O que?

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- O que ele queria? - perguntei a Killian que estava arrumando a mesa para o jantar. Ele parecia tranquilo mesmo depois de ter tido uma longa conversa (E coloca longa nisso, eles passaram quase 1 hora lá em cima) com o enteado que estava o evitando faz uns meses.

Eu estava bastante curiosa sobre isso. Meu filho raramente chamava Killian para conversar, pelo menos de forma tão séria, afinal quando começamos a morar juntos eles conversavam bastante sobre games de cavaleiros que eles jogavam ( nunca sai do nível cinco nesses jogos, parece que fico presa a esse número quando se trata de jogos), mas quando chegou a fase de rebeldia pronto, aí que ele não falava com ele mesmo, a não ser que fosse obrigatório.

- Ah.. só uns conselhos - respondeu antes de pensar um pouco. Sua expressao mudou, em vez de calmo e tranquilo ele estava com receio de responder a pergunta. Suas mão trabalhando de forma rápida mostravam seu desconforto.

- Conselhos? - perguntei colocando a mão na cintura e sem me preocupar se estava deixando visível minha desconfiança.

- É - Deu de ombros tentando parecer tranquilo.

- Conselhos sobre o que? - perguntei mais séria e ele ficou com medo - É sobre garotas? - perguntei o óbvio, claro que eu sabia sobre o que era, foi ligar os pontos - Sobre a Grace? - dei um leve riso - Killian ele me contou que gosta dela, ou melhor, eu praticamente o forcei a me falar.

- Contou? - perguntou colocando os últimos talheres no prato e me encarando de forma mais surpresa.

- Contou.

- Pois é - Ele coçou a cabeça - Pensei que não sabia já que ele me chamou pra conversar em particular - explicou sem graça.

- Talvez fosse porque ele ficasse mais a vontade - Dei de ombros - Hum.. agora tenho que tomar muito cuidado, há um protetor de enteados nessa casa.

Ele riu.

- O que acha de chamarmos o Jefersson e a Grace para a ceia de Natal esse ano? - perguntei lembrando que eles passam o Natal sozinhos todo o ano. Não que seja ruim, afinal o importante é estar com a família.

Jefersson é o pai da Grace, o conheci quando estava trabalhando, sai a procura de um cachorro na floresta em uma tarde de verão, quase o atropelei, por sorte ele apenas caiu e machucou a perna, então achei melhor deixá-lo em casa para ter certeza de que ele não teria nenhum problema no caminho já que ele não estava em muitas condições de andar direito, vai saber que bichos habitavam aquele lugar. Para minha surpresa Jefersson morava em uma casa humilde, ele era cartógrafo amador então raramente havia trabalho a ele, descobri que ele tinha uma filha, a Grace. Na época ela tinha apenas uns 7 anos. Ver uma criança morando em uma condições dessas me deixou triste então contratei Jefferson para trabalhar comigo como meu assistente na delegacia e o dei força para que voltasse a estudar, e ele fez isso, hoje é formado em administração e tem uma loja de chapéus na cidade, Grace uma menina estudiosa e bastante esforçada conseguiu passar em primeiro lugar no concurso de bolsas para a escola que Henry estudava, hoje eles moram no mesmo bairro que eu com uma casa maior, mas com o mais importante, cheia de amor quando se trata das pessoas que moram nela.

- Acho maravilhoso - respondeu e sentou na cadeira - Henry vai gostar disso.

- Vou gostar do que? - meu filho perguntou descendo as escadas e vindo em nossa direção. A atrás dele vinha duas criancinhas elétricas, me pergunto de onde vem tanta energia das crianças, eu achei que era hiperativa quando era pequena mas Leiah me superou.

- Ah.. vai ser surpresa - Eu disse -Vamos jantar? To morrendo de fome.

- O que é o jantar mamãe? - Liam perguntou se sentando no seu lugar.

A herdeira- Nova vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora