É o seguinte, existem quatro pessoas que vivem na minha casa (está bem, cinco, senão o cachorro fica puto). Quanto a isso, tudo normal. Há muitos tetos por aí com quatro pessoinhas perambulando por debaixo. O problema é que aqui em casa a conta em alguns momentos não bate. Acabo de voltar da cozinha, onde fui pegar um café, e não achei xícara. Por quê? Simples, porque havia oito – eu disso oito! – xícaras sujas na pia.
Quando eu era criança pequena lá em Barbacena (não, não era Barbacena, foi um chiste) e comecei a entender o mundo de forma mais lógica, podia jurar que quatro pessoas tomariam café utilizando quatro xícaras. Se ainda fosse um jantar bacana, até aceitaria uma tacinha de água na companhia da taça de vinho. Dois por um, ok. Agora, não adianta, sujar duas xícaras por pessoa não dá para compreender.
O que eu fiz? Bom, lavei uma xícara, claro. Por que não lavei as demais? Ora, porque eu decidi tomar café primeiro e lavar depois. Enfim, fui à garrafa e aconteceu uma coisa que sempre, sempre mesmo, acontece comigo (tipo Bill Murray no "Dia da Marmota"): apertei a garrafa para tirar o café e... nada. O maldito do café havia acabado. Fez aquele barulhinho, sabe? Crrrrr... Se eu soubesse não teria lavado a xícara.
Ah, que raiva! Tenho muita raiva das coisas que se repetem. E muitas coisas se repetem comigo, mas garrafa vazia de café é batata. Pior que todo mundo já sabe disso. Parece que eu tenho ímã para garrafa de café vazia. Para isso e para mulheres complicadas (se bem que "mulheres complicadas" é pleonasmo). É tão recorrente o café acabar na minha vez que quando a bendita garrafa faz "crrrrr" já escuto alguém tendo acessos de riso ao longe.
Começo a desconfiar que seja proposital. Aposto que alguém conta as xícaras de café que cabem numa garrafa (vai ver são oito), tira exatamente a quantidade e fica esperando o Beto ir lá e... crrrrr.
Mas tudo bem, ainda hei de me vingar um dia. Por hora, em sinal de protesto, não vou lavar as xícaras sujas, nem fazer mais café. Preguiça.
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O Fantástico Mundo das Quinquilharias
HumorQuando Luís Fernando Veríssimo, em uma de suas crônicas, escreve que "O assunto do cronista é sempre o próprio cronista. Ou seu próprio umbigo e suas circunstâncias", ele está, sem saber, chancelando 'O fantástico mundo das quinquilharias'. Ao l...
