Capítulo 23

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Entediada. Essa era a palavra que me definia no momento. As coisas aqui na casa de Thomas estão indo muito bem, mas ele não me deixa fazer nada. Sei que devo permanecer de repouso, mas ele está sendo tão protetor que chega a me sufocar.

Hoje iremos encontrar minha ginecologista pra poder enfim saber o sexo do bebê. Estou animada. Não vejo a hora de poder começar a comprar roupinhas e coisas pra decorar seu quartinho.

-Como está se sentindo? – Tom aparece na porta do quarto. Ele vem sendo muito dedicado e isso me surpreende. Nunca imaginei que ele pudesse ser assim, por mais que eu já o tenha namorado. Não conhecia o lado protetor do meu ex.

-Estou bem Tom, fica tranquilo, é a quinta vez que me pergunta em menos de 10 minutos. – Caminha até a cama e se senta na borda.

-Está preparada pra saber o sexo do bebê? – Seu sorriso está de orelha a orelha.

-Estou ansiosíssima. – Dou meu melhor sorriso. – E você "papai", como está se sentindo? – Minha relação com Thomas está bem agradável. Pode até se dizer que nos tornamos amigos. Tudo bem que de vez em quando eu o imagino pelado na minha cama, mas são os hormônios da gravidez.

-Por mais que eu já saiba o sexo do bebê, estou ansioso pra confirmar. – Oshe...

-E sabe o sexo do bebê como?

-Eu apenas sei. Sei que será um moleque lindo assim como o pai. – Me lança seu sorriso sedutor.

-Só você mesmo viu. – Caio na gargalhada. Olho no relógio e vejo que faltam menos de 2 horas para a consulta com a Dra. Nádia.

-Vou deixa-la se arrumar e dai vamos para o consultório. – Assinto e vejo Tom sair do quarto. Olho pra sua bunda e me repreendo.



Tom e eu estamos esperando sermos chamados para consulta em uma pequena sala. Minhas mãos estão suadas e vejo que Thomas está olhando pra parede a mais de 10 minutos sem piscar. Toco em sua mão chamando sua atenção.

-Está tudo bem? – Pergunto olhando em seus olhos.

-Está sim, é só a ansiedade. – Assinto e percebo que a porta branca da sala de Dra. Nádia.

-Vamos querida? – Ela pergunta e Tom e eu levantamos indo em direção a sala. Dra. Nádia é uma senhora de meia idade muito simpática. – Como você está?

-Estou bem e ansiosa. – Confesso.

-Bom, vamos acabar com essa ansiedade então. Pode deitar na maca. – Vou até o lugar indicado e me deito. Gentilmente, ela vem até mim.

-Se importa de tirar a camiseta? – Nego e tiro a mesma ficando apenas de sutiã. Olho pra Thomas e vejo que ele está me analisando. Safadinho.

-Vamos lá.. – Ela espalha um gel gelado em minha barriga e coloca o aparelho sobre ela. Um barulho alto invade a sala e meus olhos enchem de lágrimas.

-Esse é o coração do seu bebê, ou melhor dizendo, do seu menininho. – Olho pra Thomas e vejo uma lágrima solitária rolando pelo seu rosto. Nunca vi Tom chorar.

-Oh meu Deus. – Choro de alegria e Dra. Nádia rapidamente limpa o gel sobre minha barriga e indica que eu coloque a camiseta novamente.

Saio da maca e vou me sentar na cadeira em frente sua mesa ao lado de Tom.

-Bom, o seu bebê estão ótimo. Os batimentos estão regulares, está num tamanho bom, está tudo perfeito. – Ela afirma e fico aliviada em saber que meu filho está bem.

-Doutora quanto ao repouso, eu queria tirar algumas dúvidas. – Ela assente. – É realmente necessário que eu permaneça o tempo todo na cama?

-É, é sim. – Tom responde por ela e eu o repreendo com o olhar.

-Não ligue pra ele, ele vem sendo muito protetor desde o dia do desmaio. – Me desculpo pela atitude de meu ex.

-Então, sua pressão está boa. Se Thomas é quem está cuidando de você, ele está fazendo um bom trabalho. – Olho pra ele e ele me dá um sorriso como quem diz "eu sou o máximo". – Não é preciso que você fique na cama o dia todo, mas trabalhar está fora de cogitação e sair sozinha está fora de cogitação.

-Tudo bem. – Concordo.

Dra. Nádia me passa algumas vitaminas pra ajudar na gravidez e uma dieta para ajudar a manter minha pressão em um nível estável.

Dentro do carro, Thomas me olha com atenção.

-Eu sabia que era um menino. – Sorri vitorioso.

-Não se ache o espertalhão por isso.

-Vou ensina-lo a jogar bola e a paquerar as gatinhas. – Pisca pra mim.

-Você não vai ensina-lo a ser um cafajeste Tom. – Dou um tapinha em sua perna.

-Temos que comemorar. - Olho pra ele surpresa - Vou preparar um jantar especial pra nós.

-Não precisa Tom. – Não quero dar trabalho pra ele, mas fiquei feliz com a ideia.

-Precisa sim. Vamos comemorar pelo nosso filho. – Liga o carro e dá partida. Olho pela janela e me perco em pensamentos. Passei anos odiando Thomas depois de tudo que ele fez, e agora estou aqui em seu carro, grávida e feliz por tê-lo ao meu lado, mesmo que seja como "amiga".

MEU EX-NAMORADOOnde histórias criam vida. Descubra agora