Another side of war

Ministério da Magia

(Narrador)

Apesar dos cansativos treinamentos extras que Camila exercia a si mesma, sua determinação em encontrar Lauren era o que mantinha seu gás para continuar aturando Umbridge e suas intermináveis torturas. Duas semanas haviam se passado desde a noite em que estiveram juntas, poucas eram as noites em que a grifana dormira esperando que no meio da noite uma figura negra invadisse a casa dos gritos e a tomasse em seus braços outra vez.

— Estupefaça! Bombarda! Bombarba Máxima! Cistem Aperio! — exclamou uma sequência de feitiços letais contra o alvo de madeira que no final virou pó.

Camila respirou fundo, estava ofegante com a quantidade de horas que vinha treinando sozinha na Sala Precisa, e sempre, em todos os alvos, ela imaginava Voldemort para que seus feitiços saíssem ainda mais potentes.

Então em menos de 5 segundos outros alvos enfeitiçados para lançarem apenas Expelliarmus começaram a cercá-la flutuando como verdadeiros dementadores. Camila agiu rápido, girou o corpo lançando Bombarda no primeiro alvo e em seguida Diffindo no segundo fazendo com o que o mesmo diminuísse de tamanho e caísse no chão.

— Depulso! — lançou contra outro alvo jogando-o contra uma parede. Sentiu quando um feitiço foi lançado na sua retaguarda e, graças ao seu bom reflexo, teve tempo de abaixar e lançar estupefaça.

O último alvo caiu em pedaços ao chão deixando uma Camila em posição de luta com sua varinha empunhada, o suor ensopando seu rosto e o coração batendo à mil. O uniforme estava com os primeiros botões abertos, assim como sua gravata que estava sem o nó e os cabelos grudando no rosto; ela estava uma bagunça.

— Você está muito empenhada nisso. — uma voz soou pela sala fazendo Camila apontar a varinha prontamente ao dono da voz. Sua mão relaxou quando viu que era apenas Alycia com os braços cruzados a observando. — Por favor, não me faça um de seus alvos.

Camila limpou o suor na testa balançando a cabeça.

— Você não deveria me assustar assim, eu posso não me controlar da próxima vez. — disse séria, enquanto reunia suas coisas dentro da bolsa.

— Engraçado, eu conheço alguém que diria exatamente as mesmas palavras.

A grifana parou abruptamente o que estava fazendo para olhar Alycia diretamente nos olhos.

— O que você quer aqui? Eu já avisei que não sou a melhor companhia nos últimos tempos. — observou a loira caminhar lentamente até ela, com uma expressão calma, como se as atitudes rudes de Camila não a afetasse.

Os olhos verdes eram muito expressivos, diziam mais coisas do que a jovem grifana poderia interpretar.

— Tem certeza do que está fazendo? — indagou com cuidado. — Você treina dia e noite por alguém que você sequer sabe se quer ser salva.

Camila cerrou os olhos para as palavras da loira.

— Ela vai voltar. — disse entredentes.

Alycia continuou imóvel, sem nunca abandonar os olhos castanhos.

— Você tem certeza? — perguntou com naturalidade, e viu quando Camila apertou ainda mais a varinha na mão direita. Ela hesitou. — Foi o que pensei.

— Eu não te dei a porra do direito de se intrometer na minha vida, Alycia! — grunhiu a grifana dando um passo a frente, ficando a poucos centímetros da loira. — Então saia do meu caminho, antes que eu ataque você.

Feitiços foram disparados naquela troca de olhares intensa que aconteceu entre a lufana e a grifana. Elas se encaravam com tanta intensidade que poderiam se atracar a qualquer momento se não fosse pelo som da porta se abrindo com violência e uma Dinah ofegante passar por ela.