Nos seus sonhos

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Desde a noite em que Cam havia saído por sua janela, Lilly não tinha tido notícias. Segurou cuidadosamente o colar que havia ganho entre os dedos sentindo a textura fria do objeto, era assim que se sentia, fria sem a presença dele.

Tinha tentando falar com Cam durante todo o dia sem sucesso, pensou em perguntar se Roland tinha alguma informação, mas agora que tinha conhecimento sobre o seu namorado ser um demônio se perguntava se o outro sabia sobre isso também. Sentia-se de mãos atadas, talvez por hora, o melhor a fazer seria tentar dormir e tirar aquela impressão que algo de ruim iria acontecer da cabeça.

" Se remexeu na cama sentindo a textura suave dos lençóis sobre seu corpo e o travesseiro macio sob sua cabeça e se estirou relaxada. Estava muito escuro e conseguia somente sentir o corpo que se juntou ao dela, era extremamente quente e se moldou a suas costas deixando as mãos macias deslizarem para sua cintura a enlaçado em um círculo entre seus braços. A musculatura de seu peito pressionou contra suas costas, sentiu o aperto mais firme e a pressão de seu membro duro a suas costas. A língua dele deslizava por sua nuca, pescoço até brincar com o lóbulo de sua orelha, tremeu com a leve mordida que ele depositou ali.

Não reconhecia o toque e mesmo assim sentia-se a mercê das sensações involuntárias que sentia, o corpo másculo girou por sobre ela se acomodando lentamente entre suas coxas, fazendo-a reter um gemido em sua garganta quanto sentiu o toque suave acariciado sua intimidade pulsante e úmida. Ele usava o corpo para afastar mais suas pernas, enquanto acariciava seu clitóris com o polegar exercendo ali uma pequena pressão que a fazia tremer com o movimento. Ela inclinou a cabeça para o lado tentando se controlar, mas arfou quando ele escorregou dois dedos para dentro dela com movimentos lentos e precisos ainda friccionando o seu polegar. Lilly arqueou o corpo enterrando os dedos no lençol macio sentindo seu núcleo pulsando em pequenos espasmos que se intensificavam com o movimento continuo dele, não queria mas sentiu-se derreter nas mãos dele.

Arfou pesadamente sentindo um tremor correr por todo o seu corpo, ele se acomodou sobre ela pincelando sua ereção contra sua entrada em um vai e vem lento fazendo-a ofegar involuntariamente. A barba cerrada roçou levemente em sua pele enquanto ele chupava seu pescoço acariciando um de seus seios.

-Eu quero tanto sentir você quente e úmida, gozando enquanto te fodo gostoso. – Sussurrou no ouvido dela enquanto pressionou um pouco mais seu membro de encontro a ela. – Apertada. – Ronronou rouco.

-Para. – Suplicou ela apoiando as mãos ainda trêmulas sobre os ombros largos dele, sentindo-o aliviar a pressão contra ela.

-Você precisa entender Srta Grigori, o seu namorado demônio, te trocou.

-Quem é você? – Murmurou ainda sentindo o peso do corpo dele a pressionando.

-Que importância tem isso. – Resmungou ele se afastando.

O ambiente em que estavam se iluminou. Era um quarto todo branco sem portas ou janelas com uma poltrona vermelha em um canto e a cama que ocupavam estava no centro, também branca em madeira talhada com arabescos e forrada com lençóis e travesseiros em cetim vermelho sangue.

Não precisou se esforçar para reconhecê-lo, era o Luthier Adam. Lilly se ergueu sobressaltada enrolando-se nos lençóis se afastado o máximo que aquele espaço branco permitia. Adam recostou o corpo nu contra alguns travesseiros enquanto acendia um cigarro de menta.

-Que lugar é esse? – Ela tinha a sensação de estar em um sonho do qual não tinha o menor controle, e não conseguia acordar.

-Me mandaram até aqui devido alguns talentos que tenho com digamos, sonhos. – Moveu os dedos em aspas no ar, e em seguida depositou o cigarro ainda aceso no cinzeiro ao lado da cama e se levantou expondo por completo sua suntuosa ereção.

A parede a suas costas a impedia de se afastar e o toque de Adam logo a alcançou envolvendo uma mão em sua nuca, e ele esfregou o nariz na curva do pescoço dela enquanto Lilly tentava se afastar em vão do aperto firme dele.

