(35) Simplesmente... perfeito

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— Pode ir, Silas. Apesar de eu achar que deveria puni-lo por maltratar uma funcionária.

— Perdoe-me, senhor.

O guarda -Silas- saiu do quarto e fechou a porta atrás de mim.

— Você? Não deveria estar trabalhando?

— Acabei de salvá-la, não acha que o correto seria me agradecer? — Perguntou Hector, aproximando-se de mim.

Seus olhos eram incrivelmente brilhantes, e, novamente naquele mesmo dia, eu praticamente os sentia me atravessar.

— Você não me salvou coisa nenhuma! Eu entrei aqui, e poderia muito bem pegar qualquer objeto e acertar aquele cara na cabeça.

— Ele é um demônio, Leãozinho, você não teria chance alguma.

— Não?

— Não, como não tem agora.

Nessa hora, Hector me puxou pela cintura com uma das mãos, com a outra, soltou meu cabelo, enlaçou seus dedos em minhas madeixas, e selou nossos lábios de uma forma doce -no início. Depois, o beijo tornou-se quase desesperado, e eu não me importei. Cravei meus dedos em seus cabelos escuros e o beijei da mesma maneira. Não conseguia pensar em mais nada, não havia mais problemas ou indecisões em minha mente, só havia eu e ele naquele momento. Então, quando o beijo acabou, ficamos alguns segundos com os lábios ainda muito próximos. Minha mente começou a me punir por aquilo, mas eu não conseguia me afastar.

— Eu sabia que queria isso. — Sussurrou ele.

— Não, eu não posso... — Falei, mas sem muita convicção.

A raiva que estava sentindo de Luca me consumia a cada minuto que eu passava longe dele, eu não conseguia mais raciocinar direito. Não conseguia medir as consequências daquele beijo. Eu queria me vingar de alguma forma, fazer Luca sofrer da mesma maneira que eu havia sofrido. Sim, tinha sido forte até aquele momento, mas estava sendo destruída por dentro... Lembrei-me de Fae, e de sua sina com Luca. Eu já o amava, mas Devon ainda estava vivo, logo, não havia como eu ser a fênix, apesar de ter desejado desesperadamente que essa hipótese fosse possível. Havia outra pessoa destinada a Luca. Eles deveriam ficar juntos. Eu seria apenas uma carta fora do baralho quando os unisse.

Eu não era nada.

Hector me prendeu contra a porta enquanto a trancava, beijou-me de forma possessiva novamente. Seus lábios desceram até o meu pescoço e eu permiti. Ele abriu os botões de sua camisa social preta enquanto me beijava, e a tirou rapidamente, como se fosse um especialista nisso. Eu o observei, seu corpo era definido, mas não musculoso, ele tinha o corpo muito parecido com o de Jack, só que mais bronzeado.

É uma verdadeira tentação...

Quando dei por mim, ele já havia me levado até uma cama de casal que havia naquele quarto, mal tive tempo de reparar como ela era, pois no instante em que me deitei, aquele maldito demônio tornou a me beijar. Decidi não resistir, afinal, fosse ou não um pecado, o que adiantaria negar? Eu ia, ou melhor, já estava no Inferno mesmo.

Entreguei-me a ele sem me importar com as consequências.

Abri os olhos e deparei-me um rosto lindo apoiado em meu abdômen. Hector estaria mesmo dormindo? Eu estava coberta até acima dos seios com um lençol branco de seda, e ele estava com suas costas totalmente à mostra. Seu cabelo estava bagunçado de um jeito... estranhamente charmoso.

— Hector? — Chamei-o, mas ele não respondeu. — Hector? — Falei um pouco mais alto dessa vez.

— O que foi, Leãozinho? — Perguntou ele, abraçando minha cintura, ainda com a cabeça sobre minha barriga.

Feche os olhos, Anjo (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora