2.7

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Micaela Satyro.

— Belo show.

— Cala a boca.

— Sabe, você fala cala boca demais, para mim.

— Você merece, Draco.

— Mas o que diabos deu na sua cabeça para fazer isso?

Ri sarcasticamente.

— Fazer o quê? Contar a verdade à todos?

— Não. Contar a verdade à mim.

— Quê?

— Eu sei o que você está tentando fazer.

Argh! Aquela minha explosão começou por causa dessa frase estúpida! Não vou me deixar levar por isso de novo!

— Calma, Micaela. Eu quero ajudar.

— Ah, vê se eu tô lá na esquina. E, se eu não tiver, se mate.

— Grosseria — ele disse, sorrindo arrogantemente. Algo naquele sorriso fez meu coração doer.

— Vá com calma, Draco.

— Eu não estou mentindo — ele pôs a mão no meu ombro. — Quem você acha que estava enviando aqueles cartõezinhos para você?

— Laysa.

— Enganou-se, então.

— Está sugerindo que...

Estávamos sozinhos no corredor. Eu, indiscretamente, o puxara para longe quando a aula terminara, para tentar descobrir alguma coisa. Ele ficou de frente para mim, e olhou nos meus olhos.

— Sim.

— Porra! — disse, um pouco decepcionada. Mesmo assim, não acreditava que era ele.
Saí correndo, deixando-o aí.

Naquele dia, depois de muito drama e explicações falsas para Hermione, fui dormir. E só aí percebi que meu anel não estava mais em meu dedo.

Ele não fora a aula. E nem no dia seguinte, e nem no outro dia. E, quando finalmente apareceu, eu já tinha perdido quase todas as esperanças. Algo dentro de mim gritava. Eu precisava falar com ele. Naquele dia, eu trombei com ele pelos corredores, e ele nem olhou para mim. Murmurou um "Droga" e saiu dali. Nada mais do que simplesmente estranho. Tentei ignorar o ocorrido, mas a forma como ele me tratou nos últimos dias ficava em minha cabeça.

Já tinha quase dois meses que eu chegara em Hogwarts e você viu a bagunça que tudo estava. Eu estava indo para a Sala Precisa, pois a Armada do Dumbledore me esperava ali. Ou... algo parecido.

— Oi! — gritou Luna quando eu entrei. Como sempre, ela era a primeira a me notar.

— Oi, gente.

— Então, aonde você estava? — perguntou Hermione.

— Hm, andando.

— Ah, entendo — ela disse, me puxando.

— Alguma notícia má, Micaela? — perguntou Luna.

— Creio que não.

— Ah. Seu rosto está tenso.

Todos olharam para mim.

— Hm, mas eu estou bem. Sério.

— Ótimo — Hermione completou por ela, me puxando para dentro da sala, ainda.

Depois de uma tarde cansativa, todos estavam saindo da Sala Precisa. Menos Harry, Rony e Hermione, que ficaram para arrumar algumas coisas. Aproveitei o momento. Aquilo que remoía meu coração não dava para esperar mais. Eu me aproximei.

— Ah, ainda está aqui? — riu — pensei que tinha saído. — disse Hermione.

— É. Olha, — fui direto ao ponto — tenho uma coisa para falar pra vocês.

Isso atraiu a atenção deles.

— Ah é? O que é? — Harry perguntou. Era a primeira vez que eu falava com ele em semanas.

— Desculpe por estar evitando vocês, ok? Mas há um porquê.

Todos largaram o que estavam fazendo, e me olharam.

— Por favor, não me diga que tem a ver com aquela Beatrice.

—Algo parecido, Ron. — eu disse. — Mas pior.

— Meu Deus. — Harry sussurrou.

— Sim. Bom... — brevemente, contei tudo que acontecera, desde minha conversa com Minerva até aonde estava ali, naquele exato momento.

Alguns minutos de silêncio.

— Por que não nos contou isso três semanas atrás? — Harry perguntou.

— Eu não sei. Eu me sinto uma infiltrada.

— Micaela isso é perigoso! - Hermione disse. — Você precisa de nós.

Aquele nó na minha garganta começou a soltar, dando passagem a milhares de soluços e lágrimas.

— Eu sei! — choraminguei.

Surpreendentemente, Hermione se aproximou, e me envolveu em um abraço.
Eu me sentia imune sem meu anel. Aonde ele estava? Eu já tinha revirado tudo a procura dele. Quando estava bem cansada, não sei como, mas fui para a cama. Acordei no dia seguinte com uma ânsia estranha. Como se algo de bom - ou ruim - fosse acontecer. Bom, eu estava certa.

𝗯𝗿𝗶𝗻𝗴 𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝗹𝗶𝗳𝗲,  draco malfoy.Onde histórias criam vida. Descubra agora