O que há na escuridão

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(Camila)

Não sei exatamente em que momento aconteceu, só dei-me conta de que estava beijando Lauren quando suas mãos me apertaram possessivamente contra seu corpo e seus lábios macios chocaram-se contra os meus, causando aquela conhecida explosão dentro do meu peito que só acontecia quando ela me beijava. A tenda estava vazia e as pessoas ainda gritavam lá fora para Dumbledore que anunciava a vitória de todos os competidores, mas nada disso importava quando tinha Lauren prendendo-me a ela como se sua vida dependesse disso.

Nossas línguas se amavam, se acariciavam com ganancia disputando por espaço em nossas bocas famintas. Minhas mãos automaticamente se agarraram ao pescoço pálido deixando que minhas unhas fizessem um carinho gostoso que provavelmente deixaria marcas mais tarde. Lauren maltratava os meus lábios, os chupava, mordia e então voltava a acaricia-los como se tivessem o melhor néctar do mundo. Eu já não precisava esconder de mim mesma que estava desesperadamente louca por aquela garota, que estava pronta para pular no estádio e lançar meu corpo na frente do seu se isso fosse preciso. Era o meu extinto protetor, era aquela sonserina que me atraía como um viciado é atraído pela sua droga.

Minhas mãos deslizaram do pescoço para o seu peito a fim de encerrar aquele beijo que estava me deixando inebriada, mas seus braços não afrouxavam em minha cintura e seus lábios nunca abandonavam os meus.

— Lauren — falei afastando a minha boca, mas ela logo a alcançou e chupou meu lábio inferior com força, o segurando por alguns segundos entre os dentes.

Meu corpo estava em alerta, eu tremia da cabeça aos pés com os efeitos que Lauren me causava e sua possessividade sobre mim não estava ajudando em nada a manter-me consciente dos meus atos.

— Lo... — meu pedido saiu manhoso, e eu a senti sorrir em minha boca.

Filha de um trasgo, ela sabia que estava me torturando.

Lauren empurrou mais seu corpo contra o meu forçando-me a caminhar para trás ainda sem cortar o beijo. Minhas costas bateu contra o pilar de ferro da tenda e Lauren deixou sua mão direita no ferro acima da minha cabeça enquanto sua mão esquerda subia pelo meu corpo, levantando um pouco a minha camisa no caminho, arrepiando-me por inteiro. Por fim, o beijo foi encerrado quando sua mão esquerda chegou ao meu pescoço o apertando com um pouco de força e fazendo o meu corpo tencionar ao mesmo tempo em que o beijo se transformava em longos selinhos. Nossas respirações estavam ofegantes, eu continuava ludibriada, sentindo nossos peitos subirem e descerem juntos, aquela maldita nem mesmo cheirava a suor e só tinha acabado de dominar um dragão.

— Eu costumava ter demônios — ela disse de olhos ainda fechados, sua mão sem nunca abandonar o meu pescoço. — eles me visitavam todas as noites em meus sonhos desde que me conheço por gente. — Engoli em seco, minhas mãos ainda em seu peito, nossas testas coladas. Lauren abriu os olhos e me encarou, o verde esmeralda estava agora dilatado, sombrio, mais atrativo do que antes. — Então eu conheci você, e tudo o que sonho desde então é com o seu sorriso — Ela passou o polegar sobre meus lábios os admirando com devoção. — sua pele macia e seus olhos. — Estendeu as caricias por todo o meu rosto fazendo-me corar furiosamente. — O que você está fazendo comigo, Camila? Por que você, e só você, pode espantar os meus demônios?

Dei um meio sorriso disfarçando a minha timidez, meus olhos caíram para os nossos pés.

— Eu posso te ajudar com seus demônios, Lauren. Eu quero fazer isso, mesmo que você seja uma estúpida na maioria das vezes. — ela sorriu, era uma dessas raras vezes em que somos obrigados a memorizar aquele momento maravilhoso porque sabemos que vai demorar parar acontecer outra vez. Da mesma forma em que o seu sorriso apareceu, ele morreu lentamente como se ela se desse conta de alguma coisa. Fiquei aflita com o que pudesse estar passando em sua mente. — Por que você não abre o ovo?

Another side of warOnde histórias criam vida. Descubra agora