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Micaela Satyro.

— O que pensa que está fazendo?! — ignorei-a e a empurrei novamente, ainda fixando meu olhar naquela varinha misteriosa que ela guardava na meia. — Você acha que ninguém está vendo? Acha mesmo? Faça-me o favor! — gritei, abaixando para pegar a varinha que ela guardava. Bom, mas foi aí que ela me deu um chute no nariz.

— Não é tão fácil quanto pensa... — ela disse, estridente, enquanto corria para bem longe. E, bem, eu a segui.

Ignorei os protestos de Harry. E, por um segundo, pensei que de fato ele estava correndo atrás de mim, mas quanto arrisquei olhar para trás, percebi que não estava. Mas foi o tempo suficiente para tropeçar e cair em minha própria tormenta.

Quando levantei de novo, Laysa não estava mais a vista, e só depois de um tempo fui perceber que estávamos longe do salão principal. Bem, bem, longe. Parecíamos estar correndo pique-pega. Porém um pique-pega perigoso... e mortal.

— Cadê você, sua vadiazinha? — gritei, quando Laysa não estava mais visível.

Come find me... — ela sussurrou em inglês, o que me fez sentir arrepios.

— Para com essas brincadeiras ridículas e foco, Laysa! Eu simplesmente estou cansada dos seus joguinhos. Então me entrega logo essa varinha...

Ela apareceu subitamente na minha frente, encarando-me como uma cobra. Então soltou uma gargalhada ensurdecedora. Tive que tapar os ouvidos com a mão. Então ela se aproximou.

— O que é? O que tem de demais?

— O quê? — falei, sarcasticamente. — Vai fingir que não sabe?

— Não sei o quê, gata?

Olhei para seu pé. A varinha... Não hesitei. Corri até ela e soltei um feitiço estuporante. Quando tombou para trás, avancei em seu pé e arranquei a varinha dali. Entre gritos, saí correndo daquele corredor macabro, voltando para o salão principal.

— Volte aqui! — ela gritava, enquanto eu agitava a varinha em minha mão. E a minha varinha estava tão inalcançável por debaixo do meu suéter. Resolvi, então usar a varinha que estava na minha mão.

— Estupefaça! — gritei para trás. Mas não surtiu efeito. Tentei uma, duas, três mais vezes. Mas ainda não surtiu efeito.

Cheguei ao salão, que estava praticamente destruído. Os comensais que o adentraram estavam torturando a todos. Nenhum sequer restava. Até que... Senti alguém me puxar por trás, tapar minha boca para abafar os berros, e me arrastar para longe.

Me debatendo, não tive outra opção a não ser morder a mão daquele infeliz...

— Harry! — disse, surpresa. — Mas o quê...?

— Eles levaram Hermione! — ele disse, puxando Rony para meu campo de visão. Rony estava com o rosto inchado, com marcas de feridas pelos braços e a boca ensanguentada.

— Meu Deus, o que aconteceu com você?

— Eles levaram Hermione — Rony repetiu o que Harry dissera.

— Para onde? — perguntei, realmente preocupada.

Harry deu de ombros, até olhar para minha mão.

— Mas, o que é isso? É a varinha de... — ele tapou a boca com a mão. — Draco?

— É falsa. — eu disse logo. — Apenas uma pegadinha. Não vai ser tão fácil assim.

— Mas que merda! - Rony gritou assustando-nos. — Por que tudo isso não acabara? Eu só precisava de um... UM ANO normal. Mas não, essa merda de escola faz questão de inventar mais e mais coisas todos os anos! E...

Shhhhh! — Harry bateu em Rony. E forte. — Cale a boca! Agora nosso foco é achar Hermione.

— Micaela? Harry? Rony? — uma voz masculina veio de trás de mim. Olhando para trás, dei de cara com uma versão machucada de Neville. Também exasperada, como se tivesse escapado de uma briga, o que era totalmente capaz.

— Neville! — disse, e fui em sua direção e o abracei. — Meu Deus, o que aconteceu com você?

— Eles estão matando todo mundo. É como... Tudo estava quebrado, caído aos pedaços.

Abaixamos a cabeça.

— É — concordou Harry.

— Ali! — gritou alguém. Mas nem precisei virar para trás para ver quem era. Laysa. Ela corria em nossa direção, mas ninguém a seguia. Apenas sozinha. — Eu quero você, gata. — ela apontou para mim, e então gargalhou maliciosamente.

— Aé? — disse, aproximando-me. Mas a mão de Neville me segurou.

— Corra — ele sussurrou no meu ouvido.

— Mas...

— Corra. — dessa vez, seu tom ficou rude e senti que deveria obedecê-lo.

— AVADA... — Laysa não completou.

— AVADA KEDAVRA! — Neville gritou sobre ela, e seu corpo caiu no chão, em um baque estridente.

— Neville! — berrei para ele, e depois olhei para o corpo morto de minha amiga que virara-se para o lado errado. — Neville... — sussurrei, deixando as lágrimas saírem.

— Vamos sair daqui. — disse Harry, segurando nos meus ombros e me arrastando para longe.

𝗯𝗿𝗶𝗻𝗴 𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝗹𝗶𝗳𝗲,  draco malfoy.Onde histórias criam vida. Descubra agora