3.7

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Micaela Satyro.

Vestida, corri para o elevador. Apertei o botão que me levaria ao térreo, e, quando cheguei lá, vi meus amigos divididos entre si. Gina e Harry conversavam em um canto, enquanto Hermione e Rony conversavam em outro canto. Mas, naquele momento, não fazia muita importância. Quando me viram, Hermione soltou um grito, correu até mim - deixando Rony pasmo - e então jogou as palavras:

— Qual é o seu problema?!

— Foi mal, mas...

— Mas nada! Você disse que estava descendo, mas não estava! Demorou uns 20 minutos a mais!

— É! — concordou Gina, que juntara-se ao grupo. — Estamos aqui há uns 40 minutos.

— Foi mal, mas...

— Mica do céu! Não faça mais isso! Pensei que tinha morrido e tal.

— É, Hermione, eu não tô morta. Estou pior.

Isso fez com que Rony e Harry se aproximassem, e perguntassem-se ao que eu me referia.

— Como assim?

— Draco! Draco Malfoy...!

— O que esse infeliz aprontou dessa fez? — perguntou Harry, cerrando os punhos.

— Ele... — engasguei, pois comecei a soluçar... novamente. — Ele apareceu no meu quarto!

— O quê?! — perguntou Hermione, indignada. — Ele te fez algo de mal?

Olhei para ela da mesma forma.

— Não! Claro que ele não me machucou!

— Como assim claro?

— Hermione, você não entende! — disse alto.

— Não. Não entendo. O que está acontecendo?

— Por que está chorando, Mica? — perguntou Harry, com ar de realmente preocupado. Eu virei o rosto para ele e o abracei. Parecia que era ali que eu contava a verdade. Mas eu não poderia simplesmente chegar e alegar amar Draco. É. É isso que você está pensando. Eu o amava. E não conseguia parar. Essa dura e fria realidade.

— Como vocês já sabem... eu beijei Draco. — disse depois de soltar Harry.

Eles assentiram, e pareceram um pouco ressentidos - e Rony parecia estar mais do que todos.

— Mas... eu acho — solucei — acho que o amo.

Pasmos.

— Eu... ele... quer dizer... nós...

Pasmos mais ainda.

— Nos beijamos novamente no meu quarto! — gritei, de uma vez. — E eu dei um fora nele... E agora eu não sei — continuei, sem saber o que falar, e então cai no chão.

Eles me observavam de cima, todos com uma certa e esquisita cara de compaixão. Até que ouvi. Sim. Ouvi. E ouvi alto e claro. E eles também.

Olhamos para o lado.

— Cooper! — gritei para a coruja que se aproximava. Era a minha. Minha linda Cooper.

— Quem?

— Minha coruja! Não ouviram?

— Ouvimos - concordou Harry.

— O que Cooper faz aqui, meu Deus? — perguntei mais para mim mesma do que para eles.

Tentava fugir do assunto anterior, fracassando, claro. Quando Cooper estava perto o suficiente, percebi que carregava algo em seu bico. Passou por cima de nós, soltou essa coisa, e então voou para longe novamente.

— Mas o que...? — não terminei a frase, porque quando olhei para essa edição do Profeta Diário, vi uma foto enorme de Laysa.

Harry foi mais rápido, e se abaixou para pegar o jornal. Depois que o jornal passou pela mão de cada um, foi finalmente passado para mim. A foto de Laysa era recente, poderia saber. Mas ela estava horrível. Acabada. O rosto sujo, parecendo demoníaca. Me lembrava um pouco a Bellatrix Lestrange. Será que isso acontecia com todos que iam para Azkaban? Mas não era tempo de pensar. Depois de ler a matéria, joguei o Profeta Diário no chão, frustrada.

— Ei — sussurrou Gina, tentando me consolar.

— Qual é? Ei? Fala sério — disse.

Como assim eu lia uma matéria falando que Laysa tinha fugido de Azkaban, e que foi vista com Draco Malfoy? E como assim a Gina vinha pra cima de mim e dizia "Ei"? Como assim eu vivia?

Todos olharam preocupados para mim. Eu estava acabada, isso estava certo. E eu não conseguia esconder isso. Esse que era o ruim.

— Hora de voltar para casa — disse Hermione. Mas nunca, e nunca mesmo, Rio de Janeiro voltaria a ser minha casa.

𝗯𝗿𝗶𝗻𝗴 𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝗹𝗶𝗳𝗲,  draco malfoy.Onde histórias criam vida. Descubra agora