o torneio no meu ponto de vista, e Vitor um cabeça de vento.

Eram fracos concorrentes.

— Eu preciso que você seja clara comigo, Lauren. Por que se inscreveu no Torneio? — Dumbledore perguntou.

Ele estava parado logo atrás de mim me observando. Era mais uma de nossas reuniões sem fundamento onde ele questionava meu estilo de vida.

— Nem tudo existe um porque. — respondi enfática, sem tirar os olhos da janela. — O senhor deveria se preocupar com Potter, ele sim estará em problemas.

Pelo reflexo do espelho, pude vê-lo caminhando de um lado para o outro com os braços para trás.

— Eu me preocupo com os dois. Acredito em Harry quando ele diz que não colocou o nome no cálice, mas não acredito em você quando diz que se inscreveu sem motivo.

Ele tinha essa coisa de entrar na sua mente e arrancar coisas sem que você perceba. Draco diz que eu deveria odiá-lo por ser da Ordem que matou meus pais, mas a verdade é que não os culpo por fazer o trabalho deles. Meus pais é que escondiam fugitivos, eles resistiram, sou madura o suficiente para assumir isso. Desde que entrei nessa escola, Dumbledore tem me acompanhado e sido bom comigo, por mais que eu odeie admitir, existe um laço entre nós como se ele fosse o único amigo a quem eu pudesse confiar nesse lugar.

— Só quero testar os limites do meu poder. Sou um animal enjaulado sem saber o que sou e minha verdadeira capacidade. Um pouco de desafio vai me fazer bem, e se por ventura eu acabar morta, não será um problema. — suspirei contra o vidro deixando-o embaçado.

— E agora os dois garotos da profecia estão do mesmo lado. — ele concluiu, e eu me virei confusa. — Sabe, vocês dois representam Hogwarts, temo que precisem se unir.

Balancei a cabeça não acreditando que ele esperava mesmo que eu me unisse a Potter. 

— Eu estou sozinha, diretor. — protestei cerrando os olhos. — Não vou ser babá de ninguém nessa competição e pouco me importo com a profecia, o senhor sabe disso.

Admirava intensamente a paciência que aquele homem mantinha comigo. Certas vezes nem eu mesma suportava meu humor, que dirá alguém que vem tentando se infiltrar sem sucesso no meu intimo há tanto tempo. 

— Ao menos deixe que te ajudem. Deixe as pessoas que se importam aproximarem-se de você. Confie em mim, Lauren. — Ele refez seu caminho até a mesa e sentou-se procurando por algo dentro de uma caixinha. — Ah! Aqui está. Aproxime-se, deixe-me testar algo.

Another side of warOnde histórias criam vida. Descubra agora