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Micaela Satyro.

Enquanto corria para o Salão Comunal da Sonserina, empurrei Harry, Ron e Hermione para a enfermaria. Fui tão rápido que em questão de segundos já estava ali na frente. Bati ferozmente na porta. Alguém abriu. Não conhecia aquela pessoa, porém não tinha mais tempo para perguntar-lhe o nome. Joguei as palavras em cima dela - pois era uma menina:

— Cadê Laysa Siqueira?

A menina me encarou, e ameaçou fechar a porta na minha cara. Porém, em um momento de raiva, adrenalina e reflexo, coloquei o pé entre a porta e ela, fazendo com que ela fechasse a porta no meu pé. Não demonstrei, mas, cara... doeu. A menina recuou, murmurando um "Foi mal", e então me olhou

— Vou perguntar novamente — disse, sarcástica. — Porém, dessa vez, quero respostas.

— Minha batida no seu pé não foi sutil o suficiente? — ela respondeu.

Encarei-a.

— Onde está Laysa?

A menina encarou-me de volta. Olhou para baixo, e então disse:

— Não sei.

— Como assim?!

— Olha, os Dementadores pegaram ela, ok? Eles têm um jeito esquisito de detectar maldições imperdoáveis. Principalmente se for um Crucio aniquilativo. A menina quase matou o Malfoy!

Incrédula, perguntei:

— Ela foi pra Azkaban?!

— Acho que ela vai conseguir escapar. Aff, sabe quantos anos ela tem, né?

— Dezessete.

— Enfim, não quero conversar com você. Isso tudo aconteceu por tua causa. — ela afirmou, fechando a porta. E, dessa vez, eu deixei.

Fiquei pasma, olhando a porta do Salão por um bom tempo. Mas, quando finalmente me recuperei do choque - não totalmente, porém achava que nunca me recuperaria -, corri até a enfermaria. Quando cheguei lá, vi Hermione, Harry e Rony espremidos em um canto. Rony deu um salto quanto entrei ali, e Papoula Pomfrey deu um ataque.

— Por favor, saiam daqui! Ele precisa descansar!

Olhei para o olhar preocupado de Rony. Segui seu olhar. Ele olhava para Draco, que estava deitado em uma maca. Seus olhos estavam abertos, e por um segundo pensei que estava morto. Mas não. Ele olhou para mim, e revirou os olhos.

— Dá para tirar essa gente daqui?! — ele perguntou, arrogante.

Pomfrey ignorou-o, porém pediu:

— Sr. Potter, faria-me um favor e descobriria o que aconteceu com a Srta. Siqueira?

Ele assentiu, enquanto Rony e Hermione se aproximavam.

— Ei, foi mal. — ela disse, colocando a mão no meu ombro.

— Muita coisa ruim tá acontecendo esse ano, e justamente quando você entra. É um saco, eu sei. Ainda mais porque parece que esse ano tudo está voltando-se contra você — Rony disse.

— Tudo bem. — eu disse sorrindo falsamente.

Os três saíram da enfermaria, e Pomfrey estava buscando alguma coisa ali fora. Aproveitei o momento para aproximar-me, porém não sabia se era a coisa certa a fazer. O que fiz, então, foi só repetir o que aquela menina-sem-nome da Sonserina me dissera.

— É tudo minha culpa.

— Cala a boca — ele respondeu instantaneamente.

— Para de ser mal educado, estava tentando apenas... — parei, pois não sabia o que eu estava tentando.

Ele me encarou.

— Apenas...?

— Esquece.

— Eu soube sobre Laysa.

— É claro que soube. Ela tentou atingir você!

— Não, Micaela. Estou dizendo sobre ir para Azkaban. Isso foi terrível.

— Ela é de menor.

— É, eu sei.

Parei para refletir, e resolvi falar logo o que estava preso na minha garganta.

— Você gosta de mim, Malfoy?

Ele me olhou indignado. Peraí, como assim ele gostaria de mim? Viajei legal agora, e desejei do fundo do coração não ter feito aquela pergunta. Porém, naquele momento, acho que vi uma lágrima sair de seus olhos.

— Você é uma sangue-ruim.

— E daí? — perguntei, sentindo-me ofendida.

— E daí que não faz parte dos meus... meus princípios... gostar de você.

— Mas você gosta. — isso era uma afirmação, e poderia até soar metido. Mas a verdade, é que dentro de mim, havia uma chama acesa, que dizia que era verdade.

Ele virou o rosto.

— Isso é idiota — ele disse, por fim.

— O que é idiota? — perguntei, sentando na beira da cama. — Você gostar de mim?

Porém, nesse momento, Pomfrey apareceu.

— Srta. Satyro, deixe o Sr. Malfoy descansar! Daqui a pouco volte aqui, mas não agora.

Pensei que Draco ia me defender, ou pelo menos pedir para que eu ficasse mais tempo ali. Mas o que ele fez foi só fechar os olhos e dormir. Magoada, obedeci Pomfrey. Mas, antes de sair, deixei um bilhete na cabeceira da cama. Sabia que ele não ia responder, mas se ficasse magoado... já valeria.

𝗯𝗿𝗶𝗻𝗴 𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝗹𝗶𝗳𝗲,  draco malfoy.Onde histórias criam vida. Descubra agora