Capítulo 16

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Olho no relógio e vejo que já passam das 18 horas. Hora de ir embora

Arrumo minhas coisas, organizo minha mesa e vou para o elevador. O escritório está vazio, pessoal já deve ter ido embora, já que o horário de expediente é até as 17hrs. Como passei a tarde toda alheia, tive que ficar até mais tarde para poder concluir meu serviço.

Assim que desço do elevador e vou andando até a saída do prédio vejo Thomas de costas. Não não não. Tento passar sem que ele me veja, mas sua mão me puxa.

-Estou há mais de uma hora te esperando e você ia fugir de mim? - Seu sorriso me irrita. Por que ele tem que estar aqui?

-Eu não pedi pra você me esperar. - Puxo meu braço com força de sua mão. - Como me encontrou aqui? Foi o fofoqueiro do seu irmão que te contou? - Eu vou matar o Jon.

-Vi no seu facebook o nome da empresa em que trabalhava e depois procurei no google o endereço. - Tenho que lembrar de excluir todas as minhas informações das minhas redes sociais.

-E por que veio até aqui? Vai ficar me perseguindo agora? - O encaro.

-Te convidei para jantar comigo essa noite e você não respondeu.

-Se eu não respondi é porque não quero falar com você e muito menos jantar com você. - Seus olhos queimam em mim e por um breve momento sinto vontade de arrastar a cara dele no asfalto e depois beija-lo loucamente.

-Ana, você me conhece, sou insistente e não vou desistir tão fácil. - Seu sorriso de lado surge em seus belos lábios. - Vai ser mais fácil pra mim e pra você, se aceitar. É só um jantar, não vou te morder - Tom se aproxima de mim - a não ser que você peça. - Sussurra em meus ouvidos.

-Olha Thomas, eu estou cansada. Tudo que eu mais quero é ir pegar meu carro no estacionamento e ir pra casa descansar. - Começo a andar em direção ao estacionamento do outro lado da rua, mas suas mãos novamente me puxam para perto de seu corpo.

-Ana por favor, pensei que tivéssemos combinado ser amigos enquanto estávamos na casa de campo. Me deixe te levar pra jantar, prometo não encostar em você. Só conversar. - Seus olhos azuis brilham e sei que sou uma idiota por ainda dar ouvidos pro cara que me traiu.

-Tá. Vou pegar meu carro e te sigo até o restaurante. - Ele assente e vou até o estacionamento.

Entro no carro e começo a pensar na burrada que eu fiz. Ficar perto de Thomas é tóxico demais, não posso me machucar.

Ligo o carro e saio do estacionamento. Avisto o carro luxuoso de Thomas e o sigo até o bendito restaurante. É, a noite vai ser difícil.


*****


-Então você trabalha com contabilidade? - Thomas pergunta assim que a garçonete se afasta da mesa.

-Sim. Acho que você já deve saber tudo de mim, já que fica me stalkeando no facebook. - Digo irônica. Toma essa Thomas.

-Talvez você não devesse se expor tanto em uma rede social. Poderia ser um maníaco atrás de você.

-Quem sabe a companhia do maníaco seria mais agradável que a sua.

-Assim você me magoa Ana. - Tom tenta fazer uma expressão triste, mas sei que está apenas fazendo cena. - Na cama você estava gostando da minha companhia, não é?!

-Se me chamou pra falar sobre isso, acho melhor eu ir embora. - Faço menção de levantar da mesa, mas Thomas toca meu braço pedindo para que eu me sente novamente.

-Desculpe, vou tentar me controlar.

A garçonete chega com nosso pratos e olho pra comida que foi posta em minha frente. Parece deliciosa. Thomas e eu começamos a comer e tenho que admitir, esse restaurante é maravilhoso.

-Muito bom né? - Me pergunta e eu assinto mastigando um pedaço do cordeiro. - Assim que me mudei pra cá, um amigo me indicou.

-Sabe, uma coisa que ainda não consegui entender é porquê se mudou pra cá. Jonathan sempre me contou que você mudava de país em país a trabalho e acho que essa cidade é muito "pequena" pra você - Digo e tomo um gole do meu vinho caro.

-Decidi parar um pouco. Alguns sócios e eu vamos abrir uma filial por aqui e quero descansar. Essa coisa de pular de galho em galho cansa. - Dá uma garfada em sua comida.

-E por que justo aqui? - Minha curiosidade está me matando.

-Quero ficar próximo das pessoas que eu amo. - Tom dá de ombros e toma seu vinho. Suas palavras fazem meu coração acelerar. Então quer dizer que ele vai mesmo morar aqui? E que pessoas que ele quer ficar próximo? Jonathan? Sua família? Eu?

-No eu perfil no facebook mostra que você está solteira. - Sou dispersa dos pensamentos com as palavras de Tom.

-Não tenho tempo pra namorar. - Bebo mais vinho. Não quero falar de namorados com meu ex-namorado que eu transei a dias atrás.

-Não tem tempo ou ainda não achou a pessoa certa? - Seu sorriso é malicioso.

-Não estou procurando a pessoa certa, então quer dizer que não vou encontrar. Estou bem assim. - Preciso mudar o foco da minha vida amorosa. - E você? Deixou muitas namoradas pelos países que viveu?

-Namorada não. Digamos que alguns casos. - Safado, cachorro, sem vergonha, cafajeste.

-Hm. - Dou um ultimo gole no vinho. - Bom, acho melhor eu ir.

Levanto da mesa e Thomas me acompanha. Ele paga a conta e saímos do restaurante, indo até nossos carros.

-Obrigado por aceitar jantar comigo. - Olho em seus olhos e meu coração acelera. Preciso me afastar desse homem.

-Obrigada você, o jantar estava ótimo. - Agradeço e me despeço, mas Thomas me puxa e dou de encontro com seu peito.

-Prometi não tocar em você, mas é difícil Ana. - Passa o nariz em meu pescoço e minhas pernas começam a amolecer. Preciso me afastar.

-Não Thomas, por favor. - Me distancio do seu corpo. - Preciso ir. Obrigada novamente.

Antes que ele diga alguma coisa, entro no carro e saio em direção ao meu apartamento. Fugir é a melhor alternativa.

MEU EX-NAMORADOOnde histórias criam vida. Descubra agora