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Micaela Satyro.

Enquanto caminhávamos de volta para nossos salões, fomos conversando sobre tudo o que tinha acontecido.

— Ei — eu disse. — Me desculpa.

— Desculpar pelo quê? — ela perguntou.

— Por não ter acreditado em você. Quer dizer, depois eu soube...

— Ah — ela disse — Sim, depois você soube. Eu descobri coisas sobre isso.

— Sobre Beatriz e afins?

— É! 

— Bom, eu também descobri algumas coisas, e estava querendo saber se eram essas coisas que você tinha descoberto.

Ela parou de andar por um segundo, e depois retornou, com o rosto transtornado.

— Hm, tá. — respondeu finalmente.

— Ok, o que aconteceu? — perguntei, desconfiada.

Seu rosto, ainda transtornado, se converteu em uma careta engraçada. Ela estava preocupada. Mas por quê? Pelo que Minerva acabara de dizer? Que o castelo não era mais seguro? Bom, isso era uma resposta.

— É complicado — ela disse.

— O que é complicado? Você me dizer o porquê de estar preocupada?

— Não é exatamente isso. Peraí! — ela se sobressaltou, com um ar acusatório. — Como diabos você sabe sobre Beatriz?

— Você me contou.

— Sim. Mas você não tinha acreditado, o que te fez acreditar de repente?

Eu diminuí o passo.

— Harry me contou.

— Como assim? — ela explodiu — Como assim ele te contou? Como ele sabe?

— CALMA! — gritei. — Meu santo Cristo, CALMA! Aparentemente, a escola toda sabe, Laysa.

— Pan vai me matar.

— Quem?

— Pan. Pansy Parkison! Ela vai me matar se descobrir que a escola sabe.

— Mas não foi você que contou para todo mundo!

— Então quem foi? — ela se virou para me encarar, insinuando que tinha sido eu. Coisa que não fora, completamente!

— Não fui eu, Laysa. 

— É. Eu acho que eu meio que sei disso — ela baixou o olhar.

Caminhamos em silêncio até que a deixei no Salão Comunal da Sonserina, e eu apertei o passo para chegar no Salão da Grifinória. Em poucos minutos, já estava lá, e para minha surpresa, todos estavam sentados ali.

Quando entrei, as cabeças se viraram em minha direção, e todos levantaram-se.

— Meu Deus, Micaela, o que aconteceu? — Hermione foi a primeira a emitir algum som, correndo para perto de mim.

— Ahn, nada. A professora McGonagall apenas chamou-me e Laysa para conversar.

— Sobre o quê? — perguntou Gina, levantando-se e indo até mim.

— Dar as boas vindas — menti.

— Mas isso ela já fez ontem, na hora do jantar no Salão Principal. — Harry desconfiou.

— Ai gente, vocês acham que foi o quê? — perguntei, porque, realmente, não fora nada de tão demais. — Ela só deu suas boas-vindas formais e avisou-nos que iríamos pular diretamente para o sétimo ano.

Eles bufaram.

— O quê? Estavam esperando alguma coisa?

— Alguma notícia! — disse Harry.

— Notícia?

— Sim. Sobre Beatrice.

Eu ri.

— Sim, eu entendo que vocês queiram saber notícias dela, mas por que diabos a professora McGonagall ia confiar algo assim em mim?

Todos bufaram. Novamente.

— Não sabemos! Mas você deve ser alguém especial — disse Rony, atraindo um olhar furioso de Hermione.

Eu ri, mas dessa vez internamente.

— Não nesse sentido, Hermione — ele devolveu, fazendo com que Gina e Harry pigarreassem. — Pensa comigo, ela apareceu apenas esse ano, quando era para ela aparecer aos 11... — antes de ele terminar, eu disse:

— Mas não tem nada demais, Ron. Minerva me explicou que estava muito perigoso para eu entrar em Hogwarts aquela época. E também, né, eu moro no Brasil! É muito longe.

Todos me encararam. 

— Isso não explica — disse Neville, fazendo com que eu só assim percebesse sua presença.

— Ahn, como assim? — perguntei.

— Não sei. Tem alguma coisa estranha nisso aí. Nessa história toda. Sei lá. 

— Por que teria uma coisa estranha?

— MICAELA! — Hermione gritou, fazendo-me olhar para ela. — Eles escondem um segredo. Não é sobre essa revolução estúpida que estão fazendo, ou sei lá como eles chamam. É uma coisa pro trás disso. Algo perigoso!

— Como você sabe? — perguntei.

— Hermione ouviu Draco conversando com Pansy há algum tempo. — disse Rony.

— Sim, eu ouvi — concordou ela. 

— E o que exatamente eles falavam? — perguntei, curiosa e ao mesmo tempo amedrontada.

— Não temos muita certeza — ela disse, por fim. — Só sabemos que eles sabem um jeito de trazer Voldemort à vida. Ou, pelo menos, fazer com que algum bruxo tenha os mesmo poderes que ele. A ditadura voltou.

𝗯𝗿𝗶𝗻𝗴 𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝗹𝗶𝗳𝗲,  draco malfoy.Onde histórias criam vida. Descubra agora