POV Emma
São 19:15 já estou em casa vestindo uma regata preta e calças do meu pijama elas são verdes com bolinhas pretas.
Estou no meu quarto andando de um lado para o outro o Sammy ainda não apareceu e estou começando a pensar que ele não virá, ouço o soar da campainha e a porta abrindo, mas logo escuto:
- Ben, é pra você. Minha mãe fala gritando pois a probabilidade dele estar de fone é bem grande.
Logo escuto vozes masculinas se dirigindo ao quarto do Ben, bufo e me jogo em cima da cama. Meu celular vibra:
*Estou aqui, abre a porta.*
Desço as escadas o mais rapido possível, abro a porta e me deparo com o Sammy suado, a camisa esgaçada e um hematoma vermelho no rosto, sei que logo ficará roxo.
- Seu quarto, agora. Ele disse ofegante mas com súplica na voz.
O puxei para dentro, minha mãe viu o seu estado e olhou pra mim com os olhos arregalados, ela sabia que era melhor não perguntar nada, mas sei que terei de me explicar depois.
Subimos as escadas, entramos no meu quarto, tranquei a porta e ele se sentou na minha cama, o encarei esperando uma explicação, ele abriu a boca para falar mas então desabou e começou a chorar, eu o abracei e ele se agarrou com muita força na minha cintura, enquanto eu alisava o seu cabelo.
Demorou cerca de dez minutos até ele se acalmar, desci até a cozinha e peguei a caixa de primeiros socorros e uma jarra de água.
Quando voltei ao quarto, pude ver que ele tinha mais hematomas pelo corpo.
Ele se sentou na cadeira próxima a escrivaninha e eu comecei a limpar o seu rosto e cuidar de alguns cortes que ele tinha nos lábios, logo ele já havia bebido toda a jarra de água.
Quando terminei, sentei em sua frente e cruzeis os braços esperando ele começar a falar:
- Tudo começou quando eu era criança, depois que minha mãe abandonou meu pai e eu, ele começou a beber e cada dia mais violento. Vê essa cicatriz aqui? Ele apontou para uma cicatriz que tinha abaixo do peito esquerdo.
- Isso foi quando eu tinha doze anos, nós estávamos assistindo baseboll e o time dele perdeu, ele me bateu com garrafas de cerveja.
Ele voltou a chorar:
- Durante toda minha vida, não importa quantas vezes eu gritava para ele parar ele continuava a me bater.
- Ele me obriga a fazer essa porcaria de faculdade que eu odeio, e para os outros ele é o melhor pai do mundo.
- Por quê não contou a ninguém? Perguntei me agachando perto dele
- Eu era uma criança, eu tinhs medo e ele é polícial então oque eu podia fazer? Não tenho com quem contar, não tenho família, não tenho ninguém.. ele disse em meio aos soluços.
- Agora tem a mim. Falei lhe dando um sorriso confortador
- Eu estou fazendo aulas de teatro. Ele disse dando um breve sorriso
- O quê? Perguntei chocada
- Eu quero ser ator, mas meu pai nunca ia permitir, ele descobriu recentemente das aulas e bem, olha pra mim. Ele apontou para os hematomas que tinha no tronco.
- E se você tentasse se mudar? Sair da casa dele?
- Estou tentando, mas o salário do boliche não é grande coisa. Ele falou encolhendo os ombros.
- Você pode ficar aqui até encontrar um lugar.
- O quê? Nem pensar, não preciso de caridade.
- Sammy, você é meu amigo, aceita, por favor. Falei e olhei para os olhos inexpressivos dele.
- Ok... mas é só por um tempo, logo eu vou encontrar um lugar que eu possa pagar, obrigada.
- Não precisa agradecer, sei que um dia vai me compensar. Falei dando uma piscadinha
- Não pense que vai me beijar de novo, ouviu? Ele falou fingindo ser sério.
- Ei, não quero te beijar, aquilo foi uma necessidade. Falei em um tom de intelectual.
- Eu sei, senti seu desespero. Ele falou gargalhando.
Lhe dei um soco no braço.
- Ouch, mas e vem cá o seu namoradinho não vai implicar comigo aqui? Ele me perguntou agora falando sério.
- Ele não é meu namorado, apenas amigos... com benefícios? Perguntei segurando o riso
- Ah claro, me prometa que não vai contar à ninguem sobre o meu pai?
- Não faria isso nem sobre tortura, eu prometo. Falei fazendo sinal de juramento
Chamei minha mãe até meu quarto e explicamos oque havia acontecido, ela precisava saber da verdade, e prometeu que aquilo ficará entre nós.
Arrumamos um quarto que estava sobrando na casa, ele não era muito grande mas era um espaço bom, prometi ao Sammy que iria junto com ele falar ao pai que ele estava saindo de casa.
Estavámos subindo as escadas quando eu botei para que ele caísse:
- Ah garota, você me paga.
Saímos correndo pela casa igual duas crianças, ele me pegou e jogou por cimas dos seus ombros, comecei a fazer cócegas nele e ele se desequilibrou fazendo com que ele esbarrase na porta do quarto do Ben e caísse por cima de mim, ficamos gargalhando até a porta se abrir, quando finalmente olhei para a porta era o Cameron.
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Espero que tenham gostado :3
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We (Hiatus)
Fanfiction"Prometa que nunca irá me deixar." ▶ Todos os direitos reservados. ▶ Plágio É CRIME. ▶Esta é uma história fictícia. ▶ Toda e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.