Capítulo 22

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-Quando pretendia me contar que está grávida Ana? - Caminha até minha cama. Pela sua expressão, posso dizer que ele não está nada feliz. - Porra, é meu filho. Você ia esconder meu filho?

-E-eu ia te contar, mas.. - Me interrompe.

-Mas o que Ana? Se não fosse Jonathan ter me falado, eu provavelmente nem saberia que está em uma merda de hospital. - Jonathan fofoqueiro. - Quero saber por que não me contou? Acho que eu tenho direito de saber.

-Não queria estragar seu namoro. - Digo irônica. - Julia podia ficar chateada de saber que o namorado dela vai ser pai.

-QUE PORRA VOCÊ ESTÁ FALANDO? Julie não é minha namorada, tá doida? - Ele parece pensar um pouco. - Ah, agora entendi. Você a viu na minha casa não é?

-Sim. Fui até lá para dar a noticia e mudei de ideia. - Bom, se ela não é namorada dele provavelmente deve ser uma de suas "amigas coloridas".

-Eu não tenho nada com ela, acontece que aquela doida fica atrás de mim. - Sei que não devia me importar, mas fico feliz em saber que Thomas não tem nada com aquela cobra.

-Entendo. - É apenas o que digo. Não posso demonstrar o quanto estou feliz.

-O bebê está bem? Como você está? - Se aproxima mais da cama ficando ao meu lado.

-Estamos bem. Pelo que parece, estou com um problema de pressão e isso implica que eu fique de cama até o final da gestação.

-E quando terá alta? - Parece preocupado.

-Jack disse que hoje. - Assim que eu digo o nome do médico, seus olhos me olham confuso.

-Jack? O babaca do Jack?

-Ele não é nenhum babaca Thomas. - O repreendo com o olhar.

-Então quer dizer que ele é o seu médico?

-Aham. - Assinto.

A porta se abre, Cady, Jonathan e Jack entram no quarto. Meus olhos se encontram com o de Jonathan e ele apenas sussurra um "desculpas" assim que vê Thomas no quarto.

-Olá Thomas. - Jack cumprimenta simpático, mas meu ex ignora. - Vim para dar uma boa noticia Ana. Sua alta já foi assinada, mas tenho que te passar algumas recomendações.

-Pode dizer doutor. - Tento ser o mais formal possível, aliás, estou em seu ambiente de trabalho.

-Deve ficar de cama o maior tempo possível. Sem trabalhar, sem fazer esforço algum. - Me olha com atenção. - De preferencia, se tiver alguém que possa ficar com você, seria melhor para poder te ajudar.

Meu Deus, e agora?

-Eu fico amiga. - Cady se dispõe, mas sei que ela tem sua vida e não pode se privar por minha causa.

-Não preciso, eu vou ficar bem. - Sei que o mais indicado seria ter alguém para me ajudar, mas vou me virar sozinha.

-Você vai pra minha casa. - Thomas diz firme.

-O que? Não! Não precisa, eu vou ficar bem. - Ficar perto de Tom agora não seria uma boa alternativa.

-Isso não está em discussão Ana. É pela sua saúde e pela saúde do nosso filho. - Ouvir Thomas falar "nosso filho" fez meu coração acelerar. Nosso filho.

-Tudo bem. - Concordo. Olho pra Cady e vejo que está me analisando com o olhar. Já até sei o que ela está pensando.

-Bom, aqui está seus documentos. Vou deixa-los a vontade. - Dr. Jack se aproxima de mim. - Vou bom reencontra-la Ana.

Sai da sala, e ficamos apenas meus amigos e Thomas.

-Vamos? - Tom pergunta.

-Só vou me arrumar e já podemos ir. Tenho que passar em meu apartamento e pegar algumas coisas. - Aviso. - Será que vocês dois podem me deixar a sós com Cady. Preciso de ajuda pra me arrumar. - Eles assente e saem do quarto.

-O que eu faço? - Pergunto assim que a porta se fecha.

-Você não disse que ele estava com Julie ainda? O que ela vai achar de vê-la na casa do namorado dela?

-Ele acabou de me dizer que não estão juntos. - Conto. - O que vai ser de mim? 6 meses na casa do meu ex e pai do meu filho.

-Fica calma, vai dar tudo certo. - Ela segura minha mão. - Se ele fizer alguma gracinha eu acabo com ele. - Rimos e minha amiga me ajuda a sair da cama.




Estou deitada na cama do quarto de hospedes da casa de Thomas e confesso que aqui é bem confortável. Quando vim aqui depois da balada no dia em que acabamos na cama, não tive muito tempo de observar. Seu apartamento é bem decorado e arrumado. Thomas está sendo muito gentil comigo, desde que chegamos aqui.

-Precisa de alguma coisa? - Pergunta enquanto me entrega o controle da televisão.

-Não, obrigada. Não quero te atrapalhar. - Seus olhos azuis me olham e desvio o olhar.

-Você nunca atrapalha. - Tom senta na cama ao meu lado. - Já conversou com o pessoal lá do seu trabalho?

-Já sim. Pelo jeito está tudo tranquilo. - Fiquei feliz em saber que meu chefe me liberou sem achar ruim. - E o seu trabalho? Não precisa se privar de fazer as coisas só porque estou aqui.

-Vou trabalhar em casa pra poder ficar de olho em você. - Seu sorriso é o mais bonito que eu já vi. Sincero.

-Obrigada mesmo Thomas. - Estou muito grata por esse homem delicioso e que eu tenho que ficar longe me ajudar.

-Faço tudo por vocês. - Coloca a mão na minha barriga e congelo. Sua atitude me pegou desprevenida e mexeu com meu coração. Olho pra Thomas e seus olhos me encaram.

-E-eu.. - Estou sem palavras.

-Vou deixa-la descansar. - Levanta da cama e se afasta saindo do quarto. Por um momento queria gritar e pedir pra ele ficar comigo, mas sei que isso não é uma boa ideia.

MEU EX-NAMORADOOnde histórias criam vida. Descubra agora