"Positivo"Merda! Preciso fazer um novo teste. Ligo pra farmácia e peço dois testes. Enrolo o antigo positivo e escondo pelas portas do armário do banheiro. Escovo os dentes e abro a porta, vendo Helena e Otaviano encostados na parede me esperando.
- Você está bem?! Está pálida! - Helena fala pegando em meu rosto. - Meu Deus, remédio, Otaviano!
- Não precisa. Já liguei pra farmácia e pedi, só tomo um tipo quando vomito.
- Você tem alergia a camarão?
- Não, ela sempre comeu aqui em casa. - Helena responde Ota por mim. - Mas o camarão não estava estragado.
- Talvez seja porque eu não comi nada o dia inteiro, o organismo estranhou, sei lá. - Dou de ombros e torço para que acreditem.
- Não quer ir ao médico? Você está pálida. - Ota fala de longe.
- Não precisa, vou pegar o remédio lá embaixo e me deitar, não vou sair com os meninos. Vou ligar pra Dani e avisar.
- Isso, faça isso. Deixa que eu pego seu remédio lá embaixo. - Otaviano fala e nos encaramos. - Tira essa roupa apertada, toma um banho e se deita, vou pegar seu remédio.
- Tudo bem. - Falo com um sorriso nervoso. - Tia?
- Tudo bem, vou terminar de jantar, qualquer coisa me chame no quarto. - Assinto.
Entro no quarto novamente e fecho a porta. Mando uma mensagem pra Dani, aviso que não irei porque passei mal no jantar. Retiro a roupa e visto um pijama, procuro um filme na TV, mas não ligo pra qual filme fica, fico pensando do que vai ser de mim e do meu bebê.
Alguém bate na porta e vou abrir. Otaviano está com uma sacolinha de farmácia e me estende.
- Seus remédios. - Ota estende a sacolinha e eu pego. - Tem certeza que não quer ir ao médico?
- Absoluta, estou bem.
- Fico preocupado.
- Não precisa... - Fecho a porta e tranco.
Vou pro banheiro, respiro fundo e faço os dois testes. Fico encarando os dois em longos dez minutos e lá aparece novamente os dois em positivo. Estou muito ferrada.
Junto os dois testes com o antiga que estava enrolado dentro do armário e coloco de lado na pia. Alguém bate na porta e vou até lá, respirando fundo.
- Trouxe uma sopa pra você, vai fazer bem. - Denise entra com uma bandeja. - Também trouxe um chá e água.
- Não sabia que quando ficasse doente teria toda essa mordomia. - Sorrio e dou um gole na garrafa de água.
- Com licença. - Ela saiu rapidamente e eu tranquei a porta.
Tomei a sopa assistindo ao começo do filme que havia colocado com Jennifer Aniston. Tomei um gole do chá e quase vomitei novamente. Deitei na cama e logo adormeci, com a TV ligada e os testes me observando de cima da pia.
Acordei no sábado bem melhor, tirando o fato de ter um feto dentro do meu útero. Levanto devagar, vejo que são quase nove da manhã e vou pro banheiro. Faço a higiene, tomo um banho e visto uma roupa leve. Ajeito o cabelo e olho pra mim pelo espelho grande do quarto. Subo um pouco a blusa e passo a mão na barriga.
- Deixa de ser boba, não dá pra notar e nem sentir nada. - Abro um sorriso bobo e ajeito a blusa.
Desço as escadas e vejo que ninguém havia acordado, só Denise que arrumava a mesa do café. Me aproximei e sentei, pegando uma salada de frutas com suco de laranja.
- Estou morta de fome! - Falo levando uma colherada de salada à boca. - Cadê o casal?
- Ainda dormindo. Quero pedir desculpas pelo camarão.
- A culpa não é sua! - Falo rapidamente. - Eu que fiquei o dia sem comer e quando comi...
- Mas eu fiz um bolo e levei pra você comer, foram até dois pedaços, você também comeu no almoço. - Ela cruza os braços.
- A culpa não é sua, juro. Mas não fala nada que eu comi, por favor. Eu passei mal por outro motivo.
- Outr... Ah, meu Deus! - Ela leva a mão ao peito e depois para a boca. - Ficarei quieta, prometo.
- Bom dia, Monica! - Olhamos Helena descer e Denise se afasta. - O que conversavam?
- Sobre a salada de frutas que está ótima. - Mostro minha taça cheia e ela senta na minha frente.
- E como vai sua saúde? Melhorou?
- Muito, Denise levou sopa pra mim e melhorei muito.
- Não fique muito tempo sem comer.
- Já aprendi, fique tranquila. - Falo sorrindo.
Termino de comer em silêncio e levanto. Quando vou pro sofá, vejo Otaviano descer as escadas.
- Bom dia. - Ele diz quando senta na mesa. - Hum, salada de frutas...
- Está ótima. - Escuto tia Helena falar.
Os dois tomam café falando baixo e nem ligo. Fico pensando como será meu futuro com um barrigão dentro de casa. De tarde, a campainha toca com Felipe me chamando para ir ao shopping e acabo aceitando, para tirar meus pensamentos da cabeça.
Chegamos no shopping, ficamos olhando as vitrines e andando. Felipe segura minha mão e acabo deixando. Chegamos em frente a uma loja de bebê, mas ele não nota e segura minha cintura.
- Podemos ir comer alguma coisa. O que você quer?
- Pode ser Subway. - Dou de ombros e ele me dá um selinho.
Felipe tenta aprofundar o beijo, mas recuo.
- Ué, o que foi?
- Nada, só... - Olho pra loja de bebês na frente e vejo um macacão "sou do papai" em um manequim infantil. - Só não estou no clima.
- Clima de me beijar?
- Felipe, ontem eu passei mal, você sabe, então não estou muito no clima de ficar beijando. - Ele assentiu triste e beijei seu rosto. - Vamos comer alguma coisa e você me deixa em casa.
- Como quiser.
Vamos em direção a praça de alimentação e pedimos Subway. Sentamos pra comer e quando ele já solta:
- Você está quietinha hoje, sempre fala muito.
- Passei mal ontem. - Ele assente e se aproxima de mim. - Não vai comer?
- Daqui a pouco. - Coloco meu sanduíche na bandeja e o encaro. - Não gosto de te ver assim, pra baixo.
- Quem falou que estou pra baixo? Estou bem, estou feliz por estar aqui com você.
- Jura? - Ele sorri e assinto, me aproximando e lhe beijando. - Que saudade do seu beijo...
- Me ajuda a esquecer todos os meus problemas? - Pergunto próximo a sua boca.
- Sim, vou fazer o máximo para pensar apenas em nós dois. - Sorrio e lhe beijo novamente.
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Amor E Suas Drogas
FanfictionMonica é uma estudante de Artes Cênicas, do Rio de Janeiro. Há pouco tempo, foi surpreendida por sua tia, Helena, com um novo casamento da tia. Ela não conhecia o cara, mas já sabia que não iria ser boa coisa, sua tia já estava se casando pela quart...