6 - Avassalador.

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Narrado por Wander

E eu falei para Mayara, a mãe de Danilo, que me contratou para ser uma espécie de Namorado de Aluguel do seu filho: "Aceito! No que depender de mim a senhora alcançará seus objetivos. Eu serei o melhor namorado que seu filho já teve. Ele irá se apaixonar por mim novamente e em breve ele estará comendo nas suas mãos".

Dona Mayara foi às nuvens e sinceramente eu não entendi o que ela pretendia com esse plano, parecia algo bem maléfico, eu pensava "bem feito pro Danilo! Cada um tem a mãe que merece". Como eu estava precisando de dinheiro urgentemente ela me deu um cheque no valor de dez mil, no intuito de eu ir preparando-me para o serviço. Eu agradeci imensamente.

Eu saí de lá bem satisfeito e quando estava no jardim esperando o táxi que me levaria para casa, fui abordado por um rapaz estranho, que tinha uma certa aparência com o Danilo "Quem é você? O que é que você está fazendo aqui?".

"Eu sou Wanderley, meu pai era amigo da família, vim apenas falar com Dona Mayara sobre um trabalho, já estou de saída, só estou aguardando um táxi que vem me buscar". Falei estendendo à mão e tentando parecer simpático. Ele não correspondeu e fitou-me muito sério.

"Eu pensei que a Mayara tratava de trabalho na empresa, e não aqui em casa. Irei falar com ela sobre isso". Ele falava com uma falta de cortesia enorme e só não me deixei abater por causa de minha altivez.

"Desculpe, mas eu posso saber quem você é?", perguntei diretamente.

E ele com cara de mau respondeu "Embora o estranho aqui seja você, eu irei lhe dizer. Eu sou Yuri, primo do Danilo. Eu já ouvi falar muito em você nesta casa".

Eu suspirei e respondi "Desculpe amigo, mas eu não estou entendendo, eu nem frequentava esta casa, vim aqui pouquíssimas vezes com meus pais e quando era pequeno".

"Eu sei que foi você que humilhou o Danilo e ele só era um garoto. Eu só não fiz nada à época por que você foi embora do país, porém eu não esqueci e agora que você está de volta eu irei ficar de olho em você".

Ele falava em tom ameaçador e eu tentei acalmar seu ânimo "Cara, de boa, eu não vim arrumar confusão. Só vim aqui por causa de um trabalho e já estou de saída".

E ele gritou comigo "Fica longe do meu primo cara, senão eu acabo com a tua raça. Sou capaz de qualquer coisa para protegê-lo de vermes como você. Já não basta o que ele sofreu na tua mão e na mão daquele mal caráter?".

"Eu não estou sabendo de nada. O que foi que aconteceu entre ele e o outro cara?".

"Não te interessa! Fica longe do Nilo, senão eu acabo com tua vida e eu não estou brincando. Agora vaza daqui e vai esperar o táxi fora da casa". Ele deu às costas e entrou.

Não sou de me sentir ameaçado, mas não pude deixar de ficar com receio daquele cara, que falava como se me odiasse. Seu olhar pra mim saía faísca de raiva e indignação. Finalmente chegou o táxi e eu saí dali com várias dúvidas na minha cabeça.

Os dias que se passaram foram de profundas mudanças. Tivemos que mudar com urgência para um apartamento de dois quarto que o Olavo conseguiu com seu sobrinho, tudo muito simples. Eu passei a dividir meu espaço com meu irmão. Minha mãe e minha avó ficaram em outro quarto. Nenhum era suíte. Estávamos sem empregada, sem carro e sem grana. Meu padrinho pagou três meses de aluguel, conseguiu um estágio num escritório jurídico pra mim e eu ganharia um salário mínimo por mês. Estava claro na minha cabeça que eu jamais me conformaria com isso, mas aceitei pra não dá na vista.

Mayara deu-me um carro pra eu dirigir e disse que passaria pro meu nome quando atingíssemos o objetivo, bem como a compra do apartamento. Eu exigi 20% do valor combinado e ela me deu cem mil. Assim, apesar do meu padrão de vida ter caído bruscamente naquelas semanas, eu não fiquei na miséria, conseguia manter minha família com bastante conforto, assumindo-me como chefe da casa e ninguém tinha a ousadia de perguntar como eu estava conseguindo tanto dinheiro.

Namorado de aluguel. (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora