(28) O melhor dele

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Luca estendeu sua mão direita, que foi apertada com certa relutância pela do meu irmão.

— Sou Luca Scopelli, o namorado de Susana.

Eu só tive tempo de ver Ana murmurar um "Oh, meu Deus" silencioso atrás de Enrique antes de me dar conta do que Luca havia dito.

— Ah, você é o namorado dela? — Perguntou Enrique enquanto cruzava os braços. — Então, namorado da Susana, não sei se sabe, mas... as visitas costumam entrar pela porta.

Scarlett também entrou no quarto e sentou-se ao meu lado, roçando sua cabeça em minha perna. Nesse instante, fui até meu irmão, peguei-o pelo braço e os arrastei até a porta.

— Enrique, por favor, não precisa de nada disso...

— Por que escondeu que tinha um namorado? E ele entrou pela sua janela!

Luca deu uma risada curta. Como ele podia ser tão cara de pau?!

Luca, eu vou te matar.

— Veja pelo lado bom, Enrique, pelo menos ela não finge ser o que não é. — Disse ele.

Nós três encaramos Luca nessa hora. Enrique pareceu ter entendido bem o que Luca quis dizer, os olhos verdes do meu irmão brilharam como duas estrelas enquanto encarava o rapaz à sua frente.

Fitei os dois, e percebi que Enrique era o mais alto, ele provavelmente tinha a altura de Jack. Notei que sua respiração estava um pouco acelerada, pois seu peito nu subia e descia rapidamente. Eu nunca o tinha visto nervoso por não ter uma resposta na ponta da língua. Luca arqueou uma das sobrancelhas castanhas e sorriu brevemente.

— Enrique... — Chamei-o, quebrando o silêncio. — Isso não é nada...

— É...

Ana começou a bater seu pesinho no chão, parecia impaciente.

— Luca? — Ele me encarou. — Depois nos falamos.

— Tudo bem.

O anjo se virou para a janela, pulou-a e foi embora.

— Terei que sair por alguns minutos. — Enrique me encarou.

— Não vai atrás dele, vai? — Indaguei, um pouco nervosa.

— Claro que não, Su.

Beijou-me na testa e saiu do meu quarto, ouvi a porta de seu guarda-roupa batendo, depois o vi caminhar em direção a sala.

— Ana, o que Luca quis dizer com aquilo?

— Eu não sei, Su.

— Sei que você sabe. — Rebati, com a voz firme.

— Seu irmão...

— O que tem ele?

Ela me encarou e colocou uma mecha do cabelo escuro atrás da orelha.

— Ele é um nefilim.

— O quê?! Claro que não! — Sentei-me em minha cama e cobri o rosto com as mãos. — Isso é impossível...

Ana se sentou ao meu lado.

— Luca e eu somos demônios, nós sabemos. — Ela disse com convicção, mas viu que eu não aceitaria facilmente. — Tá, hum... Quantas vezes o viu machucado? Digo, machucado mesmo? E quantas dessas vezes o machucado durou mais que um dia em sua pele?

Tentei me lembrar... e não consegui pensar em uma única vez que isso tenha acontecido. Certo, era estranho, mas não significava que meu irmão era um nefilim! E além disso, se ele fosse, eu também deveria ser... não?

Feche os olhos, Anjo (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora