Capítulo 12

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Passei a noite em claro, sem pregar os olhos e no momento estou me sentindo como se fosse um zumbi. Olho pro relógio e vejo que são 6 da manhã.

Decido descer e fazer um pouco de café, quem sabe isso não me anime um pouco.

Assim que entro na cozinha, encontro Dona Isabel preparando o café da manhã.

-Bom dia. – Comprimento. Ela se assusta e se vira pra mim.

-Bom dia querida.- Dá um sorriso. – Caiu da cama hoje, foi?

-Pode-se dizer que sim. Como está o Senhor Michel? – Pergunto pelo pai de Jonathan. Ele não estava muito bem esses dias.

-Está melhorando. Ainda sente dor na coluna, mas está melhor que nos dias anteriores. – Vem até mim e me serve um pouco de café.

Dona Isabel diz que vai levar café no quarto até o marido e pede pra que eu fique a vontade.

Pego minha xicara de café e vou até a varanda. Sento no banco de madeira e fico admirando a paisagem, pensando no que aconteceu ontem. O beijo que não sai da minha cabeça. Tinha esquecido qual era a sensação de beijar Thomas, e agora que lembrei vai ser difícil esquecer de novo.

-Bom dia. – Thomas senta ao meu lado, me assustando. – Eu queria me desculpar com você.

-Tudo bem, você não me beijou sozinho. – Respondo sem olhar em seu rosto.

-Você vai me odiar pra sempre? – O tom de sua voz soa triste.

-Eu não te odeio Thomas. – Não posso baixar a guarda agora, mas também não vou mentir e falar que odeio ele.

-Olha Ana, eu sei que fiz burrada, mas já que não podemos voltar a namorar, será que podíamos ser pelo menos amigos? - Olho pra ele sem entender. Sério que ele quer ser meu amigo?!

-E você acha que isso funcionaria entre a gente?

-A gente não vai saber se não tentar. – E aquele maldito sorriso de lado aparece em seu rosto perfeito.

-É, quem sabe.. Pode ser. – Dou de ombros.

-Legal, "amiga". – Me da um cutucão com ombro. –Vocês vão embora quando?

-Hoje, amanhã tenho que voltar pro trabalho.

-Isso é uma pena. – Faz uma cara de triste forçada. – Sabe, agora que somos amigos, eu queria te perguntar uma coisa..

-Lá vem bomba. – Dou risada.

-Não é nada de bomba. Queria saber como foi o seu encontro com o Jack. – Noto a forma ríspida que ele fala o nome de Jack. Penso e não sei como responder sua pergunta. Sei que mesmo tentando ser "amigos", é estranho contar pro ex como foi o encontro com um cara que ele não gosta.

-Legal.

-É apenas isso que tem pra falar?

-Ele é um cara legal. – Dou de ombros. Me sinto desconfortável em falar dessas coisas com Tom. Sei que não deveria, que devia jogar na cara dele que Jack me tratou bem, que gostei dele e que talvez queira sair com ele novamente, mas não consigo.

-Hm. – Seus olhos me examinam. – Você gostou dele?

-Eu.. – Sou interrompida por Jonathan.

-Ei Ana, você está ai. – Vem até mim. – Eai Thomas.

-Oi. – Tom responde.

-Acordei cedo e vim pra cá. – Respondo.

-Entendo. Vim saber que horas vai querer ir embora?

-Não muito tarde. Quero colocar dar uma arruma em casa antes de voltar pro trabalho amanhã. – Explico.

-Beleza. Podemos ir depois do almoço então, pode ser?!

-Por mim está ótimo. – Dou um sorriso e Jonathan sai da varanda indo até a cozinha tomar café da manhã.

Vejo Thomas me olhar e começo a me sentir desconfortável. Lembranças do beijo de ontem a noite começam a surgir na minha cabeça e olho pros seus lábios. Droga, preciso sair de perto dele.

-Bom, vou subir e arrumar minhas coisas. Melhor deixar tudo pronto. – Levanto do banco rapidamente, e ele apenas assente com a cabeça me olhando.

Subo pro quarto e coloco minhas coisas da pequena mala. Vou voltar pra casa e Thomas vai virar passado.

Depois do almoço, Dona Isabel e Senhor Michel estão na sala. Jonathan e eu já colocamos as malas no carro e estamos prontos pra voltar pra casa.

Vou até Senhor Michel me despedir e peço para que ele cuide da sua saúde. Dou um abraço em Dona Isabel que pede pra mim não sumir e quando chega na vez de Thomas, eu travo na sua frente e não sei como reagir.

-Ér.. – Olho pra ele sem saber o que fazer ou o que falar. – Foi bom te ver Thomas.

Antes que eu perceba, estou dentro do abraço de meu ex-namorado, que me aperta forte.

-Vê se não some "amiga". – Sussurra em meu ouvido fazendo com que eu me arrepie. Me separo de seus braços.

Depois de Jonathan se despedir de todos, fomos pro carro. O cheiro do perfume de Tom ficou na minha roupa e as palavras em minha cabeça. "Vê se não some "amiga"".



MEU EX-NAMORADOOnde histórias criam vida. Descubra agora