Namorado de aluguel. (Romance Gay)

#41 - Yuri e eu, um louco amor.

Narrado por Danilo

Eu não estava acreditando que ouvia aquilo da boca do meu primo. Ele olhava fundo em meus olhos com um olhar de louco "Tudo o que eu fiz foi por você Nilo, pra gente viver juntos nosso amor. Você vai entender que somos um do outro, que a nossa história é uma só. Demorou mas eu consegui ter você pra mim. Não te preocupa meu amor, Wanderley vai continuar vivo e você vai ser inocentado, mas antes, você vai ter que casar comigo!".

"Yuri, que brincadeira é essa? Você está ficando doido? Eu não estou gostando nada do teu jeito, quem está aqui na minha frente não parece nada com meu primo".

"E quem disse que eu sou teu primo Nilo? Eu sou muito mais que isso. Eu sou o homem da tua vida, eu sou teu companheiro e infelizmente você nunca percebeu isso, você nunca me deu uma chance, por isso eu tive que fazer tudo o que eu fiz, mas agora chega! Você não vai mais conseguir escapar de mim Nilo".

Eu estava me sentindo no pior dos pesadelos e questionei "Você está fazendo tudo isso por dinheiro? Eu quero saber seus motivos Yuri, ninguém pode fazer tudo o que você tá fazendo só por dinheiro".

"Eu não estou fazendo isso por dinheiro, mas se você quer saber eu vou te contar, acho mesmo que você tem o direito de saber toda a verdade Nilo, mas prepare-se para conhecer uma bela história, uma história de amor, de superação e de paixão. Tudo começou há trinta anos".

A História de Yuri

Ele começou a falar como se contasse uma história de criança "Era uma vez três lindas jovens que vieram do interior para a capital, Olívia (Mãe de Fernando Villaverde), Jurema (esposa de Olavo) e Mayara. Elas tinham a mesma idade, 18 anos. As duas primeiras foram morar na casa dos Villaverdes e casaram-se com os filhos do patrão. Já Mayara teve menos sorte e foi praticamente escravizada na casa dos Tubinambás (família de Sabrina) por anos. Enquanto as outras ascenderam socialmente, a última foi escorraçada como uma vadia, acusada de deitar com o patrão, um homem muito mais velho que ela e bastante cruel. Detalhe: Mayara estava grávida e foi praticamente obrigada a abortar a criança, mas ela se recusou e fugiu pro interior, na tentativa de salvara vida de seu filho".

"Ela recebeu abrigo na casa de sua irmã Maria, que na verdade tinha idade pra ser mãe dela e era uma mulher doente. Mayara teve a criança, mas a deixou na casa da irmã para ser criada como seu filho. Ela deu-lhe o nome de Yuri, um menino como todos diziam: lindo, esperto, mas que vivia na miséria. Você não tem ideia Nilo, de como eu era triste, como eu me sentia sozinho. Eu ouvia as pessoas cochichando que eu não era filho de Maria e eu achava que eu era um zero à esquerda. Cresci na mentira, na miséria. Minha mãe biológica mandava dinheiro sim, mas sempre às escondidas e a gente gastava tudo com remédios. Eu comecei a trabalhar muito cedo: fui ajudante de pedreiro, estivador, pescador e até trabalhei na roça".

"Quando eu completei 17 anos minha mãe adotiva adoeceu de vez e próximo do seu falecimento ela me contou tudo, principalmente quem eram meus pais. Ela morreu e eu não vacilei, vendi nosso casebre e fui pra capital atrás dos meus pais. Primeiro eu fui procurar minha mãe e descobri que ela morava em uma mansão. Eu fiz de tudo para encontrá-la, mas eu era barrado da porta de sua casa pelos empregados. Eles diziam que ela afirmava não me conhecer. O dinheiro que eu tinha foi acabando e então eu resolvi procurar meu pai, Leandro Tupinambá (Pai de Sabrina). Ele sim me acolheu, deu-me carinho e de certa forma me ajudou, mas ele estava completamente falido, não tinha como me sustentar".

"Leandro Tupinambá me orientou a como chegar na casa dos Baldinis, ele foi e continua sendo meu mentor. Foi então que eu me apresentei como sobrinho de Mayara. Eu não me anunciei para ela e sim para o marido dela, ou seja, para seu Pai Nilo, Daniel Baldini. E olha só que legal, ele me deixou entrar e fez mil perguntas para mim. Ofereceu-me comida, roupas, dinheiro e eu contei para ele que minha mãe havia morrido e que o único parente que eu tinha era Tia Mayara e eu não queria ir para um abrigo. Pedi a ele que me deixasse ficar, que eu pagaria com trabalho. Mas Daniel era um homem muito ético e me deixou ficar como alguém da família".