#32 - Um amor imbatível.

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Narrado por Matheus

Ela ficou lá com lágrimas nos olhos e olhando para o nada. Aproximei-me dela e falei "Patrícia?". Ela arregalou o olho e disse "Matheus? Você lembrou de mim?". Respondi "Ainda não. Mas eu quero e preciso ter de novo teu amor. Eu quero preencher esse vazio do meu peito e só você pode fazer isso". Ela me puxou pra junto dela "Eu te amo Matheus, você é o homem da minha vida".

Ela compreendeu o que eu queria, pegou-me pela mão e me levou para um lugar chamado Parque dos Bilhares. Um lugar de muito verde e com uma brisa suave. Fomos caminhando e ela não desgrudava suas mãos das minhas. Contei a ela sobre os sonhos que eu tive e como estava me sentindo. Patrícia disse que o primeiro não foi um sonho, foi realidade. Ela e Danilo tiveram realmente no hospital e eu tive uma crise nervosa por não lembrar deles, não voltaram por que o médico recomendou. Ela chorou e contou tudo sobre nós: como nos conhecemos desde a adolescência e de como nos apaixonamos. Perguntei sobre o tal rapaz e ela me garantiu que eu o amava tanto quanto a ela, só que era um amor diferente, de irmãos. Que éramos tão apegados que nunca tínhamos brigado e que nos protegíamos sempre. Que o que sentíamos era tão profundo que causava inveja nos outros.

Conforme ela falava sentia meu coração se contraindo. Sentia muita sinceridade e segurança e era o que eu mais precisava. Eu a convidei para ir até minha casa e ela fez questão de me levar até lá. Meus pais estavam lá e a receberam com beijos e abraços. Almoçamos juntos e percebi que eles a tinham como uma filha, mesmo sabendo que eu ainda não lembrava do meu passado. Era muito estranho eu ter uma vida com uma pessoa, gostar da companhia dela, mas não me lembrar de nada.

Depois de um tempo eu a convidei para ir até meu quarto, ela foi e demonstrou que conhecia tudo. Ficamos juntos conversando e vendo fotos. Ela me mostrou várias de nós três e eu estava cada vez mais curioso para encontrar o rapaz bonito que estava sempre ao nosso lado. Não aguentei e parti pra cima dela, dando um beijo maravilhoso. Aquela boca parecia que tinha mel, ou melhor um néctar dos deuses. Ela correspondeu e eu já fui tirando sua roupa, mas ela não deixou "Theus eu te amo, mas eu não posso me entregar pra você se não lembras do nosso amor. Perdoa-me, mas não posso fazer isso. Eu sei que o meu namorado está aí", ela apontou para o meu coração e continuou "E eu irei esperá-lo o tempo que for preciso".

Fiquei confuso com sua reação, pois parecia que ela me desejava muito. Tentei insistir "Mas eu estou louco para ter você em meus braços gata! Você é o tipo de mulher que eu gosto". Ela sorriu e disse "Tá Vendo? O meu Matheus nunca me chamaria de gata. Ele me chamaria de Amor e nem diria que gostava de mim, mas que me amava. Eu não estou te dispensando, só quero ser tua de novo quando lembrares de mim". Eu entendi o lado dela e fui levá-la para casa. Quando descemos meus pais estavam assistindo TV e foram se despedir dela e na mesma hora ela ficou tonta, segurando-se em minha mãe.

Ela passou mal com a tontura e ânsia de vômito. Ficamos preocupados com ela e minha mãe a levou para casa. Depois que ela saiu eu fiquei tão triste, que parecia que havia um buraco em meu peito. Seu Augusto percebeu "Não fique assim filho. Vai ficar tudo bem". Respondi de maneira triste "Eu queria tanto ficar perto dela Pai! Droga de vida! Por que eu não lembro logo de tudo? Tudo que eu tenho é esse vazio no peito e eu tenho vontade de abrir e bater minha cabeça contra a parede pra ver se eu me recordo". Ele me abraçou e respondeu "Calma Filho! Tudo o que você viveu está guardado em seu peito e virá à tona, é só ter paciência".

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Naquela noite eu dormi cedo, principalmente por causa da medicação que ainda estava tomando. Sonhei com o mesmo garotinho de antes. Ele me levou pelas mãos e me entregou a dois adolescentes gordinhos como eu. Brincamos, choramos, nos divertimos muito. O garotinho havia sumido, só restava nós três. Percebi que aos poucos fomos crescendo e o rapaz foi se tornando um homem muito bonito e a garota era muito encantadora. Eu a puxei pra perto de mim e a beijei e o rapaz batia palma e nos chamava de príncipe e princesa. Ele afastou-se de nós e eu o chamei "Danilo!". Ele sorriu e disse "Que bom que você lembrou de mim Matheus. Agora falta você lembrar do amor que está guardado em seu peito".

Namorado de aluguel. (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora