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Micaela Satyro.

Mergulhei numa onda de dor. Uma onda incontrolável. E a única que sentia era a mão forte de Harry apertando meus ombros, me guiando para longe. Para longe do corpo da minha melhor amiga... E agora ela estava morta. E as lágrimas ficaram quentes em minhas bochechas, enquanto eu lutava contra cada soluço. Mas a dor no coração, o aperto e o grande nó na garganta eram impossíveis de segurar.

Onde eu estava? Só sabia que estava de olhos fechados. Por um momento, o mundo exterior me pareceu mais distante do que qualquer coisa. O toque de Harry estava se tornando cada vez mais frio. Quase gelado.

— Para! — eu gritei.

Sussurros indistintos cercavam o lugar. E eu simplesmente não estava aí, queria apenas esquecer...

— Micaela! Abra os olhos! — eu abri. Era Rony ali na minha frente, com seu rosto recém-deformando, Harry preocupado e Neville culpado me encarando. - Por favor!

— Estão abertos. Ou por acaso você é cego? — joguei em um murmúrio.

— Micaela, pare de guardar mágoas! O que ele fez foi preciso — sussurrou Harry.

— Isso não realmente importa, importa? Por favor, Mica, vamos procurar Hermione. — Rony praticamente berrou para mim.

— É. Procurar Hermione.

— Vamos nos dividir — ofereceu Harry. — Mica, procure pela área. Eu e Rony vamos pelo leste e Neville pelo oeste.

— Tá — dissemos juntos. Então nos separamos, e eu fiquei sozinha.

Olhei ao redor. Onde realmente estava? Fuck it. Eu não sabia. Resolvi, então, andar. Apenas andar... vagar. Tudo estava tão mais calmo ali. O vento que batia. Todos estavam no salão principal e eu aqui, apenas vagando. Me senti uma inútil nesse momento, mas fazer o que? Apenas era.
Senti que me agarravam pela cintura.

— Harry. Não tem graça.

— Harry?

Me colocaram no chão. Olhei para a pessoa.

— Seu... seu... IDIOTA! Sai daqui! Que merda, merda, merda. — disse para Draco, e bati com tanta força em seu peito, que fiquei tonta.

— Estou disposto a te ajudar! Mas você tem que me prometer que... — ele parecia prestes a chorar. — Que não vai me matar.

Eu olhei nos seus olhos.

— Rá! Te matar? Uma coisa que nunca poderei prometer é não te matar, Malfoy...

Mas então ele tirou de dentro do suéter uma varinha. Uma varinha trabalhada. A varinha dele.

— O que é...?

—  Quando Harry matou Riddle com minha varinha, ele não sabia que Riddle a enfeitiçara. Na verdade, enfeitiçara a varinha de todos os comensais. Foi mera coincidência, mas esse feitiço é muito poderoso. Harry matou Voldemort com a varinha, o que disponibilizou ao feitiço criar uma Horcrux... Uma Horcrux de quem foi morto. Nesse caso, seria Riddle. E... — ele esticou a varinha para me entregar. — por favor, eu estou cansado. Fique com ela. Faça o que quiser.

Precisei de um minuto para enganar meus pensamentos, e depois colocá-los em ordem.

— Isso é um tipo de piada?

— Não. — ele disse, e algo em sua voz me fez acreditar nele.

— Por que fingiu estar do lado deles?

— Estava chateado. Com você.

— Comigo?! — respondi, ofendida.

— Sim. Você não sabe o que eu senti...

— Desculpe. — murmurei.

— Você quer a varinha?

Fiz que sim com a cabeça, hipnotizada por ele. Ele a estendeu mais uma vez, mas quando fui pegá-la de sua mão, ele a abaixou. O encarei, e seu sorriso zombeteiro me fez entender. "Vem pegar". Abaixei para pegar a varinha, e ele a enfiou em meu suéter.

— Ei! — gritei, acusando-o pela invasão. Mas logo calei a boca, porque ele se abaixou e segurou minha cintura, puxando-me para perto.

— Me desculpe, também, Micaela.

Olhei em seus olhos.

— Cala a boca. — disse, e então colei minha boca na sua.

Apenas o farfalhar de nossas respirações e nossos corações batendo. Era o que eu sentia. Sua mão invadindo cada pedaço do meu corpo, até que me encostou na parece mais próxima, pressionando seu corpo contra o meu. Depois desceu os lábios para meu pescoço, e prendeu suas mãos na base das minhas costas. Arfei. Ele formou uma linha de beijos até meus lábios novamente. Nossas bocas uma contra a outra, forte. E isso era tão...

Errado.

— Para. — sussurrei, entre beijos, até que consegui afastá-lo. — O que foi isso, exatamente? Sabe, estamos em um castelo, e está rolando uma briga feia... — ele me examinou, então me colocou no chão novamente.

— Desculpe, Micaela, eu só...

— Me ajude a achar Hermione, por favor.— eu disse, passando a mão em seu antebraço.

Ele sorriu para o chão, e depois levantou o olhar, fixando-o no meu.

— Você sabe quem a pegou?

— Não.

— Ok. — ele disse, puxando-me para mais perto para um beijo rápido, e então caminhando comigo para Deus sabe onde. E, tanto faz! Eu estava com Draco Malfoy, bitches!

𝗯𝗿𝗶𝗻𝗴 𝗺𝗲 𝘁𝗼 𝗹𝗶𝗳𝗲,  draco malfoy.Onde histórias criam vida. Descubra agora