3.9

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Micaela Satyro.

Harry saiu correndo do salão assim que Minerva nos dispensara. Imitei o ato. Encontrei-o indo para a sala da diretora.

— O que está fazendo?! — perguntei. Ele mal me olhou.

— O que diabos foi isso? Essa menina não estava morta?

Suspirei.

— Algo aconteceu.

— De fato.

Andamos com passos rápidos e largos.

— Espera falar com Minerva? O que acha que ela vai te responder?

— Alguma coisa que explique! — ele gritou, sacudindo as mãos.

— Calma...

— Calma?! — ele gritou — Depois de sete anos de tortura aqui nesse colégio, eu finalmente achei que tudo estava acabado. Aí, aparece essa merda dessa Horcrux, essa merda dessa Beatrice, e essa merda dessa Pansy!

— Foi mal — foi a única coisa que consegui sussurrar.

Estávamos na frente da porta do gabinete da diretora e, naquele momento, a porta se abriu. Minerva arregalou os olhos e viu que éramos nós.

— Ó. O que fazem aqui? — ela perguntou, falsamente. Então olhou para mim — Micaela, receio que teremos que conversar mais tarde.

Assenti, enquanto dávamos espaço para que ela passasse.

— Você não vai falar com ela? — perguntei a Harry.

— Não. — ele respondeu, ríspido. — Mas porque diabos você teria que conversar com McGonagall? — ele perguntou.

Encarei o chão.

— Fizemos um trato. — e então expliquei tudo. Quando terminei, ele arregalou os olhos, pegou meu pulso e começou a me puxar.

— Para aonde estamos indo?

— Para as masmorras!

— Meu Deus, por quê? — perguntei, assustada com a força da mão de Harry.

Ele não respondeu, só continuou me puxando, e cada vez mais rápido. E, então, quando ele sussurrou um "Chegamos", pude ver do que se tratava. Era o Salão Comunal da Sonserina, e eu bem sabia o que ele queria.

Ele bateu fortemente na porta, fazendo um super estrondo, e me deixando atordoada. Não sabia se reclamava, ficava, ou saia correndo. Tudo era dolorosamente confuso.
Quem abriu a porta foi Blásio, que nos encarou como se fôssemos esgoto. Porém, perguntou o que queríamos, e Harry logo gritou “FALAR COM PANSY PARKINSON, MANÉ!”. Algo em sua voz me fez estremecer. Blásio gritou por Pansy, que apareceu ali.

— Que palhaçada é essa? — ela perguntou.

— RÁ. Eu te pergunto. Você não tinha morrido?!

Ela deu um riso irônico.

— Eu realmente parecia morta, não é?

Juro que Harry quase arrancou sua cabeça. Seus olhos em chamas diziam o quanto ele estava raivoso. Porém, sendo Harry, controlou-se e apertou a mão. E forte. Bem forte.

— Qual é o seu problema? O que você quer? Por que você está aqui? — as perguntas saiam como jorros da boca dele.

— Não tenho problema, eu não quero nada, e estou aqui porque devo estar aqui!

Harry olhou para mim, eu olhei para ela, e falei sarcasticamente:

— Você quer alguma coisa. O que você quer?

Ela sorriu.

— Nós vamos derrubar Hogwarts.

Paramos por um momento, ambos os corações parados, e olhares congelados. Já sabíamos a resposta mas, mesmo assim, Harry perguntou:

Nós?

Então, entre uma gargalhada e outra, Pansy deu espaço para alguém sair do Salão junto a ela. Pensei que seria Blásio, porém ele tinha sumido. Não estava mais ali. Ao invés disso, apenas vi uma garota. Uma garota de traços finos, e, quando ela apareceu, tinha o sorriso mais irônico que já tinha visto.

Porém não era quem eu estava esperando. Não era nada mesmo! Estava esperando Laysa, e a única coisa que vi foi uma menina um pouco familiar. Arfei quando descobri quem era. Era aquela menina misteriosa que abrira a porta para mim no dia que Laysa fora presa. Eu sabia que aquela menina era estranha demais.

— Quem é você? — perguntei, mas vendo que a menina não respondia, e apenas olhava fixamente para Harry, entendi. Aquela menina era encrenca.

Mas, sem dizer nada, Harry me deu as costas e saiu dali. Gritei por ele, mas tarde demais. Estava tão rápido que parecia ter desaparatado - coisa que eu sabia ser impossível, já que não era permitido aparatar ou desaparatar em Hogwarts.

Ela não disse mais nada, deu as coisas e entrou no Salão. Então, encarei Pansy.

— Não me pergunte — ela disse, me surpreendendo — Pergunte a sua amiguinha. Ela está lá em cima, sabe? — e então fechou a porta.

— Você não me engana, vadia! — gritei para ela, mas era tarde demais. Senti o teto tremer.

Gritei assustada. Então, corri para o salão principal.

Por favor, todos os alunos se dirijam para o salão principal. Por favor, todas as casas estão sendo interditadas.”

A voz de Minerva ficava em minha cabeça, enquanto ela gritava pelo castelo. Não pude fazer mais nada, a não ser pensar no pior. Quando cheguei lá, uma multidão estava envolta ali. Perguntavam-se o porquê das duas convocações do dia, e chegavam a uma conclusão: Pansy tinha a ver com isso. E, disso, eu tinha certeza. O chão, as paredes e o teto tremiam. As janelas tilintavam, e estava totalmente assustada.

-— O que aconteceu? — perguntou Hermione, praticamente voando em mim. — Você tá bem? Cadê o Harry?

— Estou bem... E-eu, não sei onde ele se meteu. Ele sumiu.

— Para onde ele foi? — perguntou Rony.

— Se eu soubesse, eu contaria! — disse ríspida.

— O que está acontecendo? — ela perguntou, ofegante. — Merlin... — ela gritou, olhando para trás.

Eu imitei o gesto, e então encontrei Laysa. Ela estava ali na porta do salão, usando o robe da Sonserina, e querendo não ser vista. Péssimo jeito, eu já estava. Mas então todos gritamos quando a janela estourou. E realmente estourou, jogando cacos de vidro gigantes em cima de todos ali. Um me atingiu no braço.

— Micaela! — gritou Rony e Hermione, juntos, olhando para o sangue que meu braço jorrava.

— Tanto faz — gritei, enquanto corria na direção de Laysa.

— Não! — gritou Hermione, mas tarde demais. Outra janela estourou, jogando vidro em todos.

Salvio Hexia! — gritou alguém, que não pude identificar.

Finalmente, cheguei onde ela estava. Toquei seu ombro, e ela olhou para mim. Bom, não Laysa, pois não era ela, e sim uma outra garota qualquer, que lembrava-me absurdamente da Lys.

— Desculpa — murmurei, e voltei para aonde estava.

Hermione e Rony me encaravam.

— Você está louca? E se fosse realmente ela?

— Aí nós descobriríamos onde está essa merda de Horcrux.

— Como você pode ter certeza?

— Eu perguntaria a ela...

Outro estouro na janela. Mais gritos.

— E por que ela te contaria?

Olhei nos olhos de Rony.

— Porque eu a obrigaria.

𝗯𝗿𝗶𝗻𝗴 𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝗹𝗶𝗳𝗲,  draco malfoy.Onde histórias criam vida. Descubra agora