0.4

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Micaela Satyro.

Ela falava rápido demais! Era muita coisa para digerir de uma vez! Enquanto ela começava a falar sobre como Beatriz era perigosa, e que ela era da Sonserina e um bando de bosta, eu só tentava digerir tudo.

Eu não estava entendendo nada! Que negócio de Sonserina? Não que eu não soubesse o que era, só que eu sabia que não existia! Bom, agora eu tinha minhas dúvidas.

Então, resolvi falar, já que Laysa só sabia ficar escutando tudo de boca aberta, quase babando.

— Peraí, peraí... você não disse que era Pansy Parkinson? Aquela da Sonserina?

A mulher riu.

— Não, eu não sou! Eu disse porque a Srta. Parkinson é amiga da Srta. Pazolini e eu pensei que, se eu dissesse que era ela, Beatrice desceria. 

—E mais uma, por que a chama de Beatrice?

— Porque é seu nome! Beatriz é seu nome em português.

— E da onde a senhora vem, Deus do céu?

— Eu venho de Londres!

— Então vamos fazer assim... vamos conversar em inglês.

— Muito bom — e então começamos a conversar nessa língua, já que ela não sabia falar português muito bem. — Vocês são bruxas! 

— Quem diabos é a senhora?

Ela arqueou a sobrancelha.

— Por acaso, eu sou Minerva McGonagall, diretora de Hogwarts.

— Mi-mi-mi-mi-mi... — Laysa gaguejou, atraindo nosso olhar. Encarei aquela senhora que se dizia diretora de Hogwarts com um mínimo sorriso no rosto. Eu sabia que tudo não poderia passar de apenas uma brincadeira. Uma brincadeira de muito, muito mal gosto, a propósito.

— Ok, ok. Não sei o que diabos está acontecendo aqui, mas de uma coisa estou certa. Bruxaria não existe!

A mulher riu.

— Claro, a antigos olhos trouxas, realmente parecem não existir, mas se abrir um pouco sua mente... — ela sorriu — descobrirá maravilhas!

Eu e Laysa a observávamos atônitas.

— Bom, senhoritas, isso foi muito agradável, mas receio que terei de voltar à Londres, já que Beatrice não foi encontrada. Então... — ela meteu a mão dentro do grande blusão, e tirou de lá duas cartas.

Ela nos entregou, e então, dando-nos as costas, partiu. Quer dizer, sumiu é a melhor definição. Um segundo ela estava lá. No outro, já não estava mais. Laysa arfava ao meu lado.

— Esse dia está mais esquisito do que aquele que tive que passar um trote para o professor de Matemática! — ela gritou, encarando o local onde, um segundo mais cedo, "Minerva McGonagall" estivera.

Sem hesitar, comecei a abrir o envelope, e Laysa copiou o gesto. Tirei de lá um papel cor sépia, e comecei a lê-lo.

Dear Mrs. Satyro,
We are please to invite you study in Hogwarts, school of Witchcraft and Wizardry. Please, do not take longer than 2 weeks to send me your all materials (the list of this is in the other page), and take no longer than 1 week to send me you owl (or any kind of pet). Your lessons starts September first.
Carefuly,
Minerva McGonagall, Hogwart's headteacher. 

Ainda encarando o papel, consegui sussurrar para Laysa:

— Lys, acho que a mulher estava falando sério.

Ela me encarou.

— Mas como?? A gente tem 17 anos, Micaela. 17! — ela gritou — Se fôssemos bruxas, o mais razoável não seria nos mandar uma carta aos 11?

Parei para raciocinar um pouco. Sua teoria fazia muito sentido. Eu deixara-me ser levada por querer MUITO que esse dia existisse, esse dia que eu fosse à Hogwarts. Baixei a cabeça por alguns segundos, mas quando levantei, sentia-me mais confiante.

— Laysa! Mas você não viu o que Beatriz fez? Aquilo não foi computação gráfica! A gente viu! E ainda vem uma — desenhei aspas no ar — "suposta" Minerva McGonagall falar com a gente depois disso, dizendo que somos bruxas! E que é de Londres! Santo Deus, agora tudo se encaixa, Lys!

Ela me encarou novamente, com um brilho muito intenso nos olhos.

— Mica — ela disse, por fim — Acho que vamos para Hogwarts!

𝗯𝗿𝗶𝗻𝗴 𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝗹𝗶𝗳𝗲,  draco malfoy.Onde histórias criam vida. Descubra agora