4.2

1.4K 130 8
                                    

Micaela Satyro

flashback on

— É que... — Laysa disse, enquanto Harry preparava-se para ceder com a varinha. Mas então ela engoliu em seco: estava doendo demais, e ela não conseguiria falar.

— Hm — disse Harry ao afrouxar a varinha, porém ainda com ela em mãos.

— Laysa, não ouse! — Draco gritou.

Ela lançou um olhar para ele. Um olhar que veio acompanhado por um brilho.

— Não tramem nada! — gritou Harry, dando um soco na cabeça de Draco.

Nesse momento, Laysa levantou em um pulo e bateu no peito de Harry.

— CRUCIO! — ele gritou novamente, e ela caiu no chão mais uma vez, agonizando-se de dor. — Não gosto de estar fazendo isso, mas você vai me dizer onde essa bosta dessa Horcrux está agora!

— Draco! Draco! Não use a varinha!

Harry olhou para trás; Draco estava com a varinha em mãos.

— Não use! — gritava Laysa. — Você sabe o que vai acontecer!

Isso fez com que Draco abaixasse a varinha. Harry, então, esbugalhou os olhos com a compreensão.

— Deus... — ele sussurrou, abaixando a varinha e deixando Lys livre. — Deus! — dessa vez, ele gritou acusando Laysa com o dedo.

— Não mencione o nome de Deus em vão — disse ela, ironicamente.

— Quando eu matei Riddle... — agora, ele apontou para Draco. — Eu estava com a sua varinha... E aquele feitiço do qual Hermione mencionou...

— NÃO! — gritou Draco, pulando em cima de Harry como um tigre. Mas Harry estava tão atento que, antes do braço de Draco acertar a cabeça de Harry, ele gritou:

— ESTUPEFAÇA! — e Draco voou para longe.

— Você não sabe de nada! — gritou Laysa acusando-o.

— Acho que sei.

— Não sabe!

— Laysa... já era! Agora como vai me convencer de que a varinha do Draco não é a Horcrux?

Ela o encarou pasma.

— O quê?! — gritou, ainda parecida com Bellatrix.

— É isso mesmo. Agora se me dá licença.

flashback off

— E por que você não pegou a varinha? — perguntou Hermione, que ouvia à história atentamente.

Harry abaixou a cabeça. Também não sabia.

— Harry... Por que não pegou a varinha?! — perguntei, histérica. Se essa era a chance de tudo aquilo acabar, de termos uma vida tranquila em Hogwarts... Por que não arriscar?

Harry olhou para mim.

— Eu acho que estava no ímpeto de correr atrás de vocês e contar tudo...

— Harry, como pôde ser tão estúpido? — Rony gritou, enquanto mais uma janela estourava com um baque altíssimo. A cada estouro, gritos e mais gritos ferozes invadiam a sala, gritos confusos e ingênuos. Gritos simplesmente inocentes.

— Foi mal! — Harry gritou mais para ele mesmo, enquanto olhava a própria mão ensanguentada. — Não queria decepcioná-los, mas... — e ele não tinha mais argumentos.

— Eu não acredito. — disse calmamente, enquanto olhava para o chão. Não conseguia encarar aquelas pessoas. Naquele momento, estavam tão longe.

— Mas você pelo menos sabe o que está acontecendo? — Hermione perguntou do mesmo jeito que eu, calma e decepcionada.

— Sei.

Revelação do dia: Harry Potter sabia alguma coisa!

— Então explique! — Rony disse, exasperado.

Ele hesitou por um momento, depois encarou o chão novamente, e então olhou para as janelas quebradas. Procurou Gina com os olhos, fracassando. Cruzou os braços e, sem mais delongas, jogou a bomba em cima de nós:

— Estão invadindo Hogwarts.

Acho que já esperávamos isso. Só não conseguia entender como e por quê. Estávamos vivendo em harmonia, e foi só essa Beatriz aparecer para estragar o rolo todo. O que menos precisávamos era de mais fogo na fogueira. E a tristeza, então, parecia nos dominar.

Hermione ainda segurava o braço de Rony, lançando olhares preocupados para mim, Harry e principalmente para ele. Ela apertou o braço dele com mais força, o que o fez olhar para ela. E então ela começou a chorar. Chorar muito. Chorar de soluçar.

Aproximei-me dela e estendi os braços, para que eu a pudesse abraçar. Ela balançou a cabeça e me abraçou forte demais até. Mas foi bom, pois eu também precisava de um abraço. E foi aí que também comecei a chorar. Tanto quanto ela. Eu queria que Laysa não estivesse envolvida nessas merdas, mas parecia tão impossível e fora da realidade. Uma utopia. Era tarde. Muito, muito tarde. As janelas não paravam de estourar, e só nos afastamos quando o teto começou a tremer, e o chão também. Quando as luzes começaram a queimar, jogando cacos de vidro em todos. E, bem... Quando a porta foi aberta rudemente e um grupo de pessoas apareceu ali, encarando-nos. E, claro, são rostos que me assombram todos os dias à noite...

𝗯𝗿𝗶𝗻𝗴 𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝗹𝗶𝗳𝗲,  draco malfoy.Onde histórias criam vida. Descubra agora