presente de natal

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- Emma?! - killian exclamou surpreso ao me ver aqui na porta do quarto que ele está hospedado.

- Posso entrar? - perguntei arriscando ouvir um não de sua boca, mas valia o risco.

Ele hesitou um pouco, mas depois deu um espaço para que eu pudesse entrar. Dei um sorriso torto e entrei sentindo o calor que o aquecedor ligado trazia, o frio que eu peguei no caminho daqui não foi muito bom, as ruas estavam praticamente congeladas por causa da tempestade que teve mais cedo, então tive que vir andando. O casaco vermelho que eu estou usando não ajudou muito, mas com certeza era melhor que nada.

- Se você não se importar eu vou continuar com o casaco - falei me encolhendo um pouco dentro do casaco por causa do frio psicológico que estava sentindo.

Dez minutos de casa até o Grannys foi o suficiente para fazer com que eu me sentisse um boneco de neve ambulante.

- Você veio andando até aqui? Nessa tempestade? - perguntou surpreso.

- Não, agora é moda ter o cabelo cheio de neve - respondi em ironia já estressada com a pergunta. Mas logo em seguida eu me repreendi mentalmente pela minha atitude. Como é que eu faço isso? Como eu consigo estragar tudo em apenas uma frase? - Não... foi mal.. eu.. - comecei a tentar concertar torcendo para ele não querer me mandar embora.

Para meu alívio ele começou a rir e veio até mim.

- Você continua delicada - disse enquanto tirava os flocos de neve que enfeitavam meus cabelos loiros.

Não pude evitar sorrir quando vi seu sorriso.

- E você também - falei colocando toda minha atenção em seus olhos extremamente azuis - da melhor forma é claro - acrescentei, pois enquanto eu era "delicada" no sentido contrário, ele realmente era. Mesmo não tendo mais a obrigação de ser assim comigo.

Ele riu de leve enquanto me olhava fixamente.

- Como sabia que eu estava aqui? - ele perguntou depois de segundos de silêncio.

- Regina.

Ambos respondemos.

- Sabia que ela não ficaria muito tempo calada - confessou com uma risada abafada, mas incomodada - eu não quero ser grosso Emma, mas... o que você ta fazendo aqui? - perguntou o que queria perguntar desde que me viu na porta.

Então me afastei puxei a carta que estava no bolso de dentro do casaco. Carta que as crianças me deram mais cedo.

- O que isso? - perguntou tirando a carta de minha mão.

- Nosso filhos escreveram de última hora pro papai Noel - respondi.

Então ele começou a ler a carta em voz alta:

Querido papai Noel, somos Leiah e Liam escrevendo de novo. Os gêmeos da rua Red Apple.
Quem está nos ajudando a escrever é o nossos irmão mais velho, Henry. Faz quase duas semanas que nós escrevemos nossas cartinhas com os mesmos pedidos, uma boneca e uma bola, mas pela primeira vez queremos algo diferente, esperamos que dê tempo para o senhor atender nosso pedido, afinal, o natal é amanhã.
Hoje faz quase duas semanas que nossos pais se separaram, Henry disse que o motivo é coisa de adultos, mas que ainda tem chances deles voltarem, basta a mamãe para de ser orgulhosa, então resolvemos pedir para o senhor nos ajudar. Pode trazer algo que tire o orgulho da mamãe, talvez uma varinha mágica ou um feitiço que ajude.
Feliz Natal papai Noel, os leites com biscoitos vão estar em cima da lareira.
Ps: não faça sujeira, a mamãe fica brava.

- Inocência de criança é uma coisa linda não é - falei com um sorriso torto no rosto depois de ouvir o que Henry tinha escrito junto com os irmãos.

A herdeira- Nova vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora