Esperança

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- Estamos aqui a quanto tempo? - perguntei observando entediada a porta grande de madeira do orfanato.
- Quinze minutos - Regina respondeu depois de verificar as horas no visor do celular.

- Isso é ridículo - mamãe bufou irritada e em seguida saindo do carro. Minha amiga e eu fizemos a mesma coisa e seguimos ela até a porta do orfanato, onde ela bateu quase que desesperadamente.

- Mãe, não vamos agir que nem loucas, podemos ao menos pensar antes ? - falei tentando acalma-la.

- Tive quinze minutos para pensar Emma - disse ainda batendo na porta. Batia tão forte que a sensação que tive foi de que ela iria quebra-la.

- Deixa sua mãe Emma - Regina disse relaxada.

Antes que eu pudesse falar alguma coisa uma freira abriu a porta.

- Oi - Minha mãe começou a falar e logo foi interrompida pela mulher.

- Estávamos esperando vocês - ela disse entrando.

Eu, Regina e minha mãe nos entreolhamos confusas mas resolvemos entrar.

- Então - falei enquanto seguiamos a freira a nossa frente - Nós somos..

- As contadoras de histórias, fomos informadas - me interrompeu parando na frente uma porta grande de madeira, nela havia uma placa escrita: "salão de brincadeiras" - Ele estão animados hoje - disse abrindo a porta e revelando um grande quantidade de crianças brincando hiperativas no salão que estava todo enfeitado com temas natalinos.

Eram muitas crianças. Entramos e começamos a observa-las maravilhadas. Eram tantos sorrisos que não tinha como não ser contagiante.

- Então, quem vai contar as histórias? - mamãe perguntou querendo se livrar de responsabilidade.

- Emma é boa com histórias - Regina falou com um sorriso irônico no rosto, querendo se livrar também.

- Sempre sobra pra loira! - murmurei estressada - Não deve ser tão difícil. Afinal, é só começar com era uma vez e aí eu invento algo. Posso contar a da chapeuzinho azul.

- vermelho - Regina me corrigiu

-Tanto faz! - falei impaciente.

- Ho ho ho! - uma voz conhecida ecoou pelo salão. Nós três nos viramos e no canto da sala avistamos o homem vestido de papai Noel sentado em uma poltrona vermelha. A barba branca escondia a barba rala e loira de meu pai, mas aqueles olhos azuis eram reconhecíveis mesmo debaixo de um óculos redondo e fino

- É o... - mamãe não conseguiu terminar a frase, mas Regina fez o favor de finaliza-la para ela.

- Ele mesmo.

- Papai - falei mesmo que fosse óbvio.

- Ele está gordo - mamãe disse estranhando o fato de David estar com uma barriga maior que a barriga de meu tio avô.

- Deve ser enchimento - Minha amiga disse tentando segurar o riso.

- Cadê Killian e Henry?

Meus olhos procuravam sem sucesso pelo meu filho e marido no local, nada deles. Apenas crianças e as freiras estavam espalhadas pelo enorme salão. Fomos até meu pai que estava com algumas crianças ao redor, com certeza fazendo seus pedidos de Natal.

- Papai? - o chamei.

- Emma? - ele me olhou surpreso -O que faz aqui? Mary, Regina? - perguntou notando a presença de minha mãe e amiga no local.

- David!

- Oi tio.

Regina não perde o costume.

A herdeira- Nova vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora