Quebrado

272 19 0
                                    

Espero que gostem.

___________________


      


Estava novamente deitado sobre o telhado daquela fraternidade remoendo seus atos. Havia agido como em incontáveis vezes motivado pelo impulso, poderia, deveria ter se controlado, ela estava tão vulnerável, ou seria ele quem estava?

" Ela tinha subido para o dormitório após o convite que ele aceitou de imediato, estava curioso e extremamente ansioso, não conseguia evitar a euforia que ela lhe causava, era algo estranhamente intenso e tentaria descobrir o que era.

Cam encostou em uma árvore com os braços cruzados sobre o peito, talvez devesse ir embora. Não conseguia decifrar corretamente o que estava acontecendo, e se fosse um erro? Levou algum tempo até que ela retornasse e o tirasse de seus devaneios e foi impossível não sorrir ao revê-la.

Seguiram até a lanchonete do outro lado da rua escolhendo uma mesa discreta ao fundo. Era difícil quebrar o olhar, ela tinha algo que o encantava, que o fazia querer fita-la pelo maior tempo possível. Ele analisou a suavidade em seu olhar ametista quando um sorriso chegava até seus olhos, de como ela mexia os dedos nervosamente tamborilando de leve o tampo da mesa, do jeito que seu cabelo escuro preso em uma trança frouxa de lado pendia em um dos lados de seu pescoço alvo. Ela era genuinamente linda.

- Você estuda aqui a muito tempo? – Não escondia seu interesse, queria saber mais do que Roland havia dito. – Pelo que percebi antes, você toca violino, não é isso?

- Na verdade há alguns meses, vim para estudar música. – Percebeu que ela estava empolgada com o tema e parecia mais relaxada. –Você é bem observador Cam, realmente eu toco violino.- Notou o olhar dela correr até o cordão em seu pescoço com a numeração de seu quarto na Cross & Sword, nem sabia mais o motivo de ainda tê-la consigo. Lilly estava com o olhar perdido e um sorriso bobo que certamente não percebeu curvar seus lábios por breves segundos, e ele continuo ali, simplesmente a admirando– Me desculpe. E você, toca? – Ela indicou a palheta em seu pescoço.

- Se você quer saber, arranho um pouco. – A verdade era que havia tido muitos anos para aprender tudo o que quisesse, mas não tinha o por que se gabar, não queria impressioná-la como fazia com outras mulheres, com ela era confortável ser somente, sincero.

– Você veio para ficar? – Será que ela estava querendo que ele ficasse? Poucas pessoas nesse mundo o quiseram por perto. Certamente os outros anjos caídos, mas na maioria das vezes, as mulheres após uma boa transa, mas com ela era diferente. Tudo.

- Bem. – Ele tomou um longo gole de refrigerante. – Sabe Lilly, vim somente para rever um amigo, mas...– Estreitou o olhar e sorriu por perceber que mexia com ela – Vou ficar, tem coisas aqui que me interessam, muito. – Não tinha interesse em "coisas", mas sim, nela e pelo visto Lilly tinha entendido bem o recado.

- Entendo. – Ela brincava com o canudo de sua bebida distraidamente.

- E você Lilly, tem algo que lhe prende aqui além da faculdade? – Cam queria realmente saber se ela tinha alguém então preferiu ser direto.

- Não tenho namorado, se é o que quer saber.

- Fico feliz em saber. – Foi sincero. Cam tinha percebido o poder que seu olhar tinha sobre ela e não evitava usar desse artificio.

Cam se questionava sobre o porquê de a conversa entre eles fluir tão bem, não se conheciam, nem amenos tinham vivido na mesma época antes da noite anterior, e ainda assim, se compreendiam tão bem, mas como sempre acontece quando começamos a apreciar um momento, o tempo escorre por entre os dedos.

Libertação (Cameron Briel - Fallen)Onde histórias criam vida. Descubra agora