Café da manhã

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POV Monica

Cheguei em casa e fui ver o que os dois tinham feito. Realmente limparam bem. Porra, tenho os melhores amigos do mundo! Coloco as malas de roupas no quarto e vou na cozinha beber água, mas não há nada na geladeira e armários.

Pego a chave do carro e vou ao supermercado. Compro tudo do que vou precisar e volto, agora já cansada.

*

POV Otaviano

No dia seguinte, acordo mais cedo que antes e já saio, dizendo para Helena que tenho muito trabalho hoje. Vou à padaria, compro uma cesta de café da manhã e vou no novo endereço de Monica. O porteiro interfona, mas ela não atende.

- Acredito que ela já tenha saído, senhor. - O porteiro me fala.

- Não, está cedo para a sua aula, não quer me liberar? Ela é filha da minha esposa, minha mulher pediu para eu vim deixar esta cesta pra ela. - Mostro a aliança. - O senhor não lembra da Helena?

- Ah, sim! Olhe, vou liberar você porque conheço Helena e já lhe vi algumas vezes na TV, mas não me arrume confusão, por favor. - O porteiro liberou a porta. - Último andar, antes de cobertura.

Subi até seu andar e toquei a campainha. De novo. E de novo. Será que ela já saiu? Ou dormiu fora de casa? Com quem ela dormiu? Ah, vou matar esse filho da puta, com certeza é aquele maldito Felipe!

A porta se mexeu e logo ela abriu com um roupão branco.

- Bom dia! - Sorrio por trás da cesta.

- O que você está fazendo aqui!? - Ela perguntou cruzando os braços.

- Trouxe essa cesta pra gente tomar café.

Entrei no apartamento e coloquei sobre a mesa de vidro. Olhei ao redor e era até aconchegante. Era de tamanho médio, dava para morar uma pessoa solteira, mas não Monica, não com um bebê na barriga. Quando a olhei, ela estava no interfone, mas logo desligou.

- Chamou seu porteiro pra me expulsar? - Perguntei colocando a chave e celular no canto da mesa.

- Liguei pra pedir para não lhe deixar mais subir. - ela rolou os olhos. - O que você veio fazer aqui? Duvido que tenha vindo apenas deixar a cesta.

- E não vim. Então, achei um absurdo sair da nossa casa daquela forma, sem me esperar ao menos chegar em casa, você merece umas boas palmadas por isso. - Ela ri irônica e vai para a cozinha, lhe acompanho. - Helena falou que você ia morar sozinha e ficou preocupada, não sabia como iria se sustentar, então vim aqui resolver.

- Resolver? Agora tudo que eu precisar você vai simplesmente resolver? - Ela me pergunta colocando café no fogo.

- A ideia seria trabalhar, mas não quero que se esforce com nada com nosso filho na barriga, então vou lhe pagar, o mesmo que ganharia em um emprego e pronto. - Ela me encara e ri alto.

- Olha na minha cara, vê se eu tenho cara de que vai ser sustentada por um homem extremamente machista de achar que uma mulher tem que ficar em casa pra ser sustentada pelo marido porque está grávida! Não preciso do seu dinheiro, você já me deu um filho, eu não queria, é claro, mas não sou escrota pra abortá-lo, um pobre bebê que não tem culpa do quanto o pai e a mãe foram irresponsáveis. Melhor você dar meia volta, ir pra casa, cuidar da sua esposa e da sua empresa, pode ficar tranquilo que a partir de agora você não vai mais me ver na sua casa e sua empresa. Com licença, preciso ir pra faculdade.

Amor E Suas DrogasOnde histórias criam vida. Descubra agora