Baile de Inverno

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(Lauren)

Apertei meu braço esquerdo, ignorando o formigamento na maldição enclausurada na minha pele enquanto observava afoita os convidados que entravam aos poucos pela porta do grande salão. Já era noite, a entrada do castelo era enfeitada com guirlandas e tochas para guiar os convidados que chegavam em charretes. Os búlgaros usavam o típico uniforme vermelho de gala com uma capa de lado para acompanhar e as francesas estavam vestindo trajes a livre escolha. O grande salão havia se tornado um lugar congelado, literalmente, a festa com o tema inverno foi levado a sério quando até mesmo as mesas de ponches e petiscos eram feitas de gelo enfeitiçado para não derreter. Assim como os lustres, os enfeites, as paredes e o teto. Chutei alguma coisa imaginária no chão tentando disfarçar a dor que sentia no braço, mas era quase impossível com aquela queimação por baixo da faixa de gaze que eu usava como desculpa por ter cortado o braço com os cacos de um espelho.

Minha cabeça não estava pronta para estar no meio de centenas de pessoas que poderiam descobrir sobre minha maldição a qualquer momento. Eu estava muito abalada e frágil, tanto que deixara Camila cuidar de mim a tarde toda sem sentir necessidade de afastá-la. Sabia que se descobrissem sobre nós, poderiam caçá-la para me chantagear, mas o que eu poderia fazer contra meu Yang? Estamos falando de Camila, ela não me deixaria nem se eu gritasse em sua cara que a odeio.

E talvez seja isso que me faça estar cada vez mais apaixonada.

Nós almoçamos no dormitório e jantamos no mesmo. Passamos o dia trocando experiências sobre nossas vidas e falando mal de alunos e professores. Basicamente, passamos um dia de casal, daqueles que se trancam no quarto para fazer vários nadas juntos. Querendo ou não, eu havia gostado, e esse era um fato que eu precisava aceitar.

No final da tarde, Camila pediu uma capa de invisibilidade para Potter —  que eu jurava ser apenas uma lenda —, e com ela eu sai escondida da sala comunal da Grifinória.

Potter estava a poucos metros de mim com Ronald Weasley, que era o par de Dinah Jane. Com eles também estava Gina Weasley e seu par, Neville alguma coisa. Normani estava com Liam Payne da Senserina e apanhador do time de Quadribol; Quinn com Arturo Black, também da Sonserina e um dos seguidores de Dracod; Santana e Brittany estavam juntas por não serem mais um segredo para a escola, e eu com Zayn Malik, o batedor do time de Quadribol e um ótimo rapaz. É claro que ele sabia que estávamos juntos apenas por necessidade da minha presença naquele baile, nada mais que isso, até porque eu estava prendendo a todos na escadaria enquanto esperava quase impaciente no último degrau que Camila descesse. Eu queria vê-la antes de me enfiar naquele mar de pessoas e fingir estar bem.

— Eu já disse que você está estranha hoje? Porque você está. — Normani reclamou, batendo o pé. Ela usava um vestido tubinho verde musgo de uma alça, os cabelos em um coque perfeito e saltos na cor prata. — Primeiro você chega com o braço enfeixado e se recusa a visitar a ala hospitalar. Depois recusa-se a trocar-se na nossa frente, e agora está esperando sabe lá quem aparecer. Por que não diz de uma vez o que você tem?

— Não se intrometa, Normani. — fechei a cara, cruzando os braços. — Eu já disse que são assuntos pessoais, e você está aqui porque quer.

Ela abriu e fechou a boca indignada com a minha resposta, então puxou o braço de Liam o arrastando para o Grande Salão.

— Você é muito quente chutando as pessoas. — Zayn comentou no meu ouvido.

— Quer que eu chute você também? — repliquei irônica, ele me olhou assustado.

Santana riu alto sendo repreendida por Brittany, que claramente prendia o riso. Olhei de relance para Quinn, e a mesma lançava tchauzinhos para a garota Weasley que sorria sem graça da atitude de Quinn.

Another side of warOnde histórias criam vida. Descubra agora