planos malucos dos velhos tempos

699 51 54
                                    


- Posso entrar? - perguntei encostada na porta do quarto de Henry.

Ele estava sentado com os olhos fixos em seu computador, os dedos ageis movimentavan-se depressa digitando as palavras que formavam a história em seu livro.

Permitiu que eu entrasse sem tirar seus brilhantes olhos da tela do seu computador.

- Está escrevendo? - perguntei o óbvio. Meu filho vivia escrevendo histórias nesse computador, as vezes até esquecia da vida.

- Estou - respondeu digitando mais rápido que conseguia - Tive uma ideia ontem de madrugada. Não posso perder - explicou.

- Você não dormiu ontem? - perguntei espantada e em seguida puxando a outra cadeira e sentando ao seu lado.

- Não - respondeu deixando escapar um leve bocejo - Cadê o Killian? Vi ele saindo mais cedo.

- Ele foi comprar os ingressos para o espetáculo do frozen que vai ter aqui. Seus irmãos estão loucos para ir.

- Nem me fale, Leiah não para de cantar let it go. Eu to ficando enjoado dessa música.

-Somos dois então - falei revirando os olhos lembrando que quando assistimos o filme, que era quase toda noite pois Leiah e Liam estão naquela fase em que repetem os desenhos que gostam várias vezes, Leiah fazia questão de cantar junto com a rainha Elsa.

- Não quero que me leve a mal mãe, mas o que veio fazer aqui? - perguntou parando de digitar e se virando pra me encarar.

- Bom, eu não tive tempo para te agradecer.

- agradecer? - me olhou levemente confuso.

- É - respondi - a cartinha que você escreveu para o papai Noel - fiz uma careta brincando com a situação - me ajudou muito. Como sabia que eu iria atrás do Killian? - perguntei curiosa, afinal como Henry sabia que uma simples cartinha me daria impulso para engolir o orgulho que estava instalado dentro da garganta.

- Intuição - deu de ombros - A senhora queria fazer isso, só não sabia como. Além do mais, apesar dessa sua cabeça maluquinha...

- Ei - disse ficando mais séria - Você me respeita garoto, eu sou sua mãe.

Ele riu.

- continuando.. Eu sei que apesar dessa sua cabeça " complicada ", seus filhos ficam em primeiro lugar.

Olhei para Henry o admirando pelo fato de sabe agir para manter sua família unida, não apenas ficar pelos cantos se lamentando e se perguntando o por que de termos chegado a esse ponto. Eu sentia orgulho do rapaz que estava se tornando. E ver que ele poucos centímetros abaixo da minha altura, prestes a começar um relacionamento (sei que não vai demorar para ele é Grace terem algo), ve-lo escreve suas histórias certo do que quer e se esforçando para obter sucesso, me fazia voltar as minhas perguntas antigas. E se eu não tivesse o abandonado? Como seria? Se tivesse sido casada com Neal e juntos tivéssemos cuidado dele?

Acho que ele não seria tão centrado assim, acho que ele teria uma motivo ainda maior para virar o menino rebelde que tentou ser nessa casa durante um tempo.

O abracei de forma demorada e beijei sua cabeça.

- Obrigada - falei quase que em sussurro - Te amo.

- Também de amo mãe - disse retribuindo uma abraço - sabe - Ele se afastou - Acho que mereço um adiantamento na mesada - disse com uma cara de cachorro que caiu da mudança.

- Para que o senhor quer dinheiro heim? - falei com o olhar desconfiado.

- Eu queria ir no shopping hoje, Grace me convidou.

A herdeira- Nova vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora