#28 - Amores imperfeitos.

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Narrado por Patrícia

No início da noite eu estava em casa estudando. Eu e Matheus tínhamos decidido não nos ver, pois tínhamos prova no outro dia e quando a gente se encontrava fazíamos tudo, menos estudar. Entretida em um estudo de caso eu nem ouvi meu celular tocar, mas depois vi uma mensagem. Matheus havia me ligado umas vinte vezes. Meu coração ficou apertado e quando ele atendeu percebi que a voz era do meu sogro "Oi Filha, está tudo bem contigo?".

"Seu Augusto pelo amor de Deus o que houve com o Matheus?".

Ele respirou e disse "Calma filha, aconteceu algo com o Matheus, mas você precisa ter calma. Ele sofreu um acidente e os médicos estão o examinando". Eu comecei a chorar "Ai seu augusto não me diga isso! Foi grave?". Ele respondeu "Ainda não sabemos Patrícia, mas fique calma filha ele está sendo medicado. A gente nem sabe direito o que aconteceu. Ele foi atropelado na universidade e ninguém conseguiu identificar o carro".

"Seu Augusto me diz qual o hospital, eu irei praí agora". Ele me deu o endereço e eu saí de casa correndo. Minha mãe queria ir comigo, mas eu não poderia esperá-la, pois precisava estar lá junto do meu namorado o mais urgente possível. Quando cheguei eles estavam apreensivos. Abracei a mãe dele, que estava inconsolável "Ainda bem que você está aqui Patrícia, eu estou com tanto medo que o meu menino morra minha filha". Eu tentei tirar essa ideia da cabeça dela "Nem pense nisso Dona Virgínia. Nosso Bebezão é forte, ele vai sair dessa". Ela voltou a me abraçar e foi ficando mais calma. Seu Augusto falou "O Médico está vindo, vamos manter a calma".

Para nossa sorte estava de plantão um professor do Danilo, Dr. Carlos Xavier, que tentou nos acalmar "Fiquem tranquilos o Matheus está fora de perigo. Ele também não fraturou nenhum osso, seus órgãos internos estão bem, nada de hemorragia. Ele é um touro de forte esse rapaz".

Meu sogro deu um sorriso e disse "Eu sabia! Esse é meu garoto, não é à toa que eu tenho tanto orgulho dele". O médico continuou "Mas tem uma coisa: ele bateu forte a cabeça, ele está sedado agora, mas não sabemos como será quando ele acordar. Aparentemente está tudo bem, mas se preparem, ele pode reagir de alguma maneira diferente".

"Como assim Dr.? Nosso filho pode ter alguma sequela psicológica ou psíquica?". Foi o que perguntou Dona Virgínia.

"Ele pode ter, mas pode não ter. O que estou dizendo é que vocês não devem enchê-lo de perguntas e devem se preparar para qualquer reação dele. Ele poderá aparentar apatia, euforia, mudança de humor, qualquer gesto que não seja dele próprio, mas se ele apresentar algo assim, com o tempo voltará ao normal. Amanhã faremos exames mais detalhados, mas o importante é que fisicamente ele está bem".

Só tive a reação de dizer "Ele vai ficar bem, Matheus tem a cabeça dura. Tenho certeza que ele vai amanhecer normal e eu irei dar muitos beijinhos nele".

Dr. Xavier falou "Eu aconselho vocês irem para casa. Ele está bem, está dormindo. Vocês descansam e de manhã vocês vêm pra cá". Respondi "Eu não irei arredar os pés daqui. Quero estar aqui quando ele acordar. Sei que ele vai chamar logo por mim. Mas vocês irão, qualquer coisa eu ligo". Dona Virgínia e seu Augusto quiseram ficar também, mas eu os convenci que de dia o Theus precisaria da companhia deles e era bom que eles tivesse descansados. Eles concordaram eu eu fiquei lá.

Passava um filme pela minha cabeça. Como eu amava aquele fofinho lindo. Na verdade sempre o amara e ele era o homem da minha vida. Repentinamente bateu uma fragilidade, um medo de perdê-lo. Lembrei que não tinha falado nada para o Dan, mas como Theus estava fora de perigo resolvi ligar de manhã cedinho. Nem preciso falar que ele me deu uma bronca por eu não tê-lo avisado e veio correndo encontrar comigo.

Namorado de aluguel. (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora