Namorado de aluguel. (Romance Gay)

#29 - Separações.

Narrado por Matheus e Patrícia

Acordei aquele dia e meu corpo estava todo dolorido. Passavam-se flashes em minha cabeça. Eu via um monte de rostos e várias cenas confusas. Era realidade ou imaginação? Eu realmente tinha vivido aquilo tudo ou não? Fui acariciado por um casal maravilhoso que disse que eram meus pais. Para me proteger e não contrariá-los eu fingi que lembrava deles, o que não era verdade. Eles me deram muito carinho e o coroa parecia muito emocionado, ele realmente era meu pai e ela minha mãe. Senti segurança neles, que depois de um tempo saíram, logo depois entrou outro casal.

Enquanto cochilava ouvi uma voz masculina "Bom dia meu príncipe, agora estamos aqui com você. Que susto você nos deu!". E uma voz feminina completou "Amor estou aqui. Como você está se sentindo?". Levantei da cama lentamente, não conseguia lembrar deles, só tive reação de perguntar "Desculpem! Mas, quem são vocês dois?". Eles ficaram atônitos e surpresos e eu mal conseguia vê-los. Meus olhos se abriram e o rapaz falou "Somos suas almas gêmeas Matheus, sua namorada e seu melhor amigo". Respirei fundo, porém meu peito doía. Com muito custo falei "Desculpem-me, mas eu não lembro de vocês, na verdade eu não lembro nem quem eu sou, nem do meu nome eu lembraria se vocês não tivessem me chamado de Matheus".

A moça começou a lagrimar, o rapaz parecia mais forte e disse "Sofreste um grande baque na cabeça querido, é absolutamente natura que você não lembre agora, mas você vai lembrar com o tempo. Vais lembrar que nós fazemos parte da sua vida". Ela veio pra cima de mim e falou como se implorasse "Matheus a gente ia casar amor. Você é o homem da minha vida, não me abandona agora, por favor".

O moço a segurou e disse "Calma Paty, não faz isso, seja forte, ele precisa de tempo e de cuidados especiais". Ela concordou e eles se abraçaram. Ela falou comigo de novo com os olhos cheios de lágrimas "Desculpe meu amor. Eu vou estar sempre aqui te esperando. A gente vai casar e eu vou te fazer muito feliz, desculpe-me". Ela saiu e o rapaz chegou junto "Matheus, não te preocupa com nada, não tenta forçar tua memória, você vai lembrar aos poucos e estaremos aqui te esperando".

Bateu um desespero em mim e eu falei gritando e chorando "Não, por favor, eu quero lembrar agora. Eu tenho uma vida, faz eu me lembrar, por favor!". Comecei a mover-me e o rapaz tentava me acalmar, quando chegaram médicos e enfermeiros, que me sedaram e eu apaguei, ficou tudo absolutamente escuro.

Breve Narrativa de Patrícia

Seu Augusto tinha ido trabalhar. Eu estava sendo amparada pela mãe de Matheus quando Dan chegou chorando muito e disse "Ele teve uma crise. Ele está sofrendo muito por não se lembrar de nada". Logo em seguida o médico neurologista chegou e teve uma conversa conosco e nos explicou algumas coisas "O Matheus não apresenta nenhum quadro neurológico perigoso, mas essa cena que acabou de acontecer pode voltar se vocês ficarem forçando a barra. Ele tem que se lembrar da vida dele naturalmente, todas as informações têm que serem dadas com muito cuidado. Vocês não imaginam a confusão que está a cabeça desse rapaz. As informações estão dentro dele, mas ele não consegue lembrar e isso causa angústia. Se ele sofrer uma pressão forte, pode ser que ele nunca mais lembre de nada".

Comecei a chorar mais ainda, agora com um remorso incontrolável "Desculpe doutor, eu não tive a intenção, mas eu queria tanto que ele se lembrasse de mim". Ele falou sério "É claro que é perfeitamente compreensível seu gesto senhorita, mas a saúde mental do Matheus deve estar sempre em primeiro lugar, eu posso estar sendo muito duro, mas eu aconselho a vocês dois (Eu e Dan) a não se encontrarem com ele por esses dias. Ele ficou muito agitado por não lembrar de vocês. É como se a memória quisesse vir a tona e não conseguisse sair e isso causa um gigantesco desespero interior nele, portanto, vocês devem passar uns das sem vê-lo".