Capítulo 5

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P.V.O Alice

~Um mês depois~

Já fazia um mês desde que minha mãe, meu irmão e minha melhor amiga haviam sido brutalmente assassinados. Cogitei a possibilidade de Jeff ter matado minha mãe e irmão. Mas achei um pouco improvável, já que ele estava na cabana. Ou será que ele teria feito isto antes de me levar para a cabana?
Várias dúvidas rondavam minha mente. Passei boa parte de meus dias trancada em um quarto de uma pequena casa que meu pai havia alugado. Não conseguiriamos voltar para aquela casa após tudo que aconteceu. Carlos havia recebido alta e saído do hospital.
Não compareci ao enterro de Stefeny. Não que eu não me importasse com ela. Apenas estava muito abalada e não tinha condições de ver o caixão de minha amiga. Me faria lembrar de todos os momentos terríveis pelo qual eu passei.

Meu pai vivia bebendo. Eram raras as vezes que o via, já que só saia do quarto para pegar algo para comer. Ele estava visivelmente abatido. Olheiras fundas, bafo de cerveja e bebida barata, extremamente magro e pelo que parecia, usava o mesmo roupão à cinco dias.

-Pai... -disse me aproximando dele. - Você tem que comer algo.

Ele murmurou alguma coisa que não compreendi e se levantou do sofá, caindo em seguida. Tentei levanta-lo. Mas sem sucesso. Ele era muito maior que eu.
Acabei ligando para uma tia que morava a poucos minutos dali. Ela pareceu não gostar da ideia de ter que ajudar o irmão bêbado, mas acabou chegando cerca de vinte minutos depois.

-Você vai acabar morrendo se continuar bebendo desse jeito! -fiquei inicialmente irritada com a falta de sensibilidade dela. Mas sabia que o que ela falava era verdade.

-Tanto faz. -ele murmurou- Ela já está morta... Não há porquê continuar aqui.

-Pare de falar besteira, homem. Uma hora você irá superar isto. -falou Marta, me olhando. Provavelmente esperando alguma reação pelo que meu pai havia falado. Mas apenas me retirei, indo para o meu quarto novamente.

"Não há porque continuar aqui". Essas palavras ecoavam por minha mente enquanto eu fitava o teto. Levantei-me e andei até uma caixa com alguns livros. Não havia organizado nada que não fosse o básico após se mudar. Pego um livro de The Walking Dead e começo a folhea-lo atrás de algo. Em uma das páginas, envolvido com um fino papel, havia uma lâmina. Fico observando o objeto por alguns segundos. Alguém bate na porta e eu rapidamente guardo a lâmina no livro e o jogo em cima da cama. Minha tia surge na porta e chama-me para conversar.

Discutimos sobre uma provável internação de meu pai, que eu fui contra, é claro. Ela falou sobre o comportamento agressivo que ele estava tendo. Descordei, mesmo sabendo que era verdade. Era um dos motivos pelo qual eu ficava sempre trancada no quarto.

-Tenho medo de que ele acabe te machucando, Alice. Você está tão magra...- ela disse- Precisa se alimentar direito. Voltar a ter uma vida normal. Você acha que sua mãe gostaria de te ver assim? -quando ela falou de minha mãe, senti uma raiva absurda. Quem era ela para usar minha mãe em uma lição de moral estúpida?

-Minha mãe não poderia achar nada, pois ela está morta!

Senti lágrimas brotando e molhando meu rosto. Senti-me abraçada. Era minha tia. Ela me abraçava e chorava, me dizendo algumas palavras para tentar me consolar. O que foi inútil, é óbvio. Eu chorava e soluçava como uma criança.

Ela foi para casa e disse que voltaria de manhã pois tinha que ir pro trabalho e só sairia tarde. Ela trabalhava como segurança em uma casa de shows.

Fui para o meu quarto e acabei deixando a porta semi-aberta. Peguei o livro na em cima da cama. Abri na página 376 e peguei a lâmina que havia escondido. Eu queria parar com aquele hábito. Mas não conseguia. Stefeny era a única que sabia e que tentava me ajudar a parar com aquele hábito. Mas agora ela estava morta. E era sua culpa. Deveria ter insistido mais para que a amiga ficasse em casa. Assim, apenas eu teria morrido. Jeff teria me matado e ido embora. E minha mãe mãe e irmão não teriam sido assassinados. Foi pensando nisso que adormeci.

Acordei no meio da madrugada. Peguei meu celular que estava embaixo do travesseiro e vi que eram 3:09. Tentei voltar a dormir, mas sem sucesso. Virei-me para tentar achar uma posição mais confortável e fiquei paralisada de medo pelo que vi. Na janela, havia um garoto de óculos laranja. Ele carregava um machado nos ombros. Podia senti-lo me olhando.

Então, ele bateu com o machado em minha janela, quebrando-a. Soltei um grito estridente e pulei de minha cama. Tentei correr em direção à porta. Mas ele se colocou na frente, impedindo-me de fugir. Ele fechou a porta. Sem tirar os olhos de mim.

-Vamos fazer o seguinte: você não faz nenhum escândalo e eu te mato rapidamente. Ou, se decidir gritar novamente, posso te torturar e te fazer de forma lenta e dolorosa.

-Olha aqui, eu não sei quem você é ou o porquê quer fazer isso comigo mas...

-Eu não me importo com suas desculpas. Vim aqui para matar você. É pra isso que estou sendo pago. E é isso que vou fazer. -ele falou andando em minha direção. O machado fazendo um barulho desagradável ao ser arrastado.

-Quem te mandou aqui?- eu e o 'Garoto do Machado' viramos em direção há janela. Reconheci de imediato a figura masculina sentada em minha janela. Jeff nos olhava. - Vai me responder por bem ou vou ter que te forçar a dizer, Ticci?


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Oi, humanos^-^. Desculpem me pela demora. Vocês sabem... final de ano, provas. Tentarei postar com mais frequência. Por mais que tenha começado agora. Obrigada por ler meu livro <3.

Amor Psicopata [Jeff The Killer]Onde histórias criam vida. Descubra agora