Capítulo 16

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Continuei conversando com Masky por algum tempo e descobri que temos gostos em comum para músicas e filmes.

-Masky...

-Fala.

-Eu acho que vou tirar um cochilo. Disseram-me que irei ainda hoje. Então, vou descansar um pouco. -Sorrio para ele e me levanto da cadeira.

-Sem problema, anã. -diz ele sorrindo.

Dou-lhe socos no braço e ele me abraça forte. Retribuo o abraço e me despeço dele, já que não o veria durante o treinamento.

-Ei, Alice!

-Sim? -viro-me para ele.

-Tome cuidado. -ele estava com uma postura séria.

-Ok... Eu sei né cuidar, bobão. Jeff não vai me fazer nada. -falo sorrindo. Paro de rir ao perceber que ele ainda está sério e de cabeça baixa.

-Não é ao Jeffrey que me refiro. -ele levanta a cabeça e olha em meus olhos.

-Tudo bem... Eu ficarei atenta. -falo. -Masky?

-Fala.

-Você poderia tirar sua máscara?

-Não.

A resposta foi rápida e fria, deixando-me envergonhada. Balanço a cabeça positiva e começo a ir em direção à escada. Passo por Slender e Geovanna, que agora estavam sentandos nos sofás.

-Filha, arrume suas coisas. Partirá pela madrugada. Vá descansar. Geovanna irá lhe chamar quando chegar a hora.

- Sim. -falo simplesmente.

Entro no quarto e fecho a porta atrás de mim. Já havia separado tudo o que precisaria.
Sento-me na cama e pego meu celular para tocar Smells Like Teen Spirit. Enquanto a música toca, vou tirando minha roupa. Pego o celular e retiro a capa do Asking Alexandria. Pego uma lâmina que escondo atrás dela.

Observo a lâmina por algum tempo e penso no quão sozinha eu me sinto. Geovanna se importa comigo, mas ainda assim, ela não entende o que se passa comigo. Estou confusa, mais do que nunca estive. Etou exausta disso.

Exausta de me sentir só.

Exausta de não poder decidir nada em minha própria vida.

Exausta dos treinamentos.

Exausta das cobranças e expectativas.

Exausta desta vida...

Posiciono a lâmina sobre meu pulso e faço um corte horizontal, e depois outro e outro. Meus braços já estavam pingando sangue. Uma pequena poça se forma no chão. E eu apenas me sento e observo o líquido manchar o chão. E me sinto fraca. Tanto física quanto psicologicamente. Lágrimas gordas começam a rolar por meu rosto.

Não posso morrer agora. Não após tudo que passei. Não após sobreviver a tudo isso. Não sem antes vingar minha mãe, meu irmão e meus amigos. Não sem lutar. Eu não vou morrer assim, como uma fracote. Não vou desistir assim tão fácil!

Levanto-me com um pouco de dificuldade. O sangue em meus braços começa a secar. Sento-me na banheira e a ligo. Sinto meus braços pesados e doloridos. Quando o ponho debaixo da água, uma ardência me faz retira-los rápido. Ponho os novamente embaixo da água e passo a esponja sobre os ferimentos, para retirar o sangue que ainda estava em minha pele. Sinto lágrimas voltarem a cair e vejo a água avermelhada da banheira. Levanto-me e vou até o chuveiro. Tomo uma ducha e pego o kit de primeiros socorros no armário do banheiro. Coloco alguns band-aids sobre e faço alguns curativos. Vou até o closet e pego um pijama de manga comprida, para esconder o estrago e deito-me na cama. Acabo adormecendo.

Acordo com o vento soprando violentamente no quarto e fico confusa. Jurava te-la fechado... Fecho-a e deito novamente. Quando vou virar para o outro lado, tomo um susto. Jeff está me observando.

-Desculpe por sair daquele jeito. -ele diz e coloca as mãos no bolso do casaco.

-Não tem problema. Você ser estúpido e grosso é normal. Estranho mesmo é alguém entrar no meu quarto pela janela e ficar me espiando dormir. -digo e faço um sinal de positivo com o dedão.

Ele anda em direção à minha cama e se senta de costas pra mim. Levanto-me e vou em direção ao banheiro. Escovo os dentes e prendo o cabelo em um rabo de coque frouxo. Saio do banheiro e ele está deitado na cama, me olhando com uma cara maliciosa. E então percebi que não coloquei a calça do pijama. Fico vermelha. Mas, decido não parecer uma garotinha envergonhada e finjo não me importar. Deito do seu lado e ele me encara, agora confuso.

Dou de ombros e encosto minha cabeça em seu peito e o abraço. Ele é tão quente. Tem um cheiro bom. Sinto seus braços envolverem minha cintura e me puxarem para mais perto de si. Fico eriçada. Ele sorri pelo nariz ao perceber. Sua respiração quente está sincronizada com a minha.

Eu sinto que poderia ficar ali para sempre. Me senti segura em seus braços. Me senti confrontada. Esqueci o medo e a solidão. E então, eu dormi. Calma e tranquila como não fazia à um bom tempo.

*****

Olá, terráqueos! Capítulo novo nessa bagaçaaaaa. Muito obriga por lerem mais este capítulo:3 . Gente, quase morreu do corasaun. Temos quase 7k le visualizações*-----* muito obrigada a todos os leitores<3. Eu nunca pensei que alcançaria tudo isso de visualizações. Obrigada a todos <3

Amor Psicopata [Jeff The Killer]Onde histórias criam vida. Descubra agora