- Gosto do seu cheiro, do seu gosto, da maneira que se contorce quando goza. – Adam a pressionou mais contra a parede. – Quero tanto foder você, Srta.Grigori.- friccionou seu membro contra ela. - Você ainda vai ser minha. – Sussurrou. "

-Lilly! .- Raquel irrompeu pela porta entusiasma. – Desculpe eu pensei que já estivesse acordada. – Se desculpou vendo a outra se erguer atordoada se sentando ainda ofegante.

-Acho que perdi a hora. – Respondeu Lilly roucamente.

O sonho tinha sido estranhamente vivido, a sensação de impotência se comparava com os sonhos que tinha com Cam e a ruiva misteriosa, o estranho foi a afirmação que o Adam fez em seu sonho "O seu namorado demônio, te trocou. ", repetiu mentalmente. Era como se soubesse realmente de alguma coisa. Aquilo a estava incomodando, não entendia o porquê de continuar sonhando com aquele homem, e o pior, a impotência que sentia em resistir a suas investidas, interrompeu seus pensamentos quando percebeu que a outra continuava parada com o uma sobrancelha arqueada a analisando.

-Sabe Lilly. – Raquel sentou ao lado da outra repousando as mãos sobre o colo demonstrando desconforto. – Sei que quase fodi com o seu relacionamento com o Cam, e você não sabe o quanto sinto por isso. – Suspirou pesadamente e arrastou com os dedos uma mecha dourada de seu cabelo que correu sobre seus olhos, para trás da orelha. – Mas se precisar de mim, para o que quer que seja, saiba que estarei aqui. – Declarou com os ombros caídos. Sorriu ao sentir o toque suave da amiga em seus ombros.

-Você sabe que tive vontade de te esganar naquele dia, no entanto, as coisas se acomodaram assim que o Cam voltou. – Lilly sentiu um peso desconfortável em seu peito ao se lembrar dele. – Então, tudo bem. – Ela afagou levemente o ombro da outra se levantando seguindo rumo ao banheiro. – Vou tomar um banho.

-Certo. – Retrucou a outra, vendo Lilly seguindo lentamente para o banheiro.

"Adam", pensou Raquel bufando enquanto via a porta do banheiro se fechando.

(...)

Roland estava aos arredores da faculdade como um tipo de rotina que tinha adotado, considerando a ausência repentina de Cam e a chegada do sanguessuga do Adam.

-Como vão as coisas Roland? – Ele não escondeu o sorriso ao ouvir a voz de sua grande amiga.

-Ariane, fico feliz em revê-la. – Disse sincero.

-Sei, eu costumo causar essa emoção nos outros. – Sorriu puxando o amigo para um rápido abraço. – Soube que a nossa pequena está com problemas. – Completou continuando o trajeto a pé ao lado dele.

-Não sei exatamente o que está acontecendo. O Cam foi invocado por Lúcifer e considerando tudo o que aconteceu, não sei se isso é algo bom. – Constatou ele caminhando como se contasse os passos.

Ariane apenas assentiu com a cabeça, ela não era uma das maiores faz do Cam, contudo, admitia que algumas ações dele os ajudaram a evitar o pior, ele era irritante boa parte do tempo e na outra era um tremendo arrogante, mas sempre esteve por perto os ajudando.

Ela chutou uma pedra no caminho. Cam não era tão propenso a mudar de lado como o Roland, mesmo assim lutou ao lado deles para evitar aquela maluquice do Lúcifer de apagar toda a existência, mesmo sabendo que isso poderia ter algum preço.

-E isso é muito ruim? – Ela não tinha ideia do que podia acontecer com os demônios nesses casos, e não escondeu sua preocupação.

-Não sei dizer. – E era verdade. Estalou a língua no céu da boca, remoendo se deveria procurar por Cam ou mantinha a promessa feita a ele de cuidar da Lilly.

-E aquela diabinha? – Perguntou Ariane agitando o dedo indicador fazendo espirais no ar simulando cachos.

-Ela está em transição.- Concluiu.

- Uma diabinha a menos.- comentou simplesmente.

Libertação (Cameron Briel - Fallen)Onde histórias criam vida. Descubra agora