0.3

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Micaela Satyro.

Bufei. Depois de novo. E depois de novo, novamente. Eu estava tão confusa! Não conseguia acreditar no que meus olhos acabaram de ver. Será que... Peraí! Beatriz era uma bruxa? Ou ela armara aquilo? Quer dizer, com ajuda de MUITOS efeitos especiais!

Laysa continuava adormecida ao meu lado, com o corpo cheio de cortes por causa da maldição Cruciatos, e de ter se agonizado tanto no chão. Estávamos quase coladas no porteiro, que nos olhava como se fôssemos aberrações.

— Ei — Laysa disse, com a voz rouca. Olhei para ela no mesmo instante.  

— Você acordou! Finalmente, Lys!

Ela abriu os olhos, com uma frestinha, e depois por inteiro. Ela piscou duas vezes.

— Micaela? — ela olhou para mim. — Sou eu! — eu disse, abraçando-a. Ela me abraçou de volta.

— O que aconteceu? — E então, eu comecei a chorar. Muito. Chorei tanto que comecei a soluçar.

— Não sei! Beatriz ficou louca! 

— Ela estava com uma... varinha? — ela perguntou, um pouco desnorteada. Sorri. Ela estava parecendo bêbada. 

— Acho que sim, Lys, mas eu não tenho certeza! Isso tudo que aconteceu foi uma loucura.

— Ei — o porteiro disse, dando-me um baita susto.

— Hm, desculpe asssustá-la, Micaela, mas você quer água, sei lá?

Eu balancei a cabeça fazendo um sinal negativo para ele, agradecendo com os olhos e sorrindo.

— As coisas ficaram estranhas! A gente estava falando de Harry Potter, e, sei lá, de repente ela sacou uma varinha e começou a falar Avada Kedavras! Isso é maluco!

— E ainda te torturou com Cruciatos — lembrei-a. Ela baixou a cabeça com a lembrança. 

— Isso é esquisito! Quer dizer, essas coisas não existem, né? É só um livro! Como ela me fez sentir tanta dor?

— Laysa — disse, limpando as lágrimas. — Talvez não seja.

— Mas... como diabos isso é possível?

— Acho que ainda temos que descobrir.

Uma senhora muito velha começou a se aproximar da gente. Tipo, ela estava vindo diretamente para a gente! Eu me levantei, puxando Laysa junto. Quer dizer, com essa loucura que acontecera hoje, não podíamos confiar em ninguém. O que me fez olhar para o porteiro simpático. Nem nele podíamos confiar.

— Senhora? — ele perguntou para a velha que se aproximava — É uma visitante?

Ela olhou para mim e para Laysa longamente. Olhou mesmo. E eu comecei a pensar que ela ia começar a jogar uns Avadas Kedavras também. Bom, apenas por um segundo.

— Sim — ela respondeu ao porteiro, surpreendendo-me. — Na verdade, procuro pelo o apartamento de Beatrice Pazolini.

O porteiro a olhou com um ponto de interrogação no rosto. Não dera para entender nada que ela falara! Ela fala em um sotaque super estranho!

— Desculpe, senhora, mas quem?

Ela tossiu.

— Ah, é. Sim... h-hm — ela pigarreu, pegando um papel de dentro da bolsa gigante e lendo-o. — Beatriz Pazolini, quis dizer.

Eu e Laysa pulamos de surpresa, em uma posição defensiva, mas a velha não pareceu nem notar. O porteiro assimilou.

— Quer que eu interfone para ela? Você é parente dela? — Ela sorriu. 

— Diga apenas que sou Pansy Parkinson.

Eu e Laysa arfamos, e dessa vez realmente atraímos o olhar da mulher. O porteiro colocou o interfone no ouvido.

— Hum... desculpe, senhora, mas não atende. Acho que o sr. e a sra. Pazolini devem ter saído com a filha.

— Ah! — ela arfou — Ela está junto com os pais?

O homem a lançou o mesmo olhar interrogativo.

— Hm, sim. Eles vivem juntos.

A mulher arfou novamente, assimilando. Ela olhou para a gente novamente. 

— Vocês menininhas! Conhecem Beatriz?

Nós assentimos, amedrontadas.

— Bom, senhoritas, então é melhor me seguirem. Agora! — Alguma coisa na voz dela fez com que eu puxasse Laysa comigo, e então começamos a segui-la para não muito longe. Chegamos a um pequeno beco que havia naquela mesma rua, e então ela parou, virando-se para nós e dizendo:

— Essa menina é uma bruxa. Assim como vocês.

𝗯𝗿𝗶𝗻𝗴 𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝗹𝗶𝗳𝗲,  draco malfoy.Onde histórias criam vida. Descubra agora