Namorado de aluguel. (Romance Gay)

#23 - Um encontro maravilhoso em Parintins.

Narrado por Wanderley

De manhã cedinho aportamos na Ilha Tupinambarana. Todos saíram do barco na maior expectativa. Parintins é uma cidade que transmite energia e mistério, localizada no interior do Estado do Amazonas, próximo à divisa com o Pará, Região Norte, com distância de cerca de 369 quilômetros de Manaus. Sua população foi estimada em 2012 emhabitantes, sendo o segundo mais populoso do Estado. Banhada pelo Rio Amazonas.

A competição entre os bois era notada em todos os lugares e pessoas. Eu, Léo e Paty estávamos todos de azul (até minha cueca e sandálias); já Danilo, Matheus e Nicole estavam com as cores vermelha e branca. Tenho que confessar, estávamos todos gatos e o clima era de profunda animação. Eu estava eu eufórico, pois nunca tinha ido ao festival.

Quando aportamos no cais e saímos da embarcação, senti meu corpo trêmulo, eu estava na terra da magia. Danilo e os demais tagarelavam e eu apenas olhava tudo, encantado. Lembrei de um amigo meu Orlando Dias, foi ele que me ensinou a amar o Caprichoso, nunca mais o tinha visto, quem sabe eu não o encontraria por aí?

Logo pegamos um triciclo (meio de locomoção da cidade, pois a mesma não possui ônibus). Percebi que todas as ruas estavam tomadas de turistas e muitas toadas (musica de cada agremiação folclórica) eram cantadas. Quando passamos próximo ao bumbódromo (arena com capacidade de 33 mil pessoas) olhei aquela fila que parecia não ter mais fim e vibrei quando vi que os torcedores do meu boi estavam enfrentando sol e chuva para ver o espetáculo. Notei também que as casas estavam coloridas de acordo com as cores do boi que a família torcia e achei isso fascinante. As ruas, bancos, praças e demais locais públicos estavam coloridos, de um lado azul e outro vermelho.

Chegamos à casa que alugamos e nos dividimos. Eu e o Marrentinho ficamos num quarto, Theus e Paty em outro e Nicole e Léo no terceiro. Percebi que Nicke ficou apreensiva, já meu irmão vibrou com a divisão. Quem deu a sugestão foi Matheus e acho que ele fez aquilo pra ajudar meu irmão em sua conquista. Só deixamos as coisas em casa e fomos passear pela cidade e os seis não se desgrudavam. Devo dizer que a cidade era só festa e em todos os cantos havia música: bares, praças e feiras de artesanato.

Percebi que Meu amor estava diferente e perguntei "O que houve amor? Você está estranho?". Ele sorriu e disse "Não sei Wander, mas desde o barco que eu tenho a sensação que estamos sendo observados. Eu olho pra todos os lados e as pessoas que eu conheço não estão nos observando, mas essa estranha sensação não passa". Eu respondi "Deixa de bobagem, é que nós somos muito lindos e não passamos despercebidos". Ele sorriu me dando um beliscão.

Tomamos café no mercado central e depois passeamos pela cidade, em seguida fomos almoçar, indo descansar um pouco depois. Claro que os dois casais aproveitavam para dar aquela transada básica e o coitado do meu irmão só chupando o dedo, doido pra pegar a Nicole de jeito (oh gata difícil!), mas ela ainda não havia cedido. Theus era o que mais dava corda e vire e mexe eles estavam cochichando, planejando alguma coisa, sim, os héteros se protegem.

Depois de enfrentarmos sol e chuva na fila, no final da tarde entramos na arena. Como o primeiro dia era o de maior competição resolvemos nos separar, ficando em trio de torcedores, do lado azul ficamos eu, Paty e Léo e do vermelho ficaram Dan, Nicole e Matheus. As torcidas se desafiavam e foi legal que ficamos de frente uns pros outros.

Às 20 horas iniciou-se a apresentação do boi contrario e tenho que confessar, o espetáculo dele estava lindo, com muitas alegorias e multi colorido. Nossa torcida teve que ficar em silêncio senão perderíamos ponto. Depois foi a vez do boi Azul e eu me emocionei tanto que não conseguia tirar os olhos. Pulamos, cantamos e vibramos muito. Nunca pensei que a Paty fosse tão animada. Eu tive que protegê-la várias vezes por que a macharada chegava junto e eu tinha prometido a Matheus que eu iria afastar os gaviões